Capítulo 01

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Anastasia

Me chamo Anastasia Willians  Rodrigues, tenho 19 anos e sou filha de José Rodrigues e Leila Willians, vivemos numa cidade bem próspera, mas o nosso bairro onde moramos, é bem pobre, eu acho que o governo desta cidade, não se importa com este lado da população...
Nasci no município de Frankfurt, é um vilarejo longe da capital, a cidade de Luxemburgo, sou de família bem pobre e vou contar um pouco da minha vida.

Sou filha única e atualmente meus pais são divorciados e faz alguns anos que não vejo a minha mãe, pois ela preferiu ficar com o chefe dela do que comigo e meu pai, mas meu pai José disse que ela é uma sem vergonha, que nunca me amou, e a minha lembrança dela é apenas uma, " quando eu tinha 7 anos ela me bateu muito porque ela descobriu algo que até hoje não sei o que é, mas me lembro que tive muito medo dela neste dia, pois apanhei demais, fui até parar no hospital e acho que fiquei internada por 2 meses, pois me lembro que o médico disse que eu era bem pequena para a minha idade, desnutrida e fraca, mas como eu não sabia o que era não me importei com isso" então a partir deste dia, nunca mais ouvi falar de Leila minha mãe, mas eu sei quem ela é, só que ela passa por mim e finge não me conhecer e isso dói em mim porque poxa eu nunca fiz nada a ela, não sei porque me odeia tanto... Mas tudo bem, não vou ficar aqui pensando nas desgraças da minha vida com isso.

Então como eu estava falando, depois da surra que levei, meu pai me pegou no hospital e me levou para o interior, era bem afastado da civilização, nunca entendi o porquê disso, mas tudo bem, e moramos nesse lugar até os meus quase quinze anos de idade.
Só que a vida nesse lugar não era fácil, pois eu me lembro que não tínhamos alimento, nem luz, nem água e muito menos eu tinha roupas descentes para usar, eu vivia suja e com fome, mas eu não reclamava, pois cada vez que eu chorava, eu me lembro de apanhar, então eu me acostumei a sentir fome, meu pai era muito ruim comigo, brigava sempre que me via.
Ele saía o dia todo e me deixava sozinha, e quando chegava a noite estava bêbado, eu não sei o que ele fazia, mas sei que ele não trabalhava, nem comprava nada para dentro de casa, e ele me disse que se eu quisesse comer tinha que me virar, mas como eu era uma criança de apenas 7 anos e meio, eu nem fazia ideia do que era isso, não sabia que me virar não era apenas girar de um lado para o outro. E eu entendi que ele não gostava de mim, pois ele nunca me chamou de algum nome carinhoso.
Quando eu fiz 8 anos, eu fiquei muito feliz porque eu pode estudar num colégio no vilarejo, mas ninguém sentava perto de mim, porque diziam que eu fedia, e eu sabia disso, pois na minha casa não tinha água, então quando era calor eu tomava banho em um rio que tinha próximo da casa onde morava, mas no inverno aquele mesmo rio era congelado, e não tinha como me banhar, então eu só trocava os meus trapinhos, e eu era uma criança e não sabia o que fazer né?
Ninguém gostava de mim, nem as professoras, eu me lembro que uma vez uma menina chamada Kate que era da minha turminha, me disse que eu devia tomar um banho, que eu era feia e descabelada, mas eu disse a ela que não tinha como fazer isso, e ela foi legal comigo, ela disse que eu podia ir na casa dela para tomar banho e que ela ia me dar algumas roupas boas e quentinhas, porque no inverno eu não tinha um casaco e passava muito frio, mas o dia que fui na casa dela, a mãe dela me enxotou como se eu fosse um animal, e proibiu a Kate de falar comigo ou até mesmo disse que ela iria apanhar se não obedecesse ela... e chorei muito, porque eu não sabia o que fazer, só sai dali e fui embora e quando cheguei em casa, eu tinha que limpar a casa e lavar a roupa, fazer comida e a quantidade de água que tinha (um balde de 20 litros) era para fazer tudo isso, e não podia faltar, porque se o meu pai quisesse água e não tivesse eu apanhava muito, então aprendi a não gastar tanto...
Mas não dava para tomar banho, pelo menos pra mim nunca dava, meu pai tomava todos os dias, mas eu não podia.
E nunca o desobedeci, porque doía apanhar, eu tinha medo, eu apanhava com qualquer coisa que ele tinha nas mãos, e não podia chorar, se chorasse era pior, ele não parava de me bater. Só que só aprendi isso quando eu tinha 10 anos. Enquanto essa idade não chegava eu sofri muito!

 A PRINCESA PERDIDA (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora