Strawberries & Cigarettes | vhope

always taste like you

Oi pessoinhas ><

Chegamos ao final dessa aventura e espero ter passado td a intensidade desses dois, mesmo que tenham sido só 5 capzinhos :')

Boa leitura e deixa um estrelinha pelo último cap, via ~

(...)

Taehyung acordou porque sentiu frio. O que era estranho, pois ele tinha certeza que fecharam a janela antes de deitar para dormir. Então ele rolou na cama e notou a ausência de Hoseok. A realidade o acertou como um punho fechado na boca do estômago e a razão do frio se fez conhecida. O momento da partida chegara e ele ao menos pôde se despedir. Hoseok havia saído silenciosamente pela janela e deixado nada além do cheiro de limão contra seus lençóis. Taehyung abraçou o travesseiro, apertando-o contra o próprio peito como se buscasse conforto no objeto inanimado. Estava sozinho e continuaria sozinho pelos próximos dias. O pensamento o consumia a ponto de fazer tremer todo o seu corpo. Quando afundou o rosto contra a fronha, Taehyung chorou soluçado. Era um som alto e desesperado, como se sangrasse em algum lugar. Doía no físico da palavra, como se seu coração tentasse rasgar o peito.

Quando se virou, ainda agarrado ao travesseiro, notou que o ar carregava a brisa de um cigarro que Hoseok fumara antes de partir, observando-o dormir. Notar isso apenas o fez chorar mais.

____

– Pegou tudo? – a voz de Jungkook questionou e Jimin conferiu a mochila uma última vez antes de assentir.

Fazer as malas era uma tarefa fácil para eles três: nada era tão importante que não pudesse ser deixado para trás, então se estivessem levando as carteiras com documentos e dinheiro, sobre o resto lidavam na próxima cidade que resolvessem parar. Viajavam com mochilas grandes e pesadas nas costas ou nos suportes que acoplavam na parte traseira da moto, mudas de roupas que trocavam entre si quando enjoavam feitas de compras em lojas de estrada. Fazer a mala era um processo tranquilo e energizante que precedia uma nova aventura, então por que Hoseok não conseguia fechar a própria bolsa?

– Hobi? – a voz de Jungkook era baixa e cuidadosa, do tipo que ele só usava quando estava preocupado com um dos dois companheiros e não queria invadir o espaço pessoal deles. Ele analisou Hoseok com o pé apoiado no aquecedor abaixo da janela aberta, os olhos perdidos na garagem cinza do estacionamento enquanto fumava o quinto cigarro da manhã.

– Estarei pronto na hora de ir – foi tudo o que ele disse. Não teve coragem de olhar para Jungkook, eles se conheciam bem demais para que pudesse esconder do mais novo que estava consternado.

Queria dar o fora daquela cidade o mais rápido possível, era como se o vento carregasse o cheiro de Taehyung e os raios de sol dispersassem sua risada. Hoseok já tinha trocado de roupa, mas mesmo sua camisa com a boca escancarada dos Rollig Stones parecia carregar o cheiro de camomila. Bufando, ele jogou a bituca do cigarro pela janela e se moveu em um ímpeto na direção da mochila, fechando-a com um movimento abrupto como se fosse desistir se pensasse demais. O quarto estava silencioso e Hoseok odiou ouvir os próprios pensamentos. Desejou mais daquele licor de morango, mas não era irresponsável o suficiente para beber antes de pegar a estrada.

O dia era mais frio que o anterior e a jaqueta de couro com spikes nos ombros e o símbolo do anarquismo nas costas fazia um trabalho simplório de protege-lo do vento. O ar parecia agitado, como o interior do motoqueiro, e isso apenas o deixava mais ansioso. Encheram os tanques no posto de gasolina próximo ao hotel barato onde passaram os últimos dias e Jimin aproveitou para comprar lanches lotados de sódio como desjejum. Hoseok mal sentiu o gosto do café puro que tomava, descendo os óculos de sol para o rosto quando os outros dois perguntaram se já podiam ir. Jimin se aproximou de Jungkook e selou os lábios em um carinho comum entre eles antes de pegarem a estrada, mas pela primeira vez Hoseok não foi capaz de olhar. Ele sabia que quando chegara no início da manhã, os outros dois estavam conversando sobre ele no quarto ao lado. As paredes eram muito finas para que qualquer coisa fosse mantida em sigilo.