Concupiscient

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Brittany's pov

Concupiscient (adj.): preenchida com forte sensualidade.

- Alguém sabe, tem alguma ideia ou simplesmente quer tentar dizer o que é a Gestalt? - perguntou a professora Lopez, logo após escrever a palavra "GESTALT" no quadro.

Àquela altura, já havíamos tido quase todo o tempo da aula, que fora completamente utilizada para dar início ao conteúdo. A professora tirara somente vinte minutos no início para que todos nos apresentássemos e assim, pudéssemos começar a criar vínculos. As outras duas horas de aula haviam sido preenchidas com a unidade I do conteúdo da disciplina.

Como ninguém levantou a mão, ela apontou para Rachel, que estava sentada ao meu lado.

- Senhorita Berry, você tem alguma ideia do que é a Gestalt? - Ela perguntou, aproximando-se da mesa de Rachel.

A minha colega de quarto empalideceu. Ela se revelou muito tímida naquele momento, ou era simplesmente a vergonha por não saber a resposta para uma pergunta que ela, provavelmente, presumira ser algo que deveríamos saber, já que nos estava sendo perguntado. Resolvi ajudá-la.

- Professora... - levantei a lapiseira em minha mão e ela me olhou. - Posso tentar responder? - perguntei, antes de simplesmente responder, já que ela não havia perguntado para mim.

- Naturalmente, senhorita Pierce. - ela sorriu e andou para a minha frente, apoiando o punho na minha mesa, enquanto fixava o olhar em mim, esperando que eu começasse a responder.

Antes de começar a respondê-la, entretanto, meus olhos a percorreram dos pés à cabeça e alguns detalhes chamaram a minha atenção, como se houvessem lâmpadas de neon apontando para determinadas partes dela. De perto, ela era extremamente delicada e delicadamente sensual. Particularmente, o seu pulso fino, com uma pulseira dourada de um pingente só (um pequeno globo terrestre feito de cristal), de onde exalava um perfume doce, me chamou a atenção. O primeiro pensamento que me veio foi: "queria ter o pulso assim". A segunda coisa que eu pensei foi...

- Senhorita Pierce? - Ela chamou meu nome, despertando-me do breve devaneio. - Prefere desistir de tentar explicar?

- Não, não! - exclamei em um tom moderado, sentando-me um pouco mais reta na cadeira.

De repente, o meu corpo estava em alerta para que eu me comportasse de maneira que os meus movimentos e o meu próprio corpo chamassem a atenção dela, tanto quanto ela chamava a minha. Eu queria que aquela professora incrível olhasse para mim com admiração; não por meus méritos acadêmicos, como eu olhava para ela, já que a minha vida na universidade havia acabado de começar, mas como uma aluna que poderia orgulhá-la ou como...

- Então prossiga, por favor... - Ela apoiou o pé direito no descanso da minha cadeira e continuou a me olhar. Não somente ela, mas toda a classe.

- Bem, primeiramente, a Gestalt é também chamada de psicologia da forma, que é um "ramo" da psicologia comportamental, ou seja, estuda o comportamento do cérebro em relação às maneiras como percebemos as formas que vemos ou sentimos. Algumas pessoas traduzem Gestalt, que é uma palavra em alemão, como, literalmente "forma", mas isso não é exatamente correto, porque a tradução literal para Gestalt é algo como... "integração das partes em oposição à soma das partes" - falei em um tom de dúvida, porque não tinha certeza se essa era a tradução correta e a professora acenou positivamente com a cabeça, olhando-me fixamente. - E isso remete à forma, por isso se costuma traduzir como forma, justamente porque a Gestalt surgiu para estudar porque entendemos ou percebemos as formas de maneiras diferentes. Eu não sei muita coisa a respeito, professora, mas li algo assim para um trabalho da escola e...

Brittana - Wonderfall Onde histórias criam vida. Descubra agora