Trabalho primeiro, paixonite depois!!

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— Ô desgraça de vida! Pra que um troço tão pesado sendo que só tem xícara aqui?! — um certo albino reclamava em alto e bom som consigo mesmo, carregando nos braços a encomenda que haviam feito anteriormente até os fundos da loja, onde poderia lavá-las e tirar o pó que se fazia presente nas louças. Fazia um tempo que não as trocavam e já haviam jogado fora as antigas, e por um milagre o carteiro não resolveu dar uma de louco e não ir no horário marcado de novo. — Ô cara! — Hidan chamou a atenção do loiro, que estava sentado encima de uma mesa na parte esquerda da loja, olhando para o nada e provavelmente refletindo sobre.. alguma coisa. — Levanta daí e limpa esse balcão, tá cheio de poeira e 'cê não tá fazendo porra nenhuma! 

— Tá, tá. — Deidara revirou os olhos, resmungou um palavrão e se pôs em pé, depois foi caminhando em passos pesados para os fundos para pegar um pano. Hidan ficou uns três passos para trás, mas rapidinho começou a segui-lo. 

Não demorou muito para estarem andando lado a lado.

— Aí mano, 'cê não tá ligado no que aconteceu hoje. — ele revirou os olhos ao ouvir aquilo. Sabia onde Hidan iria, e isso era irritante. Seu dia já não estava sendo dos melhores, e ainda teria de aturá-lo boiolar por um velho aleatório? — Tá ligado o Kakus...

— Não "tô ligado" e também não quero ficar. Só me esquece.

— Caralho, que mal humor é esse hein ô paquita do capeta? Transou antes de vir trabalhar é?

— Isso aí tá mais pra um provável segundo ou terceiro nome seu, e não insinue coisas da minha vida pessoal como se você soubesse de algo, hmn! — ele apertou o passo. Hidan fez o mesmo, mas principalmente para chegar mais rápido em seu destino.

— Ain, o que a princesa tem? Tá de Tpm, é? Por que tá falando como se eu fosse um completo estranho? Já enjoou do amiguinho hm, fofa?

— Vai cuidar da sua vida e para de me encher o saco, porra. — ao ver de longe um pano encima da mesa onde costumavam fazer seus conhecidos e prestigiados doces de sua cafeteria, o loiro foi diretamente até ele, o pegou e refez o caminho traçado, só que ao contrário.

— Credo. Amado, você precisa é de uma terapia pra tratar esse ódio.

— Vai pagar, é? 

— Não?

— Então foda-se! Hmn! — ao encontrar um produto de limpeza, - um Veja que não estivesse quase no fim e que de preferência estivesse com no mínimo ⅓ de água para não danificar o móvel - Deidara foi até o balcão, colocou um pouco do produto no pano e começou sua limpeza. Ignorar o maluco do Hidan era o melhor a se fazer naquele momen...

— Enfia um peixe no cu e diz que é sereia, 'disgraça! Se tá putinha não vem trabalhar não! 

— Eu me pergunto como alguém além de um lixo consegue ser um saco!! Não dá pra me deixar em paz pelo menos um dia?! Hmn!

— Meu Jashin sagrado, que tu vá direto pro inferno praga. Amém. — após deixar a caixa na primeira cadeira que viu pela frente, Hidan resolveu cuidar de suas xícaras. Deidara provavelmente só acordou de mal humor. Mas... Realmente importava? Ele que se foda, não é criança mesmo! — Cuida de tudo aí que eu vou lavar louça, ouviu?! 

— Hmn! — Deidara respondeu, - top 10 melhores respostas com Deidara - terminando de tirar o pó acumulado e indo abrir a cafeteria. Se abaixou, pegou as chaves e foi até a porta. Ao posicioná-la, grirar aquele pequeno pedaço de metal e finalmente fazer o mesmo com a maçaneta, se atreveu a sair um pouquinho e olhar um pouco a vida em volta do café.

Parou de olhar aleatoriamente em volta quando se deparou com um ruivo baixinho que estava usando seu celular a menos de um passo de distância de si, que desviou o olhar do aparelho e.. aí que tudo começou a despencar ladeira abaixo.

O "cuida de tudo que eu vou lavar louça" de Hidan foi a última coisa que ele ouviu antes de "entrar naquele transe".

Deidara ficou olhando fixamente aquele ruivo em sua frente e provavelmente iria só entrar, comer um bolinho e ir embora; parado em pé na frente da porta da loja. E, o dito cujo retribuía na mesma intensidade.

De repente tudo em torno recebeu um belo desfoque, e como a maioria das pessoas ali presentes estavam entretidas consigo mesmos e seus afazeres como "ir para o trabalho" ou "dar uma volta por aí" ou seja lá o que for, nem lembravam que os dois existiam. 

Por algum motivo toda tentativa de inspiração era em vão, nunca havia oxigênio o suficiente mesmo em um ambiente arejado.

Os olhares tanto de um quanto de outro eram intensos, fazendo com que as orbes dobrassem de tamanho, minimamente. 

Deidara tinha plena certeza que estava admirando uma obra de arte. Uma obra de arte ruiva de meio metro. Aquelas íris escuras brilhavam mais do que o verde ou carmesim de qualquer outra que já havia visto, era hipnotizante.

O "tal ruivo" não ficava para trás, estava tão perdido naquele olhar que por um segundo pensou estar perdido em algum feitiço.

Mas, uma certa pessoa falando em um tom muitíssimo audível os ajudou a sair do transe. Os trazendo de volta a realidade.

.... Hmm, é, pois é.

— Deidara! Trabalho primeiro, vai paracundar por aí depois! — Hidan resmungou alto, saindo dos fundos da loja ao ver a cena e indo até o loiro para trazê-lo para dentro da loja novamente, infelizmente o afastando daquele cliente ruivinho gato sem nem se importar se suas mãos estavam molhadas ou não. 

Traduzindo: Hidan o puxou pela camisa pra dentro da loja.

Cliente esse que após ficar por cinco segundos com uma cara de confusão total misturada com uma cara de: "puta que pariu, eu tô puto!", não se surpreendeu muito menos incomodou-se ao ver a feição contrariada do loiro a sua frente. 

O viu soltar um: "hmph!", resmungar um provável: "vai tomar no cu!" e logo após arquear as sombrancelhas, fechar os olhos com pouca força, e empinar levemente o nariz, em seguida cruzar os braços. Entendeu aquilo como uma insatisfação por ter "sido interrompido em sua brincadeira", e classificou como algo no mínimo fofo.

Espere, desde quando estava prestando atenção em coisas desse tipo em um completo estranho?

Entre capuccinos e expressos Onde histórias criam vida. Descubra agora