Escolhas [CONCLUIDA]

6.

Meredith PoV

Eu abro os olhos sem entender direito onde eu estou, tento me mexer e não consigo, não consigo falar, pisco os olhos algumas vezes, não faço ideia do que está acontecendo e nem de onde eu estou.

Tem algo na minha garganta que incomoda demais, mas eu não consigo me mexer pra tirar, fecho os olhos novamente, a voz não está aqui.

Mais uma vez, eu abro os olhos, a voz estava aqui antes, eu pude ouvir a história, eu gostei da história, agora não lembro mais, eu gosto daquela voz, eu pisco algumas vezes e me concentro em mexer minha mão, eu consegui, eu posso me mexer.

- Ela tá acordada, chama o médico

Alguém diz, é uma mulher e chamou um médico? Onde eu estou? Várias pessoas chegam e começam a falar comigo, mexer comigo, tiram o negócio da minha garganta, falam sobre várias coisas que eu não entendo, eu preciso muito tomar água, meu coração tá acelerado

- Meredith, você precisa se acalmar, tá tudo bem

O homem de branco fala comigo muito calmo. Quem são essas pessoas? Acho que esse é o médico

Quem é Meredith? Eu? Por que eu não lembro? Como eu não sei quem eu sou?

- Você sabe o que aconteceu?

Ele me pergunta, eu faço que não, eles se olham

- Eu vou levantar um pouco a cama e vamos tentar conversar melhor

Ele faz isso e é muito melhor, pelo menos agora eu vejo direito as pessoas ali, eu não conheço absolutamente ninguém

- Você não pode falar agora por causa da traqueostomia, é normal, você sofreu um acidente, lembra disso?

Acidente? Como assim? Mas eu só nego novamente

- Tudo bem, é normal não lembrar do acidente, eu vou fazer mais uns testes com você, seu marido deve chegar aqui logo

Eu arregalo os olhos, MEU O QUE? EU SOU CASADA? COMO EU NÃO LEMBRO? POR QUE EU NÃO LEMBRO?

Pelo bipe da máquina, meu coração acelerou novamente

- Tudo bem, fica calma, essa confusão mental é normal, já tem algum tempo que você estava dormindo, vai ficar tudo bem

Eu tento respirar fundo, mas é difícil com esse curativo na garganta, tento lembrar do acidente, do marido, do meu nome, qualquer coisa e não consigo, é como se minha mente fosse uma folha em branco.

Depois de um tempo em que fizeram exames de todos os tipos e trocaram minha roupa, a porta se abre e um homem entra, todo mundo olha pra ele, eu nunca o vi na minha vida... eu acho

- Senhor DeLuca, vamos dar um tempo pra vocês, mas precisamos conversar depois, ela está um pouco confusa e não pode falar ainda

O médico diz pro homem, pro senhor DeLuca

- Tudo bem, obrigado

Ele responde, é a voz, um alívio toma conta de mim, pelo menos ele me conhece, eu não sei bem o que ele dizia, não consigo lembrar de tudo, mas reconheço a voz. As pessoas vão saindo do quarto, ele se aproxima e fica em pé perto de mim

- Oi, eu... é... é um pouco estranho falar com você acordada

Ele diz meio sem graça, eu esboço um sorriso

- Você parece bem melhor agora

Meneio a cabeça, ele passa a mão pelo cabelo, anda pelo quarto