↳ Cheer Up - Nahyo

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Título: Cheer Up.
Casal: Nayeon e Jihyo.
Gênero: Romance.
"Uma menina não deve entregar seu coração tão facilmente. Isso fará com que você me queira mais."

—x—

Jihyo's Point Of View

Já era algo comum que meu celular tocasse diariamente, mas aquela não era a hora! Pelo amor de Deus, ela tinha que me dar um tempo, minha bateria já estava acabando. O pior de tudo era que eu desejava demais atender o maldito telefone que continuava a tocar sem parar, como se a qualquer momento ele fosse explodir.

— Mensagens da Nayeon de novo? — Questionou Tzuyu quando acabou sua jogada e voltou a sentar-se do meu lado.

Eu, Tzuyu e outras amigas estávamos no boliche. Diferentemente do meu usual, eu estava mais caladinha, no meu canto. Minha mente estava a todo momento desviando do presente e focando em Im Nayeon, e como eu gostaria que ela estivesse aqui do meu lado. Queria conversar com ela enquanto me abraçava bem apertado e...

Não, Jihyo. Pare agora mesmo!

Lentamente, anuí. Tzuyu soltou um suspiro e cruzou os braços, a reprovação em seu semblante. Ela era a que mais torcia para eu e Nayeon ficarmos juntas e por isso, era a que mais estava contra a minha ideia estúpida.

— E o que exatamente ela está mandando nessas mensagens?

— Ah, sei lá... — Mas eu sabia exatamente, já tinha lido diversas vezes. — Entre conversas banais, ela solta umas pérolas. Diz que eu a deixo sem fôlego, que está sofrendo por minha causa e que eu era a razão do seu coração estar acelerado.

Tzuyu arregalou os olhos, a surpresa ultrapassando o seu olhar duro anterior. Ela nunca vira a amiga assim, sabia disso. Entretanto, eu só tinha uma pergunta a Nayeon. Por quê eu?

— Ela também diz sempre que eu sou muito bonita. Não que eu esteja me gabando ou algo assim mas... você entendeu.

De supetão e claramente sem minha permissão, a taiwandesa arrancou o celular da minha mão e o desbloqueou. Sim, foi uma ideia estúpida confidenciar minha senha a ela.

— Chou Tzuyu, me devolva isso agora!

— Não. — Retrucou enquanto seus dedos rolavam pela tela e lia rapidamente alguma das mensagens que eu e Nayeon compartilhávamos. Fiquei com uma vergonha surpreendente e consegui arrancar o celular de suas mãos. Com o olhar faiscando, ela me encarou. — Park Jihyo, você irá respondê-la imediatamente. Caramba, a menina só está pedindo para se encontrar contigo.

Não relutei contra ela. Queria responder Im, mesmo que contrariasse todo o meu plano inicial que era me fazer de difícil (algo que era bem mais complicado na vida real do que na ficção).

Jihyo (19:23): Hey, me desculpe por não ter te respondido antes. Eu estava com minhas amigas (que vergonha). Me desculpe mais uma vez, eu realmente não posso me encontrar com você agora. Mas eu te ligo mais tarde, ok?

Nayeon não precisava se desesperar, eu realmente queria ligar para ela o mais rápido possível. Queria ouvir sua voz me chamando de "amor". Mas agora não era o momento certo para isso, eu estava com minhas amigas e bem, ainda era cedo demais no nosso relacionamento.

Ela precisava se mostrar um pouco mais.

[...]

— Eu não esperava que você realmente fosse me ligar. — Disse Nayeon do outro lado da linha. Eu podia ouvir a ansiedade em sua voz, também podia imaginar o suor se formando em suas mãos, segurando o celular.

— Demorei dois dias para te ligar. — Comentei baixinho. Não era nem um pouco atraente responder imediatamente, disse o Google quando pesquisei sobre. Desde a última vez que eu a respondi, eu só lia suas mensagens e continuava as ignorando. — Fui muito grossa contigo?

— Me ignorar por dias e se fazer de difícil? Nah, nem um pouco. — Senti minhas bochechas esquentando, porém sua risada gostosa retumbou pelos meus ouvidos. — Estou brincando, eu entendo o porquê você está fazendo isso.

Antes de começar esse plano idiota de me fazer de difícil, eu falei para Nayeon que o faria. Não queria que ela perdesse o interesse por mim e, felizmente, ela aceitou entrar nesse joguinho. Não era a ideia mais genial de todas, mas foi o único método que eu encontrei de não me apaixonar profundamente por ela e de modo rápido. Precisava proteger meu coração antes que acontecesse o pior e ver se ela realmente valia a pena.

Mas Nayeon não precisava se desesperar. Eu não iria para lugar algum e no final, ainda seria o seu "amor".

— Desculpe-me.

— Não precisa se apressar, Jihyo. Só quero que você me mostre sua sinceridade. Eu vou esperar por você.

E era por palavras assim que eu deveria ter cuidado. Ela estava sendo tão doce enquanto eu... Decidi falar algumas verdades para ela.

— Não responda o que eu vou dizer agora, só me ouça. Eu também gosto de você, gosto muito, de verdade. Só tenho medo de acabar machucada. Espero que você me entenda, afinal de contas eu sou alguém que já fui machucada e ainda sou mulher, o que não ajuda-me muito.

Ouvi sua risada fraca e automaticamente, sorri de volta. Tinha medo que ela descobrisse o que eu sentia, mas tinha que terminar aquilo.

— Só... venha lentamente para mim, assim mesmo como você está fazendo. Não vou te fazer esperar tanto assim, então, apenas fique calmo e, sei lá, se anime.

[...]

Nayeon era jogadora de hóquei na faculdade, juntamente com Tzuyu. As finais dos jogos tinham chegado e Im estava no campo com número dois. Eu não ia no jogo, por ele estar ocorrendo em outra faculdade mais distante. Entretanto, Nayeon já estava meio para baixo que quase ninguém estaria lá para presenciar a vitória delas (algo que nem mesmo o time tinha fé). 

Compartilhei a minha preocupação com ela para Jeongyeon, uma das minhas melhores amigas, e acabei recebendo uma bronca. Lembrava dela me dizer que "eu queria que Nayeon me amasse como uma mulher de verdade, mas eu não a amava com a mesma proporção". Então, cá estava eu, torcendo por ela.

Quando deu intervalo do jogo e Nayeon, junto de Sana (outra amiga nossa em comum) ficaram na pista, bebendo água e olhando ao redor da multidão desanimadas, levantei meu banner mais ainda e o acenei com força.

Nayeon foi a primeira a me notar. Ela parou estática em seu lugar e ficou me encarando como um peixinho, o olhar fixo e a boca levemente aberta. Dei um grito, esperando que ela conseguisse me ouvir.

Nayeon me notou. Ela parou estático e ficou me encarando como um peixe, o olhar fixo. Dei um grito.

— Se anime! — Eu não queria mais fingir que eu não me importava. Aquela ideia de ela não saber o que eu sentia pelo mesmo? Foi por água abaixo. — Se você ganhar, eu viro sua namorada!

Pelo modo que ela arregalou os olhos e encarou Sana intensamente, como se perguntasse "você entendeu a mesma coisa que eu?", suspeitei que ela tivesse ouvido-me. Balancei mais ainda o banner que dizia "se anime, amor!".

Bem, no final das contas ela se animou até demais, fazendo o gol que virou o placar.

Nayeon tinha ganhado o jogo.

Mas no final, quem ganhou o maior prêmio foi eu.

Twice ShotsOnde histórias criam vida. Descubra agora