Capítulo 10

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Você acredita em uma outra vida, só nós dois?
Pode crer, que tudo vai dar certo,
Armandinho 

          A família sempre foi a minha base, e o bem mais mais precioso que eu poderia ter. Vendo a sintonia que a Carla tinha com todos me emocionava muito e tudo que eu quero é que um dia ela possa fazer parte definitivamente dela.

          Como hoje era véspera de Natal, minha mãe queria dividir o que cada um faria para ajudar. Ela e Dona Mara ficariam com a ceia, Thaís e Daniele ficariam com as sobremesas, meu cunhado e meu pai com as bebidas, e tomariam conta do Pedrinho, Carla e eu com a decoração da mesa, o que obviamente eu não entendia nada. Mas eu entendia que aquela era forma deles nos deixar juntos e eu era grato por isso.

         Minha mãe separou a louça que usaríamos. Pegamos também velas, taças, talheres, toalha de mesa. Algumas coisas acabamos buscando na casa da Thais, como sousplat*, guardanapos e porta guardanapos. Com tudo que tínhamos separado, Carla ainda não tinha se dado por satisfeita. Pude observa-la vasculhar a casa, procurando algo que pudesse usar, até parar o olhar na árvore de natal.

          - Vai depenar a árvore de Natal, Dona Carla? Meu Deus..."Pobi" da árvore. - Disse rindo com a mão no rosto, enquanto ela se misturava com galhos da pobre coitada, tirando alguns galhos e enfeites. Ainda bem que meu sobrinho não estava ali para presenciar aquele ataque.

          - Só na parte de trás lindo, não ri. Ninguém vai ver que eu roubei uns enfeitinhos e uns galhinhos - Falou mostrando língua. Enquanto eu tentava assimilar o fato dela ter voltado a me chamar de "lindo". Aquele definitivamente era um gatilho para mim.

          Ao fim de tudo, Carla acabou tomando a frente da arrumação. Ela mandava, eu apenas obedecia. Ainda sim, ela tinha feito a maioria. Confesso que fiquei admirado com o resultado. Como ela tinha feito aquilo ficar simples, porém perfeito. 

          - Você arrasou. Vai todo mundo ficar surpreso quando ver. - Elogiei.

           - Eu espero que sim - Respondeu dando uns pulinhos de felicidade

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           - Eu espero que sim - Respondeu dando uns pulinhos de felicidade. Demos um "High Five" em comemoração.

          - Eu tenho certeza. Depois dessa, acho que eu mereço até um descanso. - Disse dando um sorriso e uma piscada para ela.

          - A sua cara não queima não, garoto? A maioria da organização foi eu quem fez. - Falou jogando alguns enfeites de Natal em minha direção.

          - Joga mais se você te coragem... Só que joga... e corre... - Desafiei fingindo cara de sério. Porém ela não se intimidou, pegando logo uma almofada que estava ali perto, mandando em minha direção. Comecei a correr até ela, como forma de se defender tentou dar passos largos para trás com as mãos na frente do corpo para se esquivar. Acabei encurralando ela no canto da parede, a agarrando pela cintura. Foi ali o meu maior erro ou acerto, não sei dizer. Estávamos próximos demais. O fato dela envolver os braços no meu pescoço, não ajudou muito. A tensão logo pairou no ar. Era como se estivéssemos em uma bolha, onde nada mais existisse ou importasse. Não conseguia mais tirar os olhos dela. Aproveitei aquele instante para fechar os olhos e desfrutar do seu cheiro. Tudo que eu mais queria naquele momento era encerrar o pouco espaço que ainda havia entre nós e quando eu finalmente tomei coragem, ela desviou o olhar, rompendo o silêncio que havia entre nós.

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⏰ Última atualização: Jul 26, 2021 ⏰

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