Capítulo Treze

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Malfoy! Era ele! Por Merlin! — Ora, ora. Que surpresa encontrá-lo aqui, Malfoy. — O loiro parou completamente, sua expressão antes pacífica parecia abismada. Hermione teve que rir da cara de bobo dele. — Faz sentido. Deve precisar de muita terapia pra tratar o babaca dentro de você. — Ela sabia que estava sendo um pouco maldosa, mas ele merecia... certo?

— Granger. — Ele piscou parecendo voltar a ter controle das suas expressões faciais. — Podemos... conversar? — Engoliu em seco.

Agora Hermione que estava com cara de boba. Ele não devolveu um comentário ácido que o ofendia diretamente?! Harry estava certo, ele estava muito estranho.

— Claro. — Disse um pouco envergonhada pelo seu comentário cruel. Em sua defesa, esperava um "não dirija a palavra a mim, sangue-ruim" ou "pelo menos a minha babaquice tem tratamento, seu sangue não".

Nem mesmo em seus melhores sonhos,  esperava que ele apenas a convidasse para conversar no salão de chá para visitantes do St. Mungus.

— Você está certa. — Começou com um risinho triste. — É preciso muitaa terapia. — Hermione nunca quis tanto enfiar sua cabeça na parede, com exceção daquela vez que Molly flagrou ela e Ron dando uns amassos no quarto dele. — Mas estou chegando lá. — Agora ele parecia apenas humorado e não mais depreciativo. — Apenas... por favor, não conte pra ninguém. — Ah! Isso fazia mais sentido, ele ainda era Malfoy. — Eu não quero colocar Minerva em problemas por conta disso. — O QUÊ?! — Teoricamente, eu não posso sair de Hogwarts, mas ela disse que isso é muito mais importante do que o que "burocratas velhos e amargurados pensam ser certo".

— É a cara dela dizer isso. — Eles riram.

— E na hora que ela disse? Eu tentei tanto controlar o riso que ela perguntou se eu queria ir ao banheiro. — Hermione riu ainda mais, não só das palavras, mas de todo o absurdo da situação. Dando risada com Malfoy. Se alguém falasse pra ela meses atrás que isso aconteceria, ela teria rido da cara da pessoa. Muito, muito mesmo. No entanto, aqui estava ela, vivenciando o momento e não conseguindo acreditar.

— Não se preocupe, Malfoy. Eu não contarei pra ninguém.

— Obrigado. — Ela já ia se levantar quando ele coçou a garganta. — Escuta, Granger... eu não sabia como fazer isso antes e doutora Morillo disse pra fazer só quando eu estivesse pronto e eu acredito que estou. — Ele parou de brincar com os dedos e a encarou. — Eu... Veja, eu tenho noção de que nada do que eu te disse e fiz com você será apagado, o tempo não volta e eu não tenho um Vira-Tempo. — Tentou descontrair, mas logo ficou sério e tenso de novo. — E eu não espero que me perdoe, mas mesmo assim... eu... me perdoe por tudo que te fiz. — Ele corou e voltou a olhar para seus dedos.

Certo... agora foi demais. Malfoy tem um clone ou um gêmeo bonzinho, são as duas únicas explicações plausíveis e Hermione não acredita em milagres. 

— Era isso. Obrigado mais uma vez. — Disse sem graça depois que permaneceram vários minutos em silêncio, Hermione tentando absorver o que estava acontecendo e Draco tentando impedir seu orgulho de aflorar da pior forma e a voz Malfoy de gritar na sua cabeça, mas as reclamações começaram a ficar fora de controle.

Ele se levantou e quando estava saindo, ela apressou sua reação, bolando um plano incrível na velocidade da luz. — Malfoy?

— Sim?

— Posso contar isso pra uma pessoa?

Ele parecia já esperar por isso. — Weasley?

— Não. Harry.

— Por que pro Potter?

— Eu acho que tenho um plano.

Chama Inefável {Drarry}Onde histórias criam vida. Descubra agora