𝐿𝑢𝑛𝑎 𝐵𝑙𝑎𝑛𝑐𝑜
Luna piscou algumas vezes até realmente conseguir enxergar onde a mesma se encontrava. Estava em um quarto, que com a pouca iluminação que vinha da janela, dava para se dizer que já era dia. Sua cabeça latejava suavemente. O que havia acontecido? Existiam apenas pequenos fragmentos em sua memória de ontem à noite.
Suas mãos estavam acorrentadas, assim como suas pernas também. Um leve desespero começou a se formar dentro de Luna. Ela, com toda a certeza, não deveria ter ido para o lado de fora.
— Dormiu bem? - a voz vinha do outro lado do cômodo.
Luna girou sua cabeça na direção da voz. Ele estava escorado na parede com seus braços cruzados. A luz que vinha da janela, refletia em seu rosto, ressaltando a cor mel de seus olhos. Sua expressão era inexpressiva e isso causava um certo medo em Luna. Ela não deveria ter ido ao jardim, ou melhor, não deveria ter ido para aquela festa idiota. Sempre pensando nos outros primeiro. Sempre tentando agradar seu pai. E agora? Ele ao menos sabia onde a mesma se encontrava?
Seus olhos se encontraram, Luna totalmente perdida em pensamentos. "Talvez estar presa aqui seja melhor do que se casar por um contrato" pensou consigo mesma.
— Não respondeu a minha pergunta. - afirmou sem delongas.
— Sinceramente... A resposta não importa.
Ele ainda a encarava inexpressivo. Pensava que a filha do amado Matteo poderia ser mais interessante, bem, era o que ele pensava.
— Sabe por que está aqui? - arqueou uma de suas sobrancelhas, enquanto a analisava.
— Para eu estar acorrentada, deve haver um "bom motivo", eu imagino. - Luna o responde em um tom de sarcasmo.
O que, para sua surpresa, ele esboça um sorriso com sua resposta.
— E você nem imagina o quanto.
Por um momento, parecia que seus olhos haviam se tornado escuros. Foi tão rápido, que o mesmo voltou para sua expressão anterior.
— Seu pai está em dívida comigo... Uma dívida muito grande.
— Meu pai nunca deveu nada a ninguém, as pessoas que devem a ele.
— Mas a mim ele deve. E deve muito.
— Que tipo... de dívida seria essa? - perguntou, com certa relutância.
— Você saberá em breve.
Olhou-a por mais um instante até se desencostar da parede e começar a andar na direção da porta. Ele a abriu e a fechou atrás de si mesmo. Para Luna, ele era um total mistério. Olhou para as correntes que a aprisionavam, pensativa.
— Esse é o meu fim? Acabar presa em um lugar qualquer e nunca mais ser encontrada? - cochichava tão baixinho para si mesma, que a sua fala se tornava quase inaudível.
***
>12 horas atrás.
— Senhor...
Um dos homens que trabalhava para Matteo, tentava chamar sua atenção. Dois guardas que estavam de olho na Luna, haviam notado que ela não estava mais no saguão, há uns 10 minutos atrás. Isso não cheirava nem um pouco bem e todos sabiam o do por quê. Luna por ser a primogênita do Matteo, ela tomaria a posse da máfia assim que seu pai viesse a óbito. Ou seja, se matassem a Luna, não haveria herdeiros para tocar a máfia para frente.
A Luna estando fora do campo de visão deles, era bem preocupante. Todos sabiam que era má ideia trazê-la para a festa, mas Matteo quis expô-la em um sinal de que não sentia medo. Ele arcaria com as consequências.
Ele sempre foi assim e de qualquer modo... Luna não era sua filha biológica. Era contado nos dedos, de quem sabia sobre isso. Sobre o seu segredo mais obscuro.Um dos seus homens finalmente conseguiu sua atenção, quando o mesmo pigarreou ao seu lado. Matteo mudou da água para o vinho, no mesmo momento. Odiava ser interrompido em qualquer ocasião e todos sabiam disso, muito bem.
— É sobre a Luna senhor...
— Senhores, me deem um minuto. - Matteo olhou para os mesmos, esboçando um pequeno sorriso e se afastando aos poucos.
Quando estavam longe o bastante, retomaram a conversa.
— Você conhece as regras.
— A Luna não está em nenhum lugar, senhor. - respondeu com certa relutância.
O guarda olhava para baixo, sabia de sua posição. Ele tinha apenas um trabalho para esta noite e o mesmo havia falhado miseravelmente. Sabia que Matteo iria querer a sua cabeça no dia seguinte.
— Não é o que estou pensando, é? - o nervosismo em sua voz era notável.
Nada poderia dar errado esta noite, justamente por ser A Noite do ano. Era para comemorar a sua pequena vitória. Que o dia em que ele se vingaria de Elizabeth, estava mais perto do que ela própria imaginava.
— Mande vasculharem cada canto desse lugar. Não deixem que os outros notem o que está acontecendo, sejam espertos. Você ouviu bem?
O guarda só conseguia balançar a cabeça em sinal de afirmação. Seu corpo, neste momento, estava paralisado de medo.
•𝘌𝘴𝘱𝘦𝘳𝘰 𝘲𝘶𝘦 𝘨𝘰𝘴𝘵𝘦𝘮! 𝘕𝘢𝘰 𝘴𝘦 𝘦𝘴𝘲𝘶𝘦𝘤𝘢𝘮 𝘲𝘶𝘦 𝘤𝘰𝘮𝘦𝘯𝘵𝘢𝘳𝘪𝘰𝘴 𝘴𝘢𝘰 𝘣𝘦𝘮 𝘷𝘪𝘯𝘥𝘰𝘴 𝘦 𝘷𝘰𝘵𝘰𝘴 𝘵𝘢𝘮𝘣𝘦𝘮! ❤️•
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Nas mãos de um mafioso
RomanceE mais uma vez, nossa querida Lise embarca em uma enrascada. Depois da perda de seu querido amor e sua filha que foi vendida no seu nascimento, mesmo depois de ter perdido as esperanças sobre tudo. Para tentar apagar o seu terrível passado, passa a...