CHRISTOPHER UCKERMANN
Doze anos depois...
Visto a blusa enquanto desço as escadas correndo e paro apenas por um momento quando saio do prédio para enfiar um dos pés no tênis. Para variar, está chovendo, mas ignoro e a procuro com o olhar. Consigo vê-la a alguns metros de distância
— Ei! Hannah! — grito — Hannah!
Ela não me olha, mas sei que me ouviu porque começa a correr para longe de mim e começo a correr em sua direção. Quando desvio de uma senhora com um guarda-chuva enorme, me bato de frente com um entregador e várias caixas começam a cair ao chão, consigo pegar apenas uma e jogo para ele, que está me xingando irritado, mas ignoro e continuo correndo.
— Hannah! Espera, Hannah!
— Me deixa em paz! — grita, enquanto atravessa a rua.
— Eu posso ir atrás de você até o Brooklyn — digo seguindo-a. Uma buzina alta me assusta e o táxi amarelo freia bem em cima de mim. O motorista abre a janela para me xingar, mas eu o ignoro e continuo correndo — Você viu o que quase aconteceu? Espera, vamos conversar!
Ela não para de correr, mas eu a alcanço poucos segundos depois, fazendo-a parar e me encara.
— Graças a Deus você parou! — ela se esquiva de mim, está nitidamente irritada.
— Você é nojento! — grita, tentando atravessar a rua, mas eu a impeço.
— Talvez você tenha razão! Mas vamos conversar, por favor!
— Como pôde transar com ela?! — ela me empurra para o meio da rua e por muito pouco atropelado. O carro passa buzinando ao meu lado e bate com tudo em meu cotovelo, mas antes que eu possa sentir a dor, Hannah me atinge com a bolsa — Como você pôde me beijar depois de transar com ela?
— Porque estamos brigando no meio da rua?
— Porque eu quero que você morra!
— Ah, para com isso! — consigo segurá-la pelos braços e empurrá-la de volta ao passeio, onde não corro riscos de ser atropelado — Olha só, me escuta — ela se debate em meus braços — Para, para, para, para! — ela se solta de mim, mas para e respira fundo — Eu entendo a sua raiva, de verdade! — digo ofegante — Nossa, estou mesmo precisando voltar a me exercitar... — Hannah me fuzila com o olhar — Nós temos que discutir três pontos.
— Cara, sai da minha frente — pede, impaciente.
— Primeiro, sobre a exclusividade, eu me lembro muito bem que você disse que queria apenas um lance casual, lembra disso?
— Eu só disse aquilo...
— Provavelmente, porque achou que fosse o que eu queria ouvir — completo.
— É! — ela admite.
— Então, eu acreditar na sua palavra, não faz de mim um babaca, mas faz de você uma mentirosa! — Hannah bufa irritada.
— Você é um desgraçado! — ela tenta me atingir com a bolsa outra vez, mas eu me esquivo.
— Opa! Em segundo lugar, se você realmente quisesse uma relação monogâmica, porque transou comigo, casualmente, durante três meses? — pergunto intrigado — Tipo, quem quer cultivar flores, não as planta no armário. Então, ou você é estupida, ou, bem lá no fundo, você também não quer monogamia, entendeu?
— Você. Transou. Com. A. Minha. Melhor. Amiga! — diz entredentes, pausadamente.
— O que me leva ao terceiro lugar... Você está chateada, não porque eu transei com outra, mas sim por causa da pessoa com quem transei — digo em tom obvio — É isso, não é? Então, como esse seu planinho para começar um namoro com um cara que você não quer namorar de verdade não deu certo, seu problema comigo e com a Sara...
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Dormindo com outras pessoas
Fiksi Penggemar+18| FINALIZADA | Na época da faculdade, Christopher e Dulce perderam a virgindade um com o outro, impulsivamente. Doze anos depois, eles se reencontram em Nova York e percebem que se tornaram infiéis compulsivos em seus relacionamentos. Ligados p...