Como Plutão

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#Galáxia

Danger: Conteúdo delicado.

Eu seria como Júpiter ou como Mercúrio? São tantas indagações na minha mente do que eu me tornaria daqui pra frente.

O Jimin feliz estaria indo embora, trazendo a roupagem da tristeza?

Eu seria como Plutão? Esquecido por todos?

Acordo dos meus devaneios quando escuto Donghae falando.

— Você nunca escuta o que eu estou dizendo! Você definitivamente não presta para absolutamente nada! —Ele disse com grande desprezo, me olhando com os olhos pegando fogo de raiva.

Os ataques estavam começando a serem frequentes. Jimin sendo como a presa em suas mãos, fraco o bastante para sair da ruína, mas não até hoje, o ponto final já estava destinado.

—E-Eu... Me desculpa, não foi minha intenção Don. — Disse gaguejando levemente, com os olhos arregalados de medo.

Ele apenas ri debochado da minha fala.

— Que patético, por que estou com você mesmo? — Ele volta seu olhar ao computador, deixando minha presença de lado. Não era as das mais importantes.

Sinto meu nariz ficar levemente vermelho, minha mente com turbilhões de pensamentos. Como cheguei até aqui?

Seguro o choro e vou ao banheiro, me olho no espelho e me deparo com uma das minhas piores versões de mim mesmo. Céus! Suas olheiras estavam fundas, seu corpo branquinho e curvilíneo cheio de marcas roxas escondidas, mas que ele sabia que existiam e como existiam.

Mas para Jimin, o amor o salvaria.

— O que está fazendo amor? Sabe, eu estou com muita fome, faça algo pra mim. Não esqueça que estou de dieta, preciso emagrecer para ser o magro da relação. — Ele riu se jogando para trás na cadeira nova.

Enxugo as lágrimas que desciam como a chuva em uma janela de um carro, sem regras e silenciosa. Saio do banheiro e sorrio levemente com as lágrimas deixadas apenas no banheiro, ele me puxa para a cadeira dele fazendo com que eu sentasse no seu colo.

— Hoje o dia foi cansativo, a faculdade está me matando aos poucos Don, eu já vou fazer. — Falo com a voz cansada, desviando o olhar.

— Depois passa, faz pra mim? Eu trabalhei o dia todo. — Deu um tapinha na minha bunda, não ligando para absolutamente nada do que o mais baixo tinha acabado de dizer, afinal as coisas estavam mudadas.

Enquanto viviam em casas diferentes, o namoro deles era admirável. Donghae era como um príncipe, qualquer pessoa o desejava, seu tratamento com Jimin era indescritível, a sensação da divindade morava com eles mas por tão pouco tempo. O verdadeiro Donghae foi revelado, o que não pestanejava em bater, em abusar e a fingir o que era o amor, afinal seu papel foi feito muito bem, o de usar pessoas. Para Jimin que nunca se envolvera com ninguém, o amor era aquilo.

Desceu as escadas, a casa cinzenta como nunca havia visto. Se encontrando na cozinha, fez qualquer coisa que havia dado na hora, afinal estava exausto. Sentiu um grande aperto no peito, sua vista escurecendo como nunca.

Não! Não! Está tudo bem Jimin, levante.

Pego o primeiro alimento que vejo em minha frente, mordo com o restante de força que tinha e me apoio na pia.

— Que inferno, eu estou com fome Jimin! — Ele grita da parte de cima. — Anda logo!

Minha respiração se torna ofegante, sinto um tremor muito forte em minhas mãos e uma fraqueza inexplicável. A cada dia esse cenário estava se tornando o meu habitual. Subo as escadas com meu coração acelerado, pisando de qualquer jeito.

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