Acredite no Amor

6. Sequestro Vampiresco

Procurava por uma boa recepção distante da casa, próximo ao campo querendo ligar para minha melhor amiga ou apenas mandar uma mensagem, eu só precisava falar com alguém que pudesse entender o que eu estava sentindo, apenas isso. Distraída olhando para o celular enquanto o erguia, quase dava três pontinhos quando esbarro em alguma coisa dura. Olhei para a pessoa a minha frente, se pudesse se chamado de pessoa.

– O que você está fazendo aqui? - consegui perguntar, mesmo com medo.

Eu estava distante da casa, eu poderia gritar e talvez meu pai nem me ouvisse, mas eu estava pronta para tentar. Como se não bastasse a fazenda ser a quilômetros de distancia da cidade, ter um vampiro a minha frente.

– Meu pai já disse onde seu irmão estar, se é que Eric é mesmo o seu irmão - como um bruxo poderia ser irmão de um vampiro? A menos que ele fosse um bruxo antes e tenha se transformado, será que isso poderia acontecer?

– É verdade, não somos mesmo irmãos. Eric foi adotado pela minha mãe quando bebê, mas isso não interessa agora. A questão aqui é que você vem comigo.

– O que? - deu um passo para trás olhando-o sem acreditar - Você só pode estar maluco.

– Não, eu só preciso impedir que Eric vá atrás do pai e para isso ele tem que saber que você está comigo.

– E o que te faz pensar que ele vai voltar por mim? Nós nem nos conhecemos.

– Sim, mas eu o conheço o suficiente para saber que ele tem um fetiche por donzelas em perigo. E você - farejou o ar como se procurasse alguma coisa em mim - tem o cheiro de sangue de uma virgem, eu adoro esse cheiro, o sangue é sempre mais doce - passou a língua nos dentes e eu pude ver suas presas salientes.

– Eu não vou a lugar nenhum com você - dei mais alguns passos para trás - Nem pense em vim atrás de mim - dei as costas e corri, não sei o que eu tinha na cabeça para tentar fugir de um vampiro. Ele era mais rápido e mais forte conseguindo facilmente me agarrar por trás e me prendendo - Solte-me, por favor. Você não vai conseguir nada comigo.

– Isso é o que vamos ver.

Quando eu abri a boca para gritar senti meu corpo sendo levado o mais de presa possível, eu não estava aguentando o vento penetrando meu rosto e sem consegui nem mesmo respirar, o desespero me tomou sem saber o que iria acontecer comigo. Não sei quando chegamos no destino em mente do vampiro, eu acabei desmaiando em seus braços.

***

Eu estava em uma floresta e pelo céu parecia ser de madrugada, passava pelas arvores compridas e finas coberta por pouca camada de neblina quase me impedindo de ver o meu caminho. Ainda estava com o vestido branco, ele ficava perfeito em meu corpo, era de alça grossa e com um decote redondo em cima com detalhe rendado, apertado abaixo do busto marcava minha cintura e era solto na saia escondendo o meu quadril. Andava a vontade pela floresta, apesar de nunca tê-la vista, parecia procurar alguém e feliz eu sabia que o encontraria ele ali. Seja lá quem fosse.

Alguém estava de costas para mim, não consegui saber quem era, pousei a mão em seu ombro chamando a sua atenção. Ele se virou e um rosto apareceu, primeiro pensei que fosse Eric, mas o rosto mudou para de um certo vampiro loiro de topete. Ele sorriu, um sorriso maroto nos lábios que mostravam presas mais afiadas do que quando o vi antes.

– Pronta para ser minha, querida.

Ergui meu tronco no susto gritando "Não!". Respirei ofegante tentando me acalmar, passando a mão no meu rosto tentando entender o que estava acontecendo, mas o que eu mais queria mesmo era saber onde eu estava. Era um quarto simples, com paredes cor de creme desbotando, um cômodo quebrado e a cama dura de casal que eu estava. A porta abriu e uma cabeleira loira apareceu por trás, eu queria poder ter algum objeto ali para jogar nele.