Argila

17 0 0
                                    


O fato de tudo estar fluindo tá me deixando pior.

Okay, é muito estranho!
Sabe eu poderia estar feliz agora, mas não consigo, não sei como.
É aterrorizante pra mim olha ao meu redor, por que eu literalmente sinto com se eu  estivesse em meio a uma multidão do vazio.
Eu não entendo o que está acontecendo, não sei como lidar com isso. Isso? Isso?? Eu não sei lidar comigo!

Poha eu me sinto no meio ao mar, cercada apenas pelas águas e acima de mim só o céu e suas estrelas, além de seu mistério infinito, e está tão difícil de respirar aqui.

Vejamos bem, eu tenho tudo, tudo menos a mim mesmo...

Enquanto escrevo isso, são 21:07 de uma sexta-feira, eu estou no chão do quintal no fundos da minha casa rodeada de gatos que simplesmente apareceram aqui em casa, qual o propósito disso? Poha está frio pra caralho, tá tocando no fone uma música triste e eu permaneço aqui com o som no máximo, olhando uma tela escrevendo as palavras que vem na minha mente de maneira rápida e confusa. QUAL A POHA DO PROPÓSITO?

Sabe o pior disso tudo? Eu sinto que se um dia eu conseguir uma resposta, eu não vou saber lidar com ela. Qual é... eu me acostumei com essa merda toda desde sempre.

Tipo, eu vivo me questionando, me cobrando, me culpando... mas isso não significa que eu preciso de ajuda, entende?

É que no fim eu mesma me joguei aqui, eu mesma criei essa garota vazia... o motivo? Eu queria muito, e a sociedade só aceita aqueles que lhe agradam, então eu me tornei argila, me moldo a situações e momentos.

É quando estou sozinha, só com a lua me iluminando que eu percebo isso, eu sou argila, sou moldável pra um caralho, e aí quando não tem nada para me dar uma forma... eu posso ser essa eu, toda errada, confusa e pensativa.

Eu gosto disso no final, agir sem fazer algo sequer, pensar muito de um grande nada, colocar uma música alta e nem prestar atenção, só existir.

Poemas da madrugadaOnde histórias criam vida. Descubra agora