O REI DA MÚSICA CLÁSSICA (1) [BL]

Capítulo 99

A sala de espetáculos da Casa de Ópera Semperoper era diferente de outras salas de concerto.

Salas normais na Europa foram arranjadas com o palco no centro e o auditório ao redor. Isso permitiu que o som se estendesse o máximo possível, e foi mais fácil para o público curtir as músicas mais bonitas.

Mas, uma casa de ópera da prioridade à atuação teatral.

Na maioria das casas de ópera, a orquestra ficava cerca de um metro abaixo do palco para que o público pudesse se concentrar na apresentação.

Uma excelente orquestra jamais roubaria os holofotes da ópera. Eles impressionariam o público com música fantástica e os mergulhariam na ópera do início ao fim.

A Orquestra de Dresden foi uma das mais destacadas nisso.

《A Flauta Mágica》 foi a última ópera que Mozart escreveu em seus curtos 35 anos. A história de sonho era um conto de fadas.

Uma serpente gigante perseguiu um valente príncipe egípcio, mas três damas, atendentes da Rainha da Noite, o salvaram. A rainha mostrou ao príncipe uma foto de sua filha e deu-lhe uma flauta. Ela então pediu a ele para resgatar seu filho do "Diabo". No entanto, a verdadeira identidade deste assim chamado "Diabo" era o Líder dos Sacerdotes de Luz. Assim, o príncipe foi enganado e matou o "Diabo" por causa da inveja da Rainha.

Assim como Mozart, que viveu uma virada em sua vida miserável, toda história teve um final feliz. O príncipe percebeu a trama da rainha e se casou com a bela princesa. E 《A Flauta Mágica》 inaugurou o final perfeito.

As histórias sempre foram lindas, mas a vida era cruel. Como a maior ópera de sua vida, 《A Flauta Mágica》 rendeu-lhe glória sem fim, mas não conseguiu salvar sua vida.

Enquanto Qi Mu estava em Viena, Lance disse a ele que queria que Qi Mu fosse como Mozard, não Beethoven.

Embora ele tenha sofrido de doença e uma vida miserável desde jovem, a música de Mozart era positivamente otimista. Ele acreditava que o mundo era lindo e que o bem sempre triunfaria sobre o mal.

A segunda música do primeiro ato 《Der Vogelfänger bin ich ja》 (O Birdcatcher Sou Eu) foi apresentada no palco.

O tenor cantou uma melodia animada, vestido com trajes extravagantes. Sob o palco, o som melodioso da orquestra alcançou o público.

Qi Mu nunca ficou tão feliz que a orquestra tivesse uma posição imperceptível durante uma ópera.

Qi Mu podia sentir um olhar ardente sobre ele enquanto caminhava para o palco. Foi tão forte que fez sua garganta ficar seca. Ele não se atreveu a erguer os olhos.

Ele sabia--

Era aquele homem.

Farrell garantiu pessoalmente que o nome de Qi Mu não estava impresso nos folhetos e pôsteres para evitar mal-entendidos. Ninguém na platéia sabia da presença de Qi Mu, exceto alguns dos velhos amigos de Farrell.

E... Quem mais iria olhar para ele com esse tipo de olhar ardente?

Como membro do primeiro grupo de violino, era difícil evitar a atenção. Quando Qi Mu não pôde mais sentir aquele olhar feroz, ele soltou um suspiro de alívio. Logo, a ópera começou.

Assim que ele começou a tocar, o mundo de Qi Mu consistia apenas no som da orquestra e o maestro no pódio.

Qi Mu serviu como um membro comum. Com suas habilidades, entretanto, ele estava qualificado para ser o concertino. Mas, assim que participou, Qi Mu percebeu a diferença entre uma ópera e uma apresentação orquestral.