XIV - Ele te achou, querido

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"Este é o problema da dor,
ela precisa ser sentida."

      Se Izuku pudesse apenas arrancar Bakugou de sua cabeça, ele certamente faria

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      Se Izuku pudesse apenas arrancar Bakugou de sua cabeça, ele certamente faria.

   A um tempo atrás ele estava se perguntando quando ele voltaria, implorando para que não tivesse desistido, mas isso já havia passado, agora ele conseguia ter plena consciência do que sofria e do que ainda sofre.

   Isso claramente não anulava a dor, medo, traumas, surtos, cansaço.

   E isso voltava muitas vezes como um trem bala. Izuku não conhecia nenhuma outra forma de amor, quem sabe se por acaso até mesmo gostaria da gentileza de Denki? Era acostumado com o selvagem, agressivo, doloroso.

   Kaminari conseguia ser tudo que ele precisava, ainda sim, era algo completamente novo que fazia Izuku temer o que estava buscando.

   Midoriya estava cansado de ser pego pelos fios de marionete de Katsuki, que sequer estava mais lá para o controlar. Ele estava fazendo isso consigo mesmo, mesmo assim, não conseguia parar.

   Mas naquele instante ele respirou fundo, sobre o sofá rosa da sala, onde estava sozinho com som de sua teve pensando no que faria, não, na verdade em algum ponto ele apenas viajou para aquela questão martelante.

   O que teria acontecido se ele beijasse Kaminari ontem?

   Estariam namorando agora? De mãos dadas, comprometidos com algo que não sabiam lidar? Eles só tinham 16, o que sabiam sobre amar outra pessoa?

   Se doar? Reciprocidade? Responsabilidades? Atenção? Carinho? Brigas? Rotina?

   Estava cansado disso, ser preso, mas Denki não faria isso consigo, ainda sim, relacionamentos eram isso não? estar preso, ou era só mais uma das coisas sobre relacionamentos tóxico?

   Izuku não sabia até que ponto seu passado com Bakugou delineava relacionamentos saudáveis e normais, uma vez que nunca experimentou daquilo.

   Amor tornou Izuku obsessivo, dependente, ansioso, depressivo, inútil.

   Mas Kaminari o fazia sentir o oposto de tudo aquilo. Ah mas que raios deveria fazer?

   A porta foi aberta trazendo a voz calorosa de Inko com um "Tadaima" que fora correspondido com "Okaeri" de Izuku.

   Inko passou pelo filho para deixar as duas sacolas de compras na cozinha, percebendo a forma desatenta que não era do costume de seu pequeno.

   Por isso deu meia volta após abandonar os pertences como a bolsa e sacolas na mesa da cozinha.

   — Está tudo bem querido? —

   Ele entornou rosto para sua mãe que sentava a seu lado, uma expressão preocupada e com sorriso fino, deixava Izuku contemplar sua mãe enquanto pensava.

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