Primeiras impressões

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Alguns erros têm o peso de muitos acertos, mas nunca imaginei como isso pode impactar a minha vida

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Alguns erros têm o peso de muitos acertos, mas nunca imaginei como isso pode impactar a minha vida. Pelo menos, não até este momento.

Estou numa atmosfera densa de testosterona, sentada num bar onde a maioria dos frequentadores é masculina, robusta, trajando couro. O cheiro de cerveja e uísque impregna o ambiente, enquanto as mulheres orbitam os homens como moscas atraídas por algo fresco. Algumas me encaram como se eu invadisse o território delas, outras nem se dignam a olhar na minha direção. Minha caneca de cerveja está morna e, desde que cheguei, não troco uma palavra com ninguém. O garoto ruivo, o bartender de físico atlético, despeja minha bebida na pia ao fundo e me entrega outra caneca cheia, acompanhada de um sorriso, antes de voltar sua atenção para outro cliente, jogando o pano de prato casualmente sobre o ombro.

— Você não é daqui... — Um cara se aproxima, sentando ao meu lado no bar. Pela primeira vez desde que cheguei a esta cidade, alguém se importa de fato com a novata na cidade pequena.

— É, você acertou. — Digo, empurrando minha caneca de cerveja para cima, me virando para encontrar seu rosto. Quando, finalmente, o vejo, descubro que estou diante de um adônis. — Uau. — Solto entre os dentes, incapaz de esconder minha surpresa. — Você saiu de algum clube de mulheres ou algo assim? — Brinco, bebendo com dois grandes goles toda a minha cerveja.

O cara que se aproxima tem, com toda certeza, mais de um metro e oitenta, ombros largos, e ele está sem camisa, o peito nu estupidamente esculpido.

— É, eu acho que acertei. — Ele flerta, sentando ao meu lado e assobia para o garoto ruivo lhe trazer uma cerveja. — Duas! — Diz, deixando claro que vai pagar uma bebida para mim. — E não, não saí de nenhum clube de mulheres, não tem nada assim nesta cidade, mas eu adoraria conhecer mais sobre esse universo. — Zomba. O garoto chega com as duas canecas e um sorriso zombador no rosto. Todos eles parecem atletas agora.

— Estou bastante curiosa para saber o motivo que te fez desistir de roupas quentes nesse lugar tão frio. — Comento, enquanto ele me lança uma olhada de cima a baixo, dando de ombros, como se não fosse nada demais.

— Minhas roupas estão molhadas, deixei no escritório na secadora, e estou tomando uma cerveja enquanto elas secam. — Confessa, sem se dar o trabalho de explicar por qual motivo suas roupas estão molhadas.

— Então, você é o dono do lugar? — Puxo assunto, sentindo-me estupidamente interessada, uma vez que ele talvez possa me ajudar a conhecer mais da região. Não quero levantar suspeitas sobre estar procurando alguém.

— Não, não. — Balança a cabeça, os cabelos cortados curtos refletem a luz amarelada das lâmpadas vintage. — Nem de longe, sou só um cara que teve que trazer a namorada do dono até aqui.

Olho ao redor e percebo que alguns olhares estão em nós dois. O garoto ruivo também nos observa de vez em quando.

— Por que está todo mundo olhando? — Pergunto, cochichando perto da sua orelha. Ele é estranhamente quente, considerando a baixa temperatura que o aplicativo meteorológico indicava.

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