Ainda me lembro de quando tinha a idade daqueles adolescentes que estão ali na quadra de vôlei. Ainda me lembro do primeiro relacionamento duradouro que tive, e olha que nessa altura eu só tinha dezesseis anos.
Kuroo sempre foi muito gentil comigo, afinal ele tinha sido um dos meus primeiros amigos. Foi com ele que experimentei algumas das "primeiras vezes" que um ser humano tem durante a sua vida. Primeiro amigo, primeiro amor, primeiro encontro, primeiro beijo... Claro que não foi só com ele que tive as "primeiras vezes",mas ele foi uma das primeiras grandes peças da minha vida.
Quando nós terminamos, era dia de jogo contra a Nohebi. Naquela altura a nossa relação já estava meio enfraquecida, aparentemente aos dezessete já não nos amávamos tanto quanto no início da relação, já não tínhamos tanto contato entre nós, parecia não passarmos de apenas amigos. No entanto, eu tinha um pouco de ciúmes de ver aquelas brigas entre Kuroo e Daishou. Kuroo parecia dar mais atenção aquela rivalidade que acabou que eu fiquei cansado e coloquei um fim naquele relacionamento que já tinha dado tudo o que dava para dar. Sim, ficamos um tempo longe um do outro, mas depois voltamos a ser grandes amigos tal como antes.
Quando cheguei na maioridade, tive alguns relacionamentos de curto prazo, foi durante um desses, que durou cerca de meio ano, que experimentei outra das "minhas primeiras vezes". Foi a primeira vez indo para a cama com alguém, e esse alguém era nada mais nada menos que Suna.
Aquele garoto de olhos esverdeados foi outra das grandes peças da minha vida. Foi com ele que senti prazer pela primeira vez, tal como foi com ele que aprendi a dar prazer, era uma relação principalmente física que havia entre a gente. No fim, levei algumas das coisas que havia aprendido para as minhas relações futuras.
Ohh, o relacionamento de Kuroo e Daishou? Bem, eu cheguei a ser convidado a ser padrinho de casamento antes mesmo de conhecer Suna. No entanto, nunca houve cerimônia de casamento, mas sim um funeral. Demorou um pouco para que Kuroo se tivesse recomposto. Mas aos trinta e dois, lá estava ele no meu casamento com Hinata, acompanhado de Bokuto, seu noivo.
O meu casamento com Hinata foi com toda a certeza o relacionamento mais duradouro da minha vida. Durou mais de três décadas e mesmo com seus altos e baixos, não deixou de ser a maior peça do puzzle que foi a minha vida amorosa, os nossos desentendimentos eram superados pois nenhuma peça de um puzzle é lisa. Foi nessa relação que eu tive a oportunidade de adotar uma criança, que deu alegria à casa todas as manhãs até finalmente chegar à vida adulta. E foi ela que me apoiou no futuro em que Hinata já não estava mais presente devido a um câncer que o levou à morte.
Esse acontecimento fez com que eu desenvolvesse, segundo um médico, depressão. E foi por esse motivo que já não era capaz de tomar conta de mim mesmo como antes. A minha filha não podia abandonar o seu emprego para tomar conta de um velho de sessenta e oito anos como eu, então resolveu me colocar em um lar. Fiquei lá durante uns oito anos, e nesses oito anos conheci Akaashi, um idoso que não ligava para as rugas no meu rosto, os meus cabelos longos e sem cor, e foi com ele a última peça que faltava antes de eu falecer naquela noite de primavera, onde as flores das cerejeiras caiam no escuro da noite.
Eu não guardei rancor dos exs que eu tive pois adquiri vários conhecimentos com eles e mesmo que determinadas relações tenham dado errado, mesmo que algumas delas tenham terminado de uma forma trágica, foram elas que me tornaram aquilo que eu sou hoje e claramente eu sou grato a todas as pessoas que eu amei.Dizia Kenma para um jovem anjo, naquela branca nuvem enquanto caminhava para perto de quatro outros anjos que haviam sido os tais pedaços importantes da sua vida
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Os grandes amores da minha vida
Fiksi Penggemar"Mesmo que determinadas relações tenham dado errado, mesmo que algumas delas tenham terminado de uma forma trágica, foram elas que me tornaram aquilo que eu sou hoje e claramente eu sou grato a todas as pessoas que eu amei"