Brittana - Wonderfall

Gumusservi

A/N: AVISEM QUE VOLTEI!

Brittany's pov

Gumusservi (n): Ver o luar brilhando sobre as águas.

Bem Vindo aos Hamptons

- Hamptons? – Santana olhou para mim, depois de encarar a placa de boas vindas por alguns segundos, exibindo toda a sua surpresa.

Eu não soube discernir com precisão se sua surpresa era boa ou ruim e por isso apertei os dentes como uma reação involuntária à tensão que se apoderou de mim.

- Uhum... – balbuciei insegura, intercalando o olhar entre a pista e a mulher ao meu lado.

Santana suspirou pesadamente, encarando um ponto perdido à nossa frente. Seu silêncio se tornou profundo e muito além da minha capacidade de compreender. Naquele momento, senti que havia cometido um terrível erro ao leva-la para os Hamptons, mesmo que eu ainda não soubesse o motivo, seu olhar perdido e envolto pelo silêncio falava por si só.

Ponderei sobre a melhor atitude diante da reação inesperada de Santana, enquanto reduzia gradativamente a aceleração do carro.

- Podemos pegar um desvio e ir para...

- Por que? Não gosta dos Hamptons? – Ela perguntou, cortando-me antes que terminasse minha frase, o que me pareceu proposital. Seu tom era gentil e não havia nenhum sinal de que eu havia lhe provocado sentimentos ruins, o que gerou-me um certo grau de alívio.

- Senti que estar aqui não lhe agradou tanto e...

- Eu adoro estar aqui. – ela respondeu com muita firmeza e franziu o cenho, desviando o olhar de mim. – Me desculpe por ter feito parecer outra coisa, somente agora me dei conta de que meu silêncio poderia ser mal interpretado. Eu realmente gosto daqui – ela falou e suspirou outra vez, dando um sorrisinho curto que saiu de sua boca e terminou em sua mão que apertarou carinhosamente a minha.

Soltei um suspiro de alívio e um sorriso me escapou dos lábios. Apertei os dedos em sua mão e a olhei, ainda com o sorriso solto na boca.

- Fiquei com medo de ter errado na escolha. – Confessei, agradecendo por encontrar um semáforo fechado naquele momento.

- Você não poderia ter acertado mais. – Ela disse-me, passando-me uma certeza através de seu olhar que eu jamais poderia questionar.

A cidade estava vazia àquela época do ano. Além dos moradores da região, não havia mais ninguém, o que deixava o lugar, pelo menos para mim, muito melhor do que no verão, quando toda a população com uma conta bancária milionária da costa leste parecia ir para lá.

Atravessar a Southampton Bypass até East Hampton, que era o nosso destino, nunca havia sido tão rápido. O caminho através da avenida principal até a vila para onde iríamos pareceu intenso para Santana, que carregava um saudosismo emocionado no olhar. Resignei-me ao silêncio e à sensibilidade de deixa-la em seu momento que parecia particular. Esperar que ela compartilhasse comigo o que estava acontecendo me pareceu mais prudente do que ser invasiva. Entretanto, eu tive a certeza de que aquela não era a primeira vez que Santana ia aos Hamptons.

Vinte minutos depois de atravessarmos a entrada da cidade, eu já estava parando no caminho para a garagem da casa de verão que eu havia frequentado a vida inteira.

- Essa casa é da sua família? – Santana perguntou, olhando a construção, enquanto dava a volta no carro e caminhava ao meu encontro.

- Sim... – respondi, seguindo o olhar dela, que estava fixado em algum ponto no alto da casa, mas não consegui identificar. – Não é lá a melhor casa dos Hamptons, mas meus pais sempre sonharam com uma casa aqui e foi o que deu para comprar.