Capítulo 100

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A lua brilhou fortemente naquela noite de verão em Dresden. Como se refletisse na água, lançava sombras sobre a pequena rua atrás da Ópera Semperoper. Luzes fracas e nebulosas brilhavam em alguns postes de rua. Exceto por um punhado de carros, ninguém passou.

No momento em que viu o outro homem, Qi Mu quis se virar e ir embora.

Ele alimentou essa ideia infantil. Ele sabia que o homem provavelmente havia esperado por muito tempo, então Qi Mu suspirou pesadamente e aceitou seu destino.

Qi Mu acenou com a mão e sorriu: "Há quanto tempo. Que coincidência, certo?" Sua voz estava calma, como se nada tivesse acontecido.

As sobrancelhas de Min Chen se ergueram ao ver o jovem tão calmo. O toque de um sorriso apareceu em seu olhar. Ele balançou sua cabeça. "Sim, que coincidência. Só esperei três minutos."

Qi Mu: "..."

Três minutos? Isso significa... Se ele tivesse saído quatro minutos antes, ele não teria encontrado esse cara?

Adivinhando os pensamentos do jovem, o sorriso de Min Chen se aprofundou. Ele acrescentou outro golpe: "Eu também queria visitar o Sr. Farrell e a Sra. Audrey esta noite. Vamos juntos?"

Qi Mu: "..."

O luar frio brilhava sem obstruções no céu, e a brisa fresca da noite dissipava o calor do verão.

Qi Mu havia aceitado completamente a realidade de sua situação. Ele não agia mais como um idiota, nem evitava Min Chen. Ele segurou a caixa do violino na frente e encostou-se na parede de tijolos ao lado do outro homem.

Nenhum dos dois falou. Tudo o que Min Chen tinha a dizer já foi dito.

Min Chen nunca foi bom em se expressar. Esse simples "gosto de você" já exauria o homem contido e introvertido.

Qi Mu inclinou a cabeça para cima, olhando para a lua.

O luar brilhante dominou as estrelas. Era uma visão rara, porque as luzes de néon da cidade geralmente atenuavam o luar.

Nenhum dos dois falou, mas a atmosfera estava maravilhosamente tranquila. A brisa passou, agitando as folhas dos dois lados da estrada.

Bem quando Min Chen pensou que o jovem que o havia evitado por um mês não iria falar, sua voz agradável soou——

"Seu disco... Eu ouvi." Seu tom era impotente. "Eu escutei a última peça. Foi a gravação mais perfeita de Min Chen ou Auston Bertram que já ouvi."

Ponderando um pouco, Min Chen finalmente concordou. "En."

O luar branco brilhou no rosto do jovem. Seu sorriso se suavizou e ele disse: "Na verdade... Não sou uma pessoa que tende a fugir. Eu acabei de... não saber o que dizer."

Min Chen olhou para o jovem e perguntou: "O que é?"

Em vez de responder diretamente a ele, Qi Mu começou a se lembrar. "Quando ouvi o nome 'Min Chen' pela primeira vez, foi há mais de uma década, quase vinte anos, provavelmente. Fiquei surpreso, pensando que um chinês ganhou Xiao Sai com nota máxima?"

Qi Mu balançou a cabeça desamparadamente. "Desde então, comecei a prestar atenção nele. A primeira peça que ouvi foi 《St Matthew Passion》 de Bach , depois Chopin, Beethoven, Schumann, Schubert e finalmente... Liszt."

Após uma pausa, Qi Mu olhou para Min Chen. Com um aceno provocador, ele perguntou: "Oh, sim. Eu descobri há muito tempo... Você raramente toca Mendelssohn. Por que?"

Em uma rua tão tranquila e deserta, eles falavam baixinho e o ambiente era harmonioso.

Min Chen olhou para o jovem, sentindo como se a luz da lua fosse atraída para seus olhos claros. Ele sorriu e perguntou em resposta: "Eu me formei no Conservatório de Leipzig, você sabe disso, certo?"

O REI DA MÚSICA CLÁSSICA (1) [BL]Onde histórias criam vida. Descubra agora