Encontrando o meu próprio lugar, mantendo os lugares para cada um.

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Namjoon

12 de junho, ano 22

Depois de nossa ida à praia, não ligamos um para o outro. Eu sabia o que todos estariam fazendo. Yoongi provavelmente estava enfiado em sua sala de trabalho e Hoseok estava indo e voltando entre a lanchonete Two Star Burger e a sala de dança. Jungkook estava esperando o início das férias escolares, e Jimin provavelmente tinha deixado o quarto no telhado do Hoseok e voltado para casa.

Eu também estava tentando manter minha rotina diária trabalhando duro no posto de gasolina. Todos nós tínhamos nossa própria vida para viver, e coisas que eram urgentes ou importantes para nós. Como se nada tivesse acontecido, estávamos voltando para nossos lugares.

De vez em quando, eu me lembrava do que Taehyung tinha dito na praia. Para ser sincero, muitas vezes me lembrei de suas palavras e fui atormentado por elas. Suas palavras também trouxeram de volta as memórias da vila no campo que eu pensei ter esquecido. Naquele dia tempestuoso de inverno, o que Taehyung... não... o que JongHun queria me dizer? Se eu tivesse ouvido, as coisas teriam mudado?

O que Taehyung queria me perguntar naquele dia na praia? Taehyung não parecia com ele mesmo, parecia sério e desesperado. Como se houvesse algo que ele tinha que fazer.

Eu não fiquei para ouvir simplesmente porque fiquei com medo, mas porque lembrei do JongHun. Mantive minha distância porque eu não queria ouvir seu pedido desesperado e ser colocado em uma situação de ter que escolher entre negar e ignorar o pedido. Do jeito que eu sempre fiz. Eu me senti patético. Com a minha cabeça baixa, eu sai do trabalho. Antes de eu deixar a vila rural no inverno, eu fui até a casa de JongHun. Eu não tinha nada a dizer, nenhuma desculpa a oferecer, nenhuma verdade para transmitir.

Eu apenas senti que deveria ir até lá. Talvez eu quisesse dizer a eles que não foi culpa dele. Para oferecer minhas condolências e compartilhar seu luto. Eu não acho que isso os confortaria de qualquer maneira. Talvez eu só quisesse me sentir mais à vontade com isso.

Quando olhei para cima, vi o grafite de Taehyung perto do ponto de ônibus. Taehyung foi preso uma vez por pintar lá. Mesmo na delegacia, Taehyung continuou sorrindo e respondendo com gargalhadas, e foi repreendido pela polícia mais por causa disso. Eu perguntei a ele quando saímos da estação, "Por que você está tão feliz?" Taehyung disse, "Não há razão para não estar feliz. O tempo está ótimo, o grafite ficou incrível, eu corri como louco com você, e fomos presos juntos e saímos juntos."

Eu ri em descrença, e vendo isso, Taehyung deu uma risada boba. Eu adicionei então, "Quando algo te preocupar, não guarde isso para você. Eu provavelmente não poderei cuidar disso, mas eu posso ser um bom ouvinte."

E eu falei sério. Para alguém como Taehyung que era gentil e sem sorte, ele precisa de alguém para se apoiar mesmo se esse alguém fosse um ninguém como eu. Quando eu falei aquilo, era sério, mas acabou sendo uma mentira.

Peguei meu celular. Eu procurei pelo número do Taehyung "Você está ocupado? Há um lugar que devemos ir juntos."

.

A vila no campo em plena luz do dia parecia exatamente a mesma. Os velhos sinais de trânsito, a estrada vazia e o riacho correndo para o rio. Só a estação mudou. Taehyung saiu do ônibus e se espreguiçou. O ônibus saiu, levantando poeira. Uma scooter estalou a caminho da parte da aldeia com a área de descanso.

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