Nossa história começa em uma vila chamada Sherá. É uma vila relativamente pequena, com poucas casas juntas no que se pode considerar o seu "centro" e algumas fazendas ao seu entorno. Passando pelas ruas dessa vila, está um ser bem peculiar. Um anão de altura mediana trajando uma armadura um pouco gasta, carregando um martelo de guerra nas costas e uma trouxa na mão. Esse anão está se dirigindo para uma das fazendas ao entorno da vila. Seu nome é Rurik. Chegando na fazenda ele encontra uma senhora de idade e baixinha varrendo a entrada da casa. Quando a senhora percebe o anão se aproximando, ela trava no lugar de medo. Por mais que já tivesse visto seres iguais a ele, nunca tinha falado com um.
- Rurik procura trabalho – diz o anão com uma voz grave e forte, de modo bem intimidador. A voz da senhora não conseguia sair por causa do susto que tomou com o anão falando.
- Eu ... eu ... não tenho nada pra te oferecer – gaguejou a senhora quando sua voz conseguiu sair.
- Rurik precisa de trabalho – repete o anão, com a voz um pouco mais forte. A senhora se assusta de novo. Ela não sabe o que falar pra fazer o anão sair de perto dela até que ela teve uma ideia.
- Eu posso ter um trabalho pra você – diz ela se endireitando um pouco, mas ainda com medo. – Eu preciso de alguém para vigiar meus animais. Estaria bom para você?
Rurik sem hesitação aceita o trabalho. A senhora não entendia o porquê um anão estaria em uma vila daquelas, e ainda procurando qualquer trabalho, mas tinha medo de perguntar.
Ela pediu para que o anão a seguisse e eles foram até os fundos da fazenda. Nos fundos do lugar tinha um celeiro relativamente grande, um cercado com dois cavalos bem velhos e um galinheiro com algumas galinhas. Eles foram até a entrada do celeiro e a senhora disse:
- Eu não tenho um quarto sobrando, mas você pode dormir no celeiro. Tudo bem para você?
- Tudo bem para Rurik – disse o anão.
- O trabalho é simples – começou a senhora. – Você só deve vigiar ou meus animais para não serem roubados.
- Rurik entende – disse o anão. A senhora sabia que não poderia haver roubo nenhum. A vila era bem pacífica, mesmo que regularmente passe várias criaturas por ali. E ela não tinha nada de valioso para ser roubado. Mas talvez seja bom ter um ser intimidante para vigiar sua casa.
Depois de explicar suas funções, a senhora se dirige para a casa da fazenda e o anão entra dentro do celeiro. O interior do celeiro parecia um pouco maior o que visto do lado de fora. Suas paredes internas se um dia tiveram alguma cor, agora são totalmente desbotadas. O anão percebe que a estrutura é bem mal feita. Não tem o esmero de um anão naquele celeiro. O cheiro do lugar era uma mistura de fezes de animal com pelo molhado. Bem desagradável, mas é melhor que nada, pensa o anão. Ele se acomoda em um monte de feno que tem em um dos cantos do celeiro, mais perto da porta e deixa suas coisas no chão e deita no feno para descansar um pouco. Esse vai ser o lugar que ele vai ficar por um tempo.
Passaram se alguns dias desde a chegada do anão. A senhora que é dona da fazenda onde Rurik está percebe que algumas de suas galinhas sumiram. Desconfiava de que poderia ser o anão que estava matando suas galinhas que eram sua única fonte de renda. Reunindo toda a sua coragem (que não era muita) a senhora foi enfrentar o anão. Rurik estava passeando pela fazenda carregando seu martelo como se fosse bater em qualquer coisa que se mecha.
- Rurik – chama a senhora. O anão para e se vira em direção a senhora.
- Você andou comendo as minhas galinhas? – indagou a senhora quando chegou perto dele. Rurik encarou a senhora confuso. Tudo bem que ele comia qualquer coisa, mas ele era honrado em sua palavra. Se ele disse que ia proteger os animais, comer as galinhas não estava incluso.
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O Conto do Guerreiro que Chora
AbenteuerBem vindes a Sherá. Uma vila simples que é o começo de uma grande aventura. Os personagens são de autoria da Blablalogia Produções.