Capítulo 179

328 42 38
                                    

Petra Pritchett
Covil - Base operacional, Paquistão
26 de maio de 2011 | 00:59

— A única pessoa que não vai me fazer nenhuma falta é o Robert! Que insuportável me acorda todos os dias às uma da manhã com essa mania de acordar pra comer! — digo exageradamente para os meninos que começam a rir bem alto! Robert é um homem alto, careca e é um dos meus melhores atiradores. Eu o ensinei tudo o que sabe sobre sobrevivência e claro, tiros!

— Você não vai morrer nessa missão Petra! — Robert diz chateado enquanto se levanta da sua cadeira ao meu lado e leva nossos copos de suco até a pia. Estamos lanchando na cozinha e estamos sentados em frente a uma enorme mesa que comporta todos os meus meninos

 Aqui existem homens de 25 a 40 anos. Todos eles têm filhos e são casados. Menos eu e Robert. Ele é irlandês assim como meu pai e é ruivo assim como meu pai e eles têm a mesma altura, chega a ser nojento me imaginar com ele

 Eu tenho dois filhos biológicos e mais uns cinco ou sete que nem sequer são meus. Robert tem três filhos e todos já são casados. Dá-me um pouco de tristeza eu ser a única com 51 anos aqui. Dos meus homens o mais velho tem 42

— Meninos, eu quero que cada um faça algo — murmuro enquanto limpo meu dedo na roupa de Kelvin que esta sentado ao meu lado esquerdo. Ele sempre morre de rir quando faço isso porque ele sabe que Robert odeia sujeira, ele é quem mantém a base brilhando — Quero que vocês escrevam uma carta para seus familiares, amigos e companheiros de missão! Eu já escrevi as minhas há uns 5 anos quando eu percebi que esposa do meu ex marido ficaria mesmo com ele!

— Nossa então a loirinha e ele vão ficar juntos pra sempre? Droga, agora como vou me casar com o Michael Jackson? — Kelvin diz com uma falsa indignação. Ele é a graça da nossa base. Ele é o meu Daniel quando eu estou longe de casa, Kelvin é um homem de 35 anos, ele é casado há 10 anos e tem dois filhos e eu sou madrinha dos dois. São ótimas crianças

— Sinto muito Kelvin, eu sabia o quanto você queria pegar ele! — digo com uma falsa tristeza para ele que faz um bico e suspira — Eu não escrevi nada para vocês porque, vocês todos sabem bem que eu os amo. Os amo muito. São minha família. Amanhã, pode ter a chance de todos nós morrermos ou, apenas alguns e com muita sorte nenhum! Mas, como já sabem! Se as forças armadas do Paquistão entrar na jogada, a gente mata todo mundo! Enfim, agora vou dormir porque essa pode ser minha última noite viva! — digo enquanto me coloco de pé — Amo vocês, boa noite! — murmuro enquanto ando até a porta da cozinha.

5:53

— Ele teve a cara de pau de aparecer aqui pra falar isso? — Robert pergunta indignado — E onde esta esse idiota? — ele pergunta. Em um puro silêncio ando em direção a nossa base. Entro. Todos já estão de pé esperando ansiosos por mim. Nós não estávamos esperando o presidente aqui hoje. Nem era minha intenção contar a casa branca que iriamos invadir a casa de Osama hoje

— Sentem-se! — digo firmemente a eles que reclamam magoados. Eles ficam muito tristes quando eu falo firmemente com eles. Aos olhos do mundo tenho aqui 120 dos melhores atiradores dos Estados Unidos, os homens mais temidos e respeitados do exército e todos treinados por mim, mas, mal sabem eles que são 120 mimados que ficam tristes quando eu falo grosso ou firme com eles

— Por que você ta brava? A gente fez alguma coisa ou ele falou a palavra proibida? — determinei que a palavra proibida era "desistência". Aceno positivamente para o tenente Taylor

— Relembrando! A casa tem três andares! É cercada por quartéis! Tem câmeras na parte de fora e por isso é vital que vocês não falhem na hora de desligar as luzes e sabotar os geradores que por incrível que pareça fica fora da casa, mais especificamente nos fundos! É importante que vocês são se esqueçam que tem mais de 10 câmeras na parte de trás da casa! — digo enquanto ando em direção a minha semi-automática — O muro tem três metros e por isso optamos por invadir pelo portão da frente! Sem energia, sem câmeras, sem chamar atenção!

— Ainda vamos seguir o plano inicial? Você vai entrar sozinha? — Robert pergunta em um tom preocupado — É que você sabe que qualquer um aqui daria a vida por você! Não precisa entrar primeiro de peito aberto! — os demais concordam com ele. Reviro meus olhos

— No dia que eu precisar de homem pra ser meu herói eu mudo meu nome! — falo desaforada enquanto pego meu punhal que estava na mão de Robert. Paro ao perceber que nenhum deles esta me seguindo. Me viro devagar — Eu sei que é difícil a ideia de que eu vou me arriscar, mas, eu prefiro que vocês fiquem vivos! Não sabemos quantas pessoas existem naquela casa! Não sabemos quantas crianças existem. Por isso vamos seguir o plano, não é porque ele tirou pais e mães da maneira mais cruel desse mundo que iremos fazer o mesmo! — digo enquanto volto a andar em direção aos carros.

Abbottabad, Paquistão
15:59

 Estão todos a espera do meu sinal. São 80 homens. Estamos todos usando roupas pretas. Meu cabelo está solto, ontem o cortei um pouco mais. Estou usando um coturno preto e estou portando uma semi-metralhadora, mas, eu quero matar aquele infeliz no punhal

 De maneira nenhuma que o deixarei sair vivo disso depois de tudo o que ele fez. Só no atentado de 11 de setembro ele matou quase 3 mil pessoas. Ao longo da vida ele fez muito mais vítimas, o número de vítimas que esse infeliz fez é incontável. Bem, hoje acaba o reinado desse imbecil. O plano é simples! Enquanto eu entro furtivamente, eles cercam a casa. Se em menos de 20 minutos eu não sair ou der sinal de vida, eles entram e acabam com tudo de forma rápida, letal e sangrenta!

 Nesse momento estamos há uns duzentos passos da casa dentro de um carro com vidros escuros. Estamos bem longe do alcance das câmeras da casa. Agora mesmo quatro dos meus meninos esta tentando desligar tudo. Bem, isso vai demorar mais uns 20 minutos. Enquanto isso, eu espero por aqui ao lado de Robert que não para de me olhar com essa cara de cachorro sem dono

— Petrinha — ele faz um bico. Faço uma careta para ele que suspira. Estica a mão até a minha mão direita e entrelaça nossos dedos — Foi um enorme prazer ficar em seu comando por todos esses anos! Eu te amo, mas, não te amo como todos os outros. Eu te amo como homem, eu te desejo e te quero loucamente — ele murmura enquanto lentamente aproxima seu rosto do meu — Se você voltar, me deve um beijo! — ele sussurra com um sorriso no rosto 

— Poxa! Eu estava querendo viver, mas pelo jeito vou ter que morrer. Que pena! — digo debochadamente para ele que ri. Meu celular da operação vibra avisando que a energia da casa de Osama acaba de ser cortada e os geradores foram sabotados. Ótimo. Que seja feita a vontade de Deus!

Altivez | Michael JacksonOnde histórias criam vida. Descubra agora