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CHRISTOPHER UCKERMANN

Dois meses depois...

— Muito bem, Oliver! Você é um crack! É muito bom — grito ao vê-lo fazer um gol!

— Vai lá, Dani! Você consegue — Alfonso grita ao meu lado.

— Vai lá, inverte o jogo — digo quando ele passa perto de mim.

— Christopher, para com isso — ele reclama e ergo os braços me rendendo e Alfonso ri ao meu lado.

— Você está envergonhando o garoto! Vai, Dani, vai! — reviro os olhos ao vê-lo fazer a mesma coisa e rimos juntos.

[...]

O jogo acabou há quase meia hora e agora as crianças estão reunidas em volta de uma mesa de piquenique devorando bolachas recheadas, sorvetes e refrigerantes enquanto Alfonso e eu observamos de longe.

— Na nossa época, comíamos frutas depois dos jogos — resmungo.

— Eu ia dizer isso! Ali deve ter uns quatrocentos dólares em merenda!

— Christopher? — Oliver me chama ao se aproximar de mim e o encaro — Posso ir nadar na casa do Dani hoje?

— Por mim tudo bem! — dou de ombros — E por você? — pergunto a Alfonso.

— Na minha casa? Você quer ir nadar na minha casa? — Oliver assente ansioso e Alfonso cruza os braços sobre o peito e inclina a cabeça — Me deixa pensar por um minuto...

— O que você acha, Poncho?

— Tudo bem, eu deixo — Oliver sorri animado.

— Tem certeza que não quer ir tomar um brunch comigo e com sua mãe? — ele nega fazendo careta — Vamos comer ovos benedict e comer rabanadas...

— Claro! Porque é isso que as crianças querem em vez de nadar com os amigos — Alfonso debocha.

— Tudo bem, já entendi, já entendi — rio — Pode ir nadar com o Dani.

— Obrigado, Chris! — Oliver agradece e corre de volta para os amigos, me fazendo rir.

— Olha, eu não sei o que aconteceu entre você e Dulce, mas te fez tomar um rumo na vida... Por falar nela, como ela está?

Falar sobre Dulce ainda é doloroso para mim, então é um assunto que eu evito ao máximo. Meu relacionamento com Paula está melhor do que imaginei, gosto de estar com ela e com o Oliver, ela é uma mulher incrível, mas eu mentiria se disser que esqueci Dulce Maria.

— Não sei, nunca mais tive notícias dela.

Alfonso rapidamente muda o assunto, talvez tenha percebido algo em minha expressão, mas levo algum tempo para ignorar a pontada no peito que sinto sempre que seu nome é dito perto de mim.

[...]

— Eu não acredito! — Paula diz surpresa.

— Você está brava? — me preocupo.

— Não!

— Está feliz ou as duas coisas? — brinco nervoso.

— Christopher, você é louco! Pensou bem nisso?

— É um presente de aniversário — dou de ombros.

— Eu não posso ir para Paris assim do nada, o que faremos no trabalho?

— Se você não quiser ir, tudo bem, mas eu tenho certeza que tem um hotel cinco estrelas com uma banheira enorme esperando por você. Mas você tem razão, é uma péssima ideia, não devemos ir...

Dormindo com outras pessoasOnde histórias criam vida. Descubra agora