Part III

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RACHEL 

Meu teto é branco, assim como meus lençóis.

Eu gosto da claridade. De tudo transparente e fácil de entender.

Ao contrário do que foi a noite passada.

Lembro da bebida, de beber bastante. A parte do bar ia e vinha como flashes. Eu cantei no karaokê? Argh, dessa parte eu poderia esquecer !Mas me lembro de tudo que envolve a Quinn, das discussões no bar, de seguir ela pela rua, de nosso embate e depois... Deus, me perdoe, eu realmente chupei aquela mulher em um beco?

Coloquei as duas mãos no rosto.

—Eu nunca mais vou beber!

—Que pena. Você fica muito interessante bêbada.

Sentei na cama, assustada. Quinn Fabray estava ali. E talvez eu ainda esteja bêbada porque eu sei que já é de manhã e ela nunca ficou uma vez sequer depois do amanhecer.

Tive que me beliscar.

E ela não desapareceu.

—Rachel, pare de ser boba. Você não está sonhando –Ela veio até a beira da cama e sentou-se.

Olhando bem para sua roupa percebi que era minha, e dando uma olhada pra mim mesma percebi que minha roupa tinha sido trocada. Além de me levar pra casa (transar comigo até me fazer desmaiar) me trocou e ela ainda estava ali. Por que ela tinha se dado o trabalho?

—Ainda está aqui. Você nunca ficou antes.

—E foi um erro –Quinn pegou meu pé e apoiou em sua perna. Com seus dedos habilidosos começou a massagear. –Você é linda quando acorda, não devia ter perdido isso.

—Que horas são?

—Isso importa? É domingo. –Quinn deu ombros. Ela apoiou o outro pé e deu atenção a ele.

—Exatamente. Você tem o grupo automobilístico no domingo –Apesar de estar chocada por Quinn estar massageando meus pés tinha admitir que estava gostando.

Ninguém tinha feito isso antes. Podia me acostumar com aquilo.

—Andou me espionando? –Quinn sorriu traiçoeira.

Droga! Quinn nunca comentou comigo sobre o grupo. Arranquei essa informação de Santana quando procurei por Quinn na segunda vez que ela sumiu. Mesmo tendo sida deixada sozinha foi um consolo na época saber que era por um hobbie e não porque ela não queria me encarar.

—Santana comentou em um dia desse... –Mordi meu lábio inferior. –Perdeu a aula então?

—Nada no mundo é mais interessante pra mim do que vê-la, Rachel. Sei que vai ser difícil entrar isso nessa cabecinha teimosa, mas teremos o dia todo pra isso –Ela tirou atenção da massagem e focou seus olhos verdes em mim.

Estavam determinados. Como nunca vi antes.

—O dia todo? Pretende ficar o dia todo? –Chocada? Feliz? Com medo? Era difícil escolher como reagir aquilo.

—A vida inteira se quiser, meu amor –Quinn levantou minha perna até seus lábios, e depositou um beijo. –Mas como eu disse, precisamos conversar sobre isso. Então vá se arrumar, estou te esperando pra tomar café.

Quinn levantou e saiu do quarto. Simples assim.

Tomei um bom banho pra afastar o resto da embreardes, e me vesti com um shorts jeans e uma blusa branca. Meu cabelo estava destruído depois de ontem, então o prendi em um rabo de cavalo.

Why'd You Only Call Me When You're High? (FABERRY)Onde histórias criam vida. Descubra agora