Unemployed

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- MAMÃE!!! MAMÃE, POR FAVOR!!! POR QUÊ? POR QUE ISTO ESTÁ ACONTECENDO?

Eu continuo gritando e chorando, vendo a pessoa que eu mais amava em meus braços, pálida e fraca como nunca antes esteve. Como eu pude deixar isso acontecer? Por que eu não percebi antes? Se eu tivesse acreditado em você, você não teria perdido a sua vida dessa maneira tão vil.

Alguns meses antes

- Me desculpe, Izuku, meu filho. Você e sua mãe são muito queridos por mim, mas eu já não tenho condições de pagar funcionários e, por isso, tenho que fazer isso. Você está demitido.

- Mas senhor, se eu perder esse emprego eu não vou ter como pagar os impostos e nem comprar comida para minha mãe e eu.

- Eu sei, mas não há nada que eu possa fazer para lhes ajudar. Minha família também está passando por dificuldades e é provável que tenhamos que fechar a loja.

- Eu entendo. Sinto muito. Não se preocupe, eu tenho certeza de que vou arranjar um emprego novo logo. Obrigada por cuidar de mim e me ajudar quando eu precisei. Eu devo muito ao senhor.

- Eu te tenho como um filho e me entristece ter de fazer isso. Espero que você não guarde ressentimentos. Venha nos visitar quando puder, nossa Ochaco sempre fala de você e acho que vai sentir sua falta.

- Voltarei e com boas notícias. Bom, então eu vou ir agora.

- Ah, Izuku. Aqui está o salário deste mês. Não é muito, mas espero que possa ajudar-te.

- Muito obrigado, que as bênçãos caiam sobre o senhor. Até logo.

- Até logo. Boa sorte.

- Obrigado - digo fazendo uma breve reverência e saindo logo em seguida

O que eu vou fazer agora? E se eu não conseguir um emprego? E a mamãe? Maldita hora em que fui perder o emprego. Por enquanto vou começar a procurar emprego nos lugares com mais clientes. Eles devem estar precisando de funcionários.

[...]

Eu estou exausto. Já anoiteceu há horas e eu não consegui um emprego ainda. As lojas já estão todas fechando, é melhor eu voltar para casa por enquanto.

Amanhã continuarei procurando, deve ter algum lugar que esteja precisando de funcionários. Também tenho que visitar a Ochaco, comprar os remédios da mamãe e comprar alguma coisa para jantarmos, o pão já acabou e não temos mais legumes nem verduras. Sem falar que a água que estamos bebendo ultimamente está um pouco suja pela ferrugem da bacia em que a reservamos. Preciso trocá-la logo.

- Mamãe, cheguei.

- Bem-vindo, filho. Como foi o trabalho hoje?

- Foi tudo bem, e como foi o dia da senhora?

- Não consegui vender quase nenhum chapéu. Parece que um chapeleiro estrangeiro está vendendo chapéus lindos e de boa qualidade na capital.

- Ora, mamãe, ninguém faz chapéus melhor que a senhora. Deve ser só porque ele é de fora. Ainda é novidade, então todos querem comprar dele, mas logo voltarão a comprar os chapéus da senhora.

Vejo minha mãe gargalhar com meu comentário.

- Obrigada, meu filho, mas nós dois sabemos que não é verdade. Mas tudo bem, uma hora isso ia acontecer. Estou cansada então já vou dormir. Boa noite meu filho, durma bem - diz e vai para o quarto.

Como posso dizer a ela que perdi o emprego? Ainda mais agora que ela também não está conseguindo vender seus chapéus. Espero que amanhã meu dia seja um pouco melhor que hoje.

Cursed LoverOnde histórias criam vida. Descubra agora