🎁| 2. Seu primeiro desejo

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Estático.

É assim que Jimin permanece naquele porão empoeirado.

O Park está ali, paralisado, com os olhos arregalados, a boca entreaberta, as mãos suando frio e o coração acelerado, não crendo que esteja realmente vendo aquela figura à sua frente.

— Como isso é possível? — Park sussurrou, ficando, talvez, muito assustado. E não é para menos, já que é impossível alguém aparecer na frente de outra pessoa através de luzes cintilantes no ar.

Bom, deveria ser impossível, mas aparentemente não é.

A questão é que sua mente não sabe o que pensar sobre esse acontecimento completamente surreal e estranho, pois se contar para alguém o que acabou de presenciar, todos vão falar que é invenção de sua cabeça ou uma grande mentira, querendo lhe internar em um hospício, até. Jimin também acharia isso se alguém fosse lhe contar. O mais aterrorizante naquela situação é não saber o que deve fazer; se deve sair correndo ou ficar ali parado feito uma estátua, observando aquele estranho — mesmo sem perceber, Jimin já está fazendo a segunda opção.

Enquanto os pensamentos do Park estão tratando de devorar seu cérebro com teorias, o outro garoto mantém a feição irritada, um pouco indignado, talvez. Pela pouca iluminação, mas graças aos longos segundos encarando o rosto alheio, Jimin percebeu que os olhos castanhos claro quase em um tom amarelado estavam devolvendo o olhar com fúria, o que fez ele engolir seco.

Caralho, MF! Justo eu? — A voz era grave e estava carregada de raiva.

Jimin deu três passos para trás, subindo de forma desajeitada os degraus da escada e quase caindo.

— Você sabe falar — Afirmou surpreso, mas deixou a voz falhar por conta do nervosismo.

O garoto de mechas azuis nem queria estar ali para começo de conversa, porque sua vontade mesmo era continuar dormindo em sua cama. Para ser um pouco honesto, a última coisa que gostaria de fazer é usar seus poderes para servir um humano de valores duvidosos.

Por fim, ele suspirou controlando-se. Logo disse:

— Você vai ficar me olhando assim até quando? — Disse curioso, estalou a língua no céu da sua boca e cruzou os braços.

Jimin despertou de seus devaneios com um sobressalto e sentiu um arrepio em todo o seu corpo.

— E sim, lógico que eu sei falar — Rolou os olhos. — Sou mais intelectual que você, humano estúpido!

Nesses poucos instantes sem sentindo algum, Jimin fez uma nota mental: que boca suja!

Park pensou em rebater, mas preferiu se concentrar em saber se aquele ser humano — se é que era um humano — estava mesmo ali ou era algum tipo de alucinação ou miragem que sua mente cheia de preocupações criou para distrair-se do cotidiano. O desconhecido observou o local, e decidiu que seria uma boa ideia sentar sobre uma das caixas ali, enquanto Jimin criava coragem para aproximar-se.

Quando finalmente chegou perto o suficiente para tocar no rosto de traços suaves porém com uma expressão nada amigável, Jimin comprovou que, sim, seja lá quem fosse aquela pessoa e como ela apareceu depois daquele show de luzes, era real, carne, osso e uma língua afiada.

Arqueou as sobrancelhas, julgando em silêncio cada atitude do humano imbecil.

— Ei! — proferiu ele. — O que acha que está fazendo? — Deu um tapa na mão pequena do loiro fazendo-o dar alguns passos para trás.

— Desculpa. Você é mesmo real — Jimin falou descrente a última parte em quase um sussurro, suspirando logo em seguida.

— Você é desprovido de inteligência mesmo ou isso é algum tipo de atuação? — Cruzou os braços ficando novamente irritado com aquele humano estúpido.

Os treze desejosOnde histórias criam vida. Descubra agora