Aquele da poesia

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"Mesmo que o amor recaia sobre nós, ainda é complicado pegar em suas mãos trêmulas e molhadas pelo suor. O amor é certo, ainda que haja relutância não duvido de meu amor por ti". — autoral

Trechos apaixonados de um artista amigo do povo.

Ainda que a paixão transbordasse em seus textos, era nítido o nervosismo do escritor.

Não havia tão motivo tão absurdo para não assumir sua amada, pura hipérbole de sua escrita.

Fora do que pensavam, o autor não tinha uma amada, mas faltava coragem para admitir sua mentira. Enganou o povo, sujou seu país.

— Ji? Ainda está a escrever? — questionou seu amante.

— Sempre, amor. Mesmo sem papel e tinta, a escrita toma meus pensamentos.

Jimin admirava seu amante, cada vez mais culpado por esconder seu romance com o homem.

Lembrava-se nitidamente de quando conhecera o moreno.

[💌]

— Jimin, não corra! — exclamou a mãe do pequeno.

Senhor Park recebia a visita de um de seus mais antigos amigos em sua fazenda. Pareciam sérios, mas isso não abalou os filhos ou esposas que acompanhavam.

Escondido atrás dos vestido bufante de sua progenitora, o menino expôs seu rosto avermelhado na tentativa de ver o outro garoto

— Está com medo? — perguntou Jimin ao garoto que se escondia.

O outro acenou positivamente com a cabeça.

— Tem algum monstro por aqui? — perguntou confuso.

Recebeu um chacoalhar de cabeça negativo do outro.

— Está com medo de mim?

O mesmo aceno positivo.

— Venha! Não vou te machucar.

O garoto saiu por completo de trás da silhueta de sua mãe, ficando cada vez mais vermelho de vergonha.

— Mesmo? — perguntou tímido.

— Mesmo!

O outro garoto abaixou a cabeça, com um pequeno sorriso em seu rosto.

— Apesar, sou o Jimin, e você? — questionou sorridente.

— Jungkook...

Assim, passaram sua primeira de muitas tardes que passariam brincando no gramado da fazendo do pai de Jimin.

[💌]

— Kook, você tem ficado muito tenso ultimamente... — pontuou o escritor enquanto massageava os ombros do mais novo.

— Trabalhei muito recentemente, é apenas cansaço. — respondeu se levantando.

Mesmo que não quisesse preocupar seu amado com pensamentos pessimistas, sabia que o mesmo aprendera a decifrar cada gesto e fala seu.

Isso o deixava ainda mais culpan
do. Não era capaz de resolver as coisas sozinho, Jimin sempre descobria e o ajudava.

— Não minta, amor. — pediu o outro.

Agora Jungkook dava a volta para sentar no colo de seu amado, que mesmo aéreo acolheu o mais novo em seus braços com carícias e beijos no topo da cabeça.

— Eu te amo, mas ter que esconder esse sentimento tão profundo arde em meu peito... — revelou tristonho.

— Eu também te amo, mais do que tudo em minha vida. — respondeu melancólico.

Jimin suspirou embaixo do moreno, sentia que seu peito poderia explodir de amores por ele.

— Mas não posso arriscar te perder, entende? O sofrimento seria imensurável, impensável...

Com a fala do seu amante sentiu seu coração apertar.

— Dê uma chance ao coelho e ele sairá de sua toca. — sugeriu com uma breve ilustração.

Subiu suas mãos por debaixo da blusa do amante, que logo estremeceu com o toque gélido em suas costas.

— Pode me ludibriar agora, mas não se convença de que acredito na tolerância alheia. — retrucou.

"A vitória não garantida é o maior preparo oferecido". — autoral

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