Capítulo 3.

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Mais de uma semana se passou, estou com tanta vontade de ir lá fora, mas minha cabeça dói tanto... As vozes estão mais frequentes e consigo ver alguns borrões, quero tanto contar isso ao senpai! Estou fazendo um bonequinho de argila para o senpai é como se eu já tivesse feito antes, as vezes me assusto comigo mesma.

Sorrio e termino o bonequinho, era uma miniatura do senpai de uniforme. A argila me trazia um bom sentimento e achei isso no mínimo estranho. Espero que o senpai chegue hoje, a tarde está começando e queria ir um pouco lá fora. O senpai parece saber bastante sobre mim, será que eu trabalhava vendendo bonequinhos? E... "Sensei" quem era? E o menino que me pediu em namoro, voz de criança e creio que n vá identificar agora, isso é deprimente. Como era minha vida antes do Senpai?

Deixo o bonequinho em uma plataforma para secar, arrumo toda a bagunça e vou em direção ao banheiro, tomo um belo banho enquanto cantarolava alguma coisa que nem eu mesmo conhecia, apenas era automático.

           ...

-Kushina-san, o nii-san disse pra eu não contar que ele quer fazer uma surpresa e mandar você ir lá no...no...izira...izhi...ichi... ICHIRAKU! É, Isso! Tchau.

...

-NII-SAN, MISSÃO CONCLUÍDA COM SUCESSO!

- Obrigado, onee-chan falou do jeito que eu disse? E o horário?

-Sim! E horário...eu... Ihhh tchau, missão não concluída!

-KUSHINA-SAAAAAANNNN!
         ...

Cai sentada no chão do banheiro, essa tinha sido uma das mais longas e dolorosas. Deu para ver um cabelo vermelho, era uma criança mais velha do que eu era...isso! Preciso sair desse banho.

Levanto e termino de tirar o sabão de meu corpo, giro o registro do chuveiro deixando-o fechado e enrolo meu corpo em uma toalha fofinha. Após me vestir, sento em um banquinho para pentear meus cabelos, estava quase terminando quando sinto apenas um par de mãos enluvadas sobre meus olhos. Sorrio e ponho minhas mãos sobre as suas, tirando-as de meus olhos.

-Tadaima!- Ele logo desce suas mãos, me abraçando por trás e encaixando seu rosto em meu pescoço. Sua máscara estava torta, deixando apenas parte de seu rosto a mostra.

-Está cheirosa, Akame-Chan- sua voz rouca falou perto de minha orelha, senti a ponta de seu nariz no meu pescoço, sentindo o perfume da minha pele recém limpa. Senti um arrepio estranho e empurrei seu rosto para que se afastasse, minhas bochechas e orelhas ficaram quentes quase que de forma instantânea.

-O-okaeri, Obito-senpai tome um banho para descansar! - falo enquanto tento ignorar a vergonha que senti e continuo penteando meu cabelo sem nenhuma delicadeza. Escuto sua risada e olho indignada em sua direção, ele tira sua máscara e a escova de minhas mãos, começando a pentear meu cabelo com uma delicadeza invejável. Suspiro enquanto olho meus dedos, não sabia quando eles tinham ficado tão interessantes.

- O gato comeu a língua da Akame-Chan? -seu tom debochado se fez presente. Logo após ele largou meu cabelo já penteado e botou a escova sobre a mesinha de cabeceira. Viro meu rosto em sua direção com uma expressão emburrada e levanto do banquinho, chamando ele com meu dedo, após ele se aproximar com um sorriso ladino, pulo em seus braços entrelaçando minhas pernas em sua cintura. Tobi ri e gira comigo em seu colo, logo sinto beijinhos sendo espalhados pelo meu rosto, sorrio botando a mão na frente de sua boca.

-Senti sua falta, senpai bobão estou tão feliz... você voltou e está bem. E senpai, estou começando a ver borrões.- digo acariciando seu rosto de ambos os lados, seus olhos bicolores me olham com um misto de alegria e admiração. Encosto a testa na sua, fechando meus olhos. É como se ele convidasse, como eu falei, era automático.

-Akame-chan... Estou orgulhoso de você.- senti seus lábios quase encostarem nos meus e recuar, abro meus olhos e vejo os seus tristes. O encaro confusa e acaricio seu lábio inferior com meu polegar, é macio.

-Obito...-continuo olhando seus lábios, eram tão familiares, convidativos e belos. Despertava algo ainda desconhecido em mim, eu não sabia a razão dessas borboletas discretas na barriga, o que eu era do senpai, afinal?

- Faça o que quiser, Akame.- suas mãos acariciavam sutilmente minhas coxas, mantendo-as firmes contra seu corpo e trazendo uma sensação boa e única. Senti minhas bochechas quentes, e selei nossos lábios com carinho, recebendo outro selinho em seguida. Tiro as mãos de seu rosto, deixando-as em seus ombros, seus olhos estão brilhantes e marejados seu sorriso estava tão belo e grande... Eu lembrava disso.

-Senpai, eu também não sei o que fazer quando está chorando...-seu olhar se desvia do meu e vejo algumas de suas lágrimas cair, sinto meus pés encostarem no chão e seguro seu rosto, enxugando suas lágrimas.

-N-não estou chorando só entrou poeira nos meus olhos!- um sorriso nostálgico brincou em seus lábios, sorri e fui até a janelinha que tinha o boneco de argila já pronto e escondo atrás de meu corpo.

-Tenho algo para ti, mas você tem que parar de chorar primeiro!- chego perto de seu corpo e vejo o moreno secar suas lágrimas sem delicadeza com a manga de sua capa estampada.

-Eu já disse que foi poeira! Não me amola, bobona...-ignoro o apelido e puxo uma de suas mãos sem delicadeza, pondo o bonequinho encima.

- Não me chame de bobona, bobão. Rum.- observo ele admirando o bonequinho, estava nervosa eu só quero agradar o Senpai, mas agora tenho tantas perguntas.

-AHHHHH AKAME-CHAN, ARIGATOOOŌ- Acordo de meus pensamentos vendo o senpai correr em minha direção com os braços abertos, corro para fora do quarto e começamos um pega-pega, corríamos em volta dos móveis e nossa competição era mais que séria.

-kage bushin no jutsu! - aparecem mais 4 de mim, sorrimos maldosas e cercamos o Tobi-senpai que dá um grito nada másculo e some com seu jutsu, logo aparecendo atrás de mim, dando um peteleco em minha orelha

-E OBITO GANHA!!! - faço os clones sumirem e sorrio para o crianção na minha frente. Raramente ele usava sua voz infantil e isso me alegrava.

-Jutsus únicos não são permitidos, você roubou e como juíza declaro a Akame, euzinha,  como vencedora. Vá tomar banho, senpai bobão! -dou língua e cruzo os braços, esperando que ele vá. Após uns segundos arqueio uma de minhas sombrancelhas e o vejo correr para o banheiro.

-Porco.

...

-Nii-san, vc não gosta do Tobi?

-N-não é isso...! Hehe só precaução. E o nome dele não é esse, não te ensinei essas liberdades.

- Se é assim, vou dizer a Kushina-san que você não deixa eu fazer amizade com o Tobi!

-e-eii, eu deixo, eu deixo! Só não fala nada pra ela tá bom, princesa?

-Ta bom, Nii-san!

...

Memórias- Obito(Tobi)Onde histórias criam vida. Descubra agora