~ Capítulo Um

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Segundas-feiras, quem não gosta? Eu particularmente odeio. Não sei, nunca fui com a cara de segundas-feiras, talvez por serem o segundo dia da semana. Nunca me acostumei com eles.

Mas hoje era o dia e nada iria me deter. Era o meu primeiro dia no trabalho e eu não poderia me atrasar. Me disseram que o CEO era bem rígido quando se travava de horários, eu que não seria besta de não cumpri-los. A tão famosa Belvedere, que tem uma reputação a se zelar.

Estava parada em frente ao guarda-roupa, escolhendo a peça para a ocasião certa. Uma camisa social e uma saia cairiam muito bem! Iriam me deixar com um ar de executiva importante. As primeiras impressões são as que ficam e eu, deixaria a minha marca registrada.

Com peças separadas, me dirijo até o banheiro para tomar um belo banho. Enquanto deixo a água cair pelo meu corpo, meus pensamentos vão parar em uma única pessoa: o CEO da empresa. Me disseram que ele é um cara reservado, extremamente bravo e agressivo as vezes. Que ele já teve milhares de secretárias e que o máximo que elas ficaram foi um mês. Eu tinha que ficar muito mais que um mês, o salário não era dos melhores, mas se eu guardasse certa quantia todo mês, eu poderia me formar em Ciências Contábeis ou Marketing. Era tudo que eu queria neste momento.

Desligo o chuveiro e me seco com a toalha. Seco meu cabelo e olho para a tela do meu celular. Eu ainda tinha uma hora para chegar lá.

Termino de secar, coloco peça por peça com cuidado. A saia estava um pouco apertada. Eu tinha engordado nesses últimos dois meses, devido a minha linda ansiedade. O peso era um problema para mim, mexia com a minha auto-estima. Mas nada me abalaria hoje! Amarro meu cabelo em um rabo de cavalo e faço uma make caprichada. Coloco saltos baixos, pego minha bolsa e meu celular. Respiro fundo antes de sair pela porta e caminhar pelas ruas.

(...)

Confesso que ter optado por caminhar até a parada, não foi a minha melhor escolha. Eu mal havia andado e aqueles saltos estavam me matando. Não estava acostumada a andar de saltos, mas era necessário.

Entrando no ônibus, vários olhares se voltaram para mim. Mulheres me encaravam com um olhar de desdém e os homens estavam me olhando de um jeito que me deixava desconfortável. Vou continuar firme. Paguei a minha passagem e me sentei em um banco vazio, colocando minha bolsa no banco ao lado. Coloco meus fones e olho pela janela. Estava tocando Confident, no estilo slowed. Deixava a música perfeita e única. Era uma das minhas preferidas.

Chegando na minha parada, desço e caminho até o prédio famoso de Nova York, Belvedere Companies. Uma empresa de ações e que lida com marketing, a área que eu queria atuar. Caminho até a recepção, um pouco ansiosa.

— Olá! Em que andar fica a empresa Belvedere?

A recepcionista para o que está fazendo para me encarar.

— No terceiro andar.

Sorrio para ela, que apenas me encara e volta a fazer o que estava fazendo. Caminho até um elevador e aperto o botão. Enquanto esperava, um homem de tirar o fôlego para ao meu lado. Estava vestindo um terno, cabelo penteado e o seu cheiro, impregnava o lugar. Olho para ele da cabeça aos pés, disfarçadamente. Ele realmente era um pedaço de mal caminho. O elevador chega e ele olha para mim.

— Damas primeiro. - ele sorri.

Quase me falta o ar. Que sorriso! Ele percebendo a minha cara, sorri mais ainda, o que me deixa sem jeito e me faz entrar no elevador sem olhar para ele.

— Qual andar?

— Terceiro. - digo sem muita cerimônia.

Ele aperta o botão e começa a mexer em seu celular. Eu, por outro lado, queria dar uma olhadinha no meu espelho de maquiagem. Não fazia mal ver se eu estava de acordo. Enquanto eu procuro na minha bolsa, acabo deixando o espelho cair. Olho para o homem, na chance de ele ser cavalheiro e pegar para mim, o que não adianta muito, já que parecia que seu celular estava muito mais interessante. Me abaixo e estico minha mão para pegar o espelho. Quando eu estava prestes a pega-lo, ouço um estralo e sinto minha saia rasgar na região da minha bunda.

Isso não pode estar acontecendo, ainda mais no meu primeiro dia de trabalho. O homem, por sua vez, começa a rir. Eu juro que se aparecesse um buraco aqui, eu iria me jogar nele e sumir. Ele estava rindo alto e não conseguia se conter. Eu estava ficando vermelha de vergonha, com certeza quase um pimentão. A porta do elevador se abre e eu corro para fora, na chance de encontrar um banheiro. O homem aparece atrás de mim e coloca sua mão em meu ombro, fazendo-me virar para encara-lo.

— Ei, eu não posso deixar que você ande assim pela a minha empresa.

Não, não, não. Isso não pode ficar pior.

— Vem, vamos até a minha sala.

Ele começa a caminhar e eu fico parada no mesmo lugar. Várias pessoas começam a me encarar e eu caminho o mais rápido que posso para alcançar ele. Entrando em sua sala, uma mulher está sentada na mesa.

— Estava à sua espera chefe. - ela fala com uma voz manhosa.

— Hoje não Angela, sai da minha sala.

— Mas eu pen... - ele a interrompe.

— Saia! - ele grita.

Ela rapidamente se levanta e se bota a caminhar até a porta. Quando passa ao meu lado, faz questão de me encarar com nojo. Eu tenho uma leve impressão de que não me darei bem com ela.

— Enfim. - ele tosse, chamando a minha atenção. - O meu closet está ali, pegue um casaco e amarre na cintura.

Casaco? Isso estragaria o meu look!

— O que faz ainda aí parada? - seu tom era áspero e severo.

Eu começo a caminhar até o closet dele. Era enorme e tinha diversas peças. Por que ele possuía um closet no local de trabalho? Por um momento havia me esquecido de que ele era o CEO.

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Nas mãos de um mafioso Onde histórias criam vida. Descubra agora