Já fazia algum tempo que Park Jimin se via encurralado entre excêntricas sensações e sentimentos enigmáticos a respeito de Jeon Jungkook - seu rival número um nas piscinas - sentimentos os quais ele vinha cuidando pessoalmente para que não fossem de...
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Capítulo III
Sete dias.
Uma semana.
Cento e sessenta e oito horas.
Mil e oitenta minutos consecutivos; esse era o tempo que Park Jimin vinha fugindo de Jeon Jungkook, esgueirando-se entre a multidão, trocando os horários dos treinos para que não ousasse topar com ele na piscina do clube oficial, não visualizando nenhuma das milhares mensagens comoventes que lhe apertavam o peito e lhe deixavam os olhos marejados, ignorando toda e qualquer tentativa de contato que Jungkook iniciava, perguntando-se constantemente como ele havia conseguido o seu número para realizar tantas ligações consecutivas no mesmo dia, beirando, nitidamente, o desespero.
Jimin era um covarde completo, um desmiolado sem escrúpulos que estava deixando o amor ir embora por pensar demais, ansiar demais, seu grave defeito.
Poderia ser completamente fácil aos olhos alheios simplesmente aceitar o benefício que Jungkook estava lhe ofertando e manter a boca calada enquanto sorvia dos lábios doces dele, mas não para Park Jimin; um homem completamente dotado de caráter e dignidade, aquele quem cresceu tanto pessoalmente como profissionalmente com o suor do próprio rosto e a dor dos próprios músculos. Jungkook havia lhe dito que nutria sentimentos a ponto de não querer nada em troca por um sacrifício daquela dimensão, entretanto, Jimin também provinha de sentimentos e de verdades que jamais lhe deixariam permitir algo como aquilo, independente de quem fosse o causador.
A verdade era que Park Jimin tinha princípios, convicções e dignidade.
Um combo perigoso de honestidade e humildade que lhe fez sair aos prantos da mansão de Jungkook no meio na noite, deixando-o para trás sem nenhuma explicação plausível e convincente, pois enquanto Jungkook ditava palavras sobre gostar, Jimin estava ao seu lado, descobrindo o amar. Não era nenhuma novidade que ao discar o número de Kim Taehyung, enquanto vagava de forma deplorável pelas calçadas, Jimin se sentisse, mais uma vez na noite, o pior homem do mundo; assim como também não fôra nenhuma surpresa que, ao estacionar o carro ao lado da figura despedaçada de Jimin, Taehyung o encontrasse em meio a uma forte crise de ansiedade.
Jimin nunca planejou amar, assim como nunca havia visto seu futuro ao lado de alguém. Todas as suas realizações voltavam a uma vida profissional de sucesso e reconhecimento e, ao focar nisso, Jimin havia se esquecido completamente de sentir. Não era proposital que Taehyung sempre precisasse o arrastar para bares e sociais para que o Park pudesse se envolver com alguém mais intimamente, o que inúmeras vezes não deu nenhum pouco certo e o Kim chegou a cogitar a hipótese de Jimin ser assexuado. Entretanto, quando Jeon Jungkook começou a fazer parte das mesmas piscinas que Jimin, as coisas ficaram muito mais difíceis de conter e, principalmente, esconder. Era possível ver e perceber que toda aquela inveja e raiva que o loiro tinha de Jungkook era apenas para encobrir algo a mais, o que Taehyung não demorou muito para ligar os pontos e descobrir do que se tratava.
