Capítulo 10

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Jay tinha muita sorte de seu namorado não ser tão pontual como ele. Depois que contou toda a sua mentira para os amigos, a aula de Direito Penal começou, mas ele pediu para ir ao banheiro cinco minutos depois. Trancado em uma cabine, Jay repassou todos os detalhes da narrativa que ele deu a seus amigos em uma ligação com Jack, que estava em seu dormitório se arrumando.

— Não conte a verdade para os seus amigos — Jay alertou o namorado. — Não quero que meus amigos saibam que eu e você fizemos amor naquela noite, antes de sermos namorados.

— Então eu acho que como recompensa — Jack resolveu provocar o namorado. —, você vai ter que me deixar fazer amor com você esta noite. Nossa primeira vez... como namorados.

— Eu prometo... — Jay abaixou o volume da sua voz. — fazer tudo que você quiser hoje a noite.

— Promete, baby? — o lascivo tom de Jack fez Jay ficar com tesão e com medo ao mesmo tempo.

— Sim, maridinho — Jay tentou soar despreocupado.

— Tudo bem, eu vou fazer do jeito que você quiser — Jack garantiu. — Tanto agora, quanto mais tarde quando estivermos na cama.

Jay ficou completamente ruborizado — e genuinamente surpreso.

— Eu acho que você deve pensar que eu tenho desejos pervertidos com você, mas eu não tenho, esposinha — Jack confessou. — Ficar do seu lado é tudo que importa pra mim.

— Você vai me fazer chorar, Jack.

Jay realmente começou a chorar, mas silenciosamente. Duas lágrimas tímidas começaram a deslizar pelo seu rosto. Ele se sentia tão pleno e feliz que doía. Seu coração e todo o seu corpo estava quente. Ele estava se sentindo amado. Ele estava sendo amado. Jay nunca imaginou que era assim que as pessoas apaixonadas se sentiam quando eram correspondidas.

Jay estava feliz.

— Vamos fazer amor, esposinha — Jack provocou. —, mas o que mais me deixa feliz é que depois de gozarmos, você ainda vai continuar do meu lado.

— Eu te amo, Jack.

As palavras saíram por conta própria. Jay estava se sentindo tão amado que precisava retribuir de alguma forma.

— Eu amo você, Jay.

— — — — —

Já era noite quando a última aula de Jay terminou. Ele caminhou ao lado de Song pelos corredores enquanto U, Ultra, Bbomb e Aim estavam em seu próprio mundo, rindo de piadas sem graça. Jay ainda era a pessoa mais popular de toda a universidade e todos olhavam para ele.

Duas pessoas até tentaram falar com ele, mas Bbomb protegeu o amigo impedindo as pessoas de chegarem perto de Jay.

Quem não podia ser impedido de se aproximar de Jay, porém, era Jack, que estava esperando por seu namorado na porta da Faculdade de Direito.

Celulares, risos e cochichos tomaram conta do local, mas a única coisa que importava para Jack era seu namorado, que caminhava ao lado dos amigos com uma expressão de indiferença no rosto. Jack já estava o achando a coisa mais fofa do mundo, mas ele foi completamente desarmado com o que Jay fez depois.

Jay, que ao encontrar o seu namorado, vestiu seus lábios com um genuíno sorriso — este que aqueceu não somente seu coração, mas o do namorado também.

"O sorriso mais lindo do mundo é do meu namorado", Jack afirmou, convicto.

Jack e Jay pareciam se entender por telepatia. Nenhum dos dois desviou o olhar um do outro e Jay foi lentamente afastando-se de seus amigos quando acelerou o passo para encontrar com o seu namorado.

— Oi, Jack — Jay o cumprimentou, com o rosto ruborizado e a voz tremendo de nervosismo e empolgação.

— Oi, Jay — foi tudo que Jack conseguiu dizer; ainda estava atordoado por causa do quão belo era seu namorado sorrindo.

— Você está esperando por mim? — Jay perguntou, apesar de saber a resposta, não sabia o que falar.

"Estar namorando é tão surreal".

— Hm... — Jack confirmou. — Quero te levar para jantar.

— Você vai dormir no meu dormitório? — Jay perguntou, um pouco alto demais, e isso fez com que seus amigos gritassem o provocando.

— Só se você quiser — Jack o provocou. — O que você quer comer?

— Pizza. E pipoca quando formos assistir filme hoje a noite.

— Pensei que faríamos outra coisa hoje a noite — Jack o provocou, sem se importar com as pessoas em volta deles.

— Vamos fazer — Jay afirmou, convicto. —, mas eu queria assistir um filme antes... ou depois.

— E o seu dever de casa?

— Faço amanhã de manhã.

Jack olhou para os lados e percebeu que todos olhavam para ele e para Jay.

Apesar de parecer estar lidando muito bem com a exposição, Jack não queria que os outros soubessem da intimidade dos dois.

— Podemos ir? — Jack ofereceu sua mão para que Jay segurasse.

— Hm — Jay segurou na mão de Jack.

Jay despediu-se dos amigos e Jack aproveitou para cumprimentá-los.

— — — — —

Mais tarde, naquela mesma noite, Jack e Jay fizeram amor pela segunda vez.

Jay não conseguia acreditar que havia sido tão bom e mágico quanto a primeira vez. Ele sentia que estava prestes a morrer de tanta felicidade.

"Fazer sexo com alguém que nós amamos é sempre desse jeito?", perguntou-se.

Os dois estavam completamente pelados, deitados na cama. Jay estava deitado no peito de Jack, de olhos fechados e respirando regularmente para que sentisse o cheiro doce do corpo de Jack.

— Você não disse que iríamos ver um filme?

Jack riu da própria pergunta, divertindo-se com o fato de que Jay o beijou no segundo seguinte ao que eles voltaram e trancaram a porta.

— Estou com sono — Jay reclamou. — Não podemos só ficar deitados curtindo a companhia um do outro?

— Podemos fazer tudo que você quiser, esposinha — Jack brincou, beijando o topo da cabeça de Jay.

"O cabelo dele é tão cheiroso".

— Então eu quero comer pipoca — Jay confessou. —, quero comer pizza também e assistir De Repente 30.

Jack levantou-se da cama depois de conseguir livrar-se dos braços de Jay que, mesmo querendo que Jack pegasse a pizza, colocasse a pipoca no micro-ondas e o filme no notebook, não queria parar de abraçar o namorado um segundo sequer.

Minutos depois, Jack estava segurando uma vasilha cheia de pipoca nas mãos e Jay estava ao seu lado, com três pedaços de pizza de quatro queijos em um prato.

Os dois assistiram o filme em silêncio, rindo em algumas cenas e fazendo poucos comentários. Apesar de trocarem poucos olhares, o coração de ambos bateu mais rápido que o normal e os dois garotos sentiam-se felizes e plenos.

"Eu me sinto bem só de ficar ao lado dele", pensaram, ao mesmo tempo.

Antes do filme acabar, Jay virou o rosto e encarou Jack, que assistia o filme com um sorriso sutil e ladino colado no rosto. Jack demorou alguns segundos para retribuir o olhar. Ele já sentia Jay lhe olhando, mas ele quis dar ao namorado alguns segundos o admirando.

Jack olhou Jay nos olhos e ambos abriram seus sorrisos, ao mesmo tempo. Os olhos de Jay começaram a brilhar; lágrimas de alegria genuína ameaçavam despencar por sua face.

Eles ficaram quase um minuto inteiro encarando um ao outro, sorrindo, felizes por amarem, serem amados e se sentirem amados.

— Eu te amo, Jack.

— Eu amo você, Jay.

FIM

Jack & Jay (Nitiman Fanfic)Onde histórias criam vida. Descubra agora