Get Back

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Era incrível a sensação de que Hogwarts não havia mudado nada nos últimos anos. Caminhando pelos longos corredores, sentia como se tivesse voltado aos seus anos de estudante, anos que ela não sentia falta alguma.

Hogwarts era maravilhosa, sem dúvidas, mas seus anos ali haviam sido um verdadeiro inferno.

Não havia levado nenhuma amizade dali para sua vida além do professor de Transfiguração, que agora era diretor, e havia a chamado para visitá-lo na escola. Ilka tinha algumas ideias em mente do que Dumbledore poderia querer com ela, mas não sabia se alguma delas a agradava.

Enquanto cruzava o corredor de pedras, notou que Alvo já esperava por ela e estava parado, de pé, em frente a grande gárgula que fechava a entrada do escritório. Parou por alguns segundos, observando-o. Quase três décadas haviam sido mais que suficientes para envelhecer o diretor.

Seus cabelos estavam mais longos e completamente brancos, assim como sua barba, que provavelmente já lhe alcançava o umbigo. Usava os mesmos característicos anéis, que Ilka sempre julgou serem muito estilosos, junto de um longo robe roxo. O professor – agora, diretor— exibia também um par de óculos meia-lua sobre a ponte torta de seu nariz. E os seus olhos azuis e acolhedores, como sempre foram, brilharam ao reconhecer a sua ex-aluna.

Ilka também estava mudada. O seu estilo havia evoluído de acordo com os anos. Os cabelos agora eram mantidos levemente mais compridos, na altura dos ombros e não mais no queixo, e eram sempre escovados também, em um belo corte Chanel.

Usava uma calça pantalona de cor branca, que muito provavelmente arrastaria no chão se não estivesse usando altos scarpins. Por dentro da calça estava parte de sua camisa, de cor azul-escura, onde alguns botões ficavam abertos em um belo decote, deixando à mostra também o colar que usava.

Alvo admirou-se ao notar que era o mesmo colar que a via usando em seu tempo como aluna em Hogwarts. Uma longa e fina corrente prateada, com um pingente das relíquias da morte.

— Ilka? Não achei que realmente viria – admitiu Dumbledore, enquanto a mulher se aproximava lentamente.

— Eu disse que viria, não disse? Sou uma pessoa de palavra. E confesso que fiquei curiosa, não sei se entendi muito bem o seu convite – respondeu Ilka, enquanto o diretor abria o caminho pela estátua.

O seguiu, ansiosa para conversar com ele. Não sabia por que Dumbledore fazia tanta questão de ter a conversa em seu escritório, já que a escola estava vazia e eles podiam conversar pelos corredores.

Era início de julho, então os alunos estavam de férias.

A sala do diretor era praticamente a mesma, tudo se mantinha exatamente como a Grindelwald se lembrava. Sendo uma sala grande e redonda, com altas prateleiras de livros – onde uma abrigava o chapéu seletor em seu alto – e diversos quadros falantes.

Notou que havia um quadro novo também, que exibia um retrato do antigo diretor, Armando Dippet. Havia também um utensílio novo, uma espécie de bacia suspensa de metal e pedra, com diversas runas ao seu redor.

Ilka aproximou-se daquilo, curiosa. Era diferente, e não se lembrava de ter visto nada parecido anteriormente. E olha que ela já havia visto muita coisa em sua carreira como desfazedora de feitiços.

— O que é isso? – Perguntou, referindo-se à bacia.

Observou também que atrás dela havia uma espécie de cristaleira, que possuía diversos frascos de vidros, como um estoque de um pocionista.

— Uma penseira, nunca viu uma? – Respondeu Dumbledore, parecendo realmente impressionado de que a mulher, com todo o seu histórico, nunca tivesse visto uma.

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