capitulo 1 - início a carta. o início de tudo.

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Talvez ninguém nunca irá ler isso, ou talvez irá, eu não sei, não faço a mínima ideia de que ainda possa existir alguma vida miserável nesse mundo completamente destruído.

Meu nome é Nahyra, tenho 24 anos. Estou refugiada á um bom tempo aqui, uma cabana que achei no meio da floresta, depois de passar por momentos horríveis e que jamais esquecerei, vir parar aqui, sozinha, foi minha única e última opção.

Provavelmente se alguém estiver lendo isso, não deve estar entendendo nada do que estou falando. Muito menos o porque de eu estar descrevendo o mundo de uma maneira tão horrível.

Eu vou começar explicando.

Tudo começou á 6 anos atrás, numa manhã chuvosa de domingo, minha mãe, eu e meu irmãozinho estávamos tomando café juntos como de costume. Deve estar se perguntando onde está meu pai, simples, não tenho. Quando minha mãe tinha acabado de me ganhar, esse homem que não tenho nem vontade de chama-lo de pai, a abandonou, pois não teria a paciência suficiente pra me criar, fora que gritou com minha mãe dizendo que não gastaria seu pouco salário nos sustentando. Desde então, fomos só eu e ela, minha mãe se matava de trabalhar pra fazer com que tivéssemos uma vida minimamente boa. Aos meus 10 anos, minha mãe conheceu outro cara, que fez o mesmo que o anterior fez, a engravidou e a largou, coincidentemente pelos mesmos motivos. Aí nasceu meu irmão, Justin. Um menino ruivo dos olhos verdes, costumo chamar ele de anjinho, pois sua beleza é incrivelmente angelical.

Vivemos somente os três numa boa, não precisávamos de mais ninguém, minha mãe havia se envolvido com outros caras, mas nada sério, apenas roubava seu dinheiro, eles não reclamavam, pois sabia que no fundo era pela gente que ela cometia esses crimes.

Voltando a manhã de domingo, mais especificamente o dia em que a terra virou um caos. Mamãe, Justin e eu, estávamos assistindo ao jornal, enquanto bebíamos nosso café quentinho com torradas.
Conversávamos enquanto as notícias passavam, Justin costumava brincar com a comida e mamãe ficava puta, os dois brigavam na mesa, enquanto eu ria da cara dos dois. Aquilo durou cerca de 2 minutos até eu ouvir um som alto vindo da tv, especificando, som que passava quando era alguma notícia urgente. Peguei rapidamente o controle e aumentei o volume.

"Um novo vírus está se espalhando em Georgia, não sabemos sua originalidade, não sabemos absolutamente nada sobre. Isso está acontecendo há algumas semanas em um bairro pequeno do estado. Ficamos sabendo somente agora, quando o negócio ficou feio e se alastrou por Atlanta. Ainda não sabemos como está sendo transmitido, ou quais os sintomas. Realmente é um mistério para todos. Algumas informações sobre o que esse vírus é capaz: Pessoas misteriosamente ficam fora de si, atacando tudo o que ver na frente, seja animais ou pessoas, sim, pessoas! Estão praticando canibalismo sem dó nenhuma. Recebemos um relato anônimo, de que um morador de rua teve um colapso nervoso e logo em seguida atacou uma idosa que passeava por ali com seus cachorros, o morador de rua teria arrancado sua jugular e em seguida a mastigado, depois continuou a arrancar partes do corpo da vítima. Para a surpresa de quem conseguiu captar esse momento horrendo, a idosa de 67 anos, seguindo dos ataques do morador não identificado, acabou tendo um colapso nervoso, se levantou e atacou um de seus cachorros, mordendo-o como se fosse comida. Apenas temos essas informações, se cuidem, não saiam
de casa. Não sabemos o que esta por vir, mas sabemos que não é bom..."

Desliguei a televisão horrorizada, não queria mais ouvir sobre aquilo. Justin olhou pra mim, traumatizado com o que acabará de ouvir, minha mãe, sem expressão nenhuma e completamente pálida.
Ficamos em silêncio por um bom tempo, sem reação em nossas faces. Parecia que o mundo todo tinha congelado. Quando alguns gritos vindo do lado de fora nos acorda para a realidade. Rapidamente me levantei e fui em direção a janela, olhei entre o meio das cortinas e vi a pior cena do mundo.

Haylee, uma menina da minha escola, a mesma tinha 18 anos como eu. estava sendo completamente desmembrada por Denise, sua irmã mais velha, que sem dó nem piedade, arrancava pedaços de seu corpo com seus dentes, como um humano era capaz de fazer aquilo?
Empurrei Justin que tentava ver o que acontecia la fora, gritei com o mesmo dizendo que não era pra ele olhar, que aquilo não iria fazer bem a ele. Apenas disse para ele e mamãe trancarem todas as portas e janelas em silêncio, fecharem todas as cortinas e desligassem as luzes.

Feito isso, nos sentamos os três abraçados no sofá, completamente nervosos, ligamos a TV baixinho e colocamos nas notícias ao vivo. O que vimos e ouvimos, fizeram com que nos traumatizasse para todo sempre. Os ataques estavam aumentando a cada segundo que passava, as pessoas estavam fora de si, ninguém sabia o que estava acontecendo e como aquilo se iniciava.
Não sabíamos o que fazer, apenas chorávamos juntos, imaginando que aquele momento era o fim da nossa história na terra, que tudo iria acabar assim, com algum maluco entrando em nossa casa e arrancando nossas carnes e ossos com sua boca ensanguentada e seus olhos cobertos por suas pupilas dilatadas.

Esse é o início de tudo, e também o fim de tudo que conhecemos. O mundo já não era mais nosso, e sim dos mortos que caminhavam, sedentos de sangue, carne e órgãos, sedentos para acabar com a espécie humana, apenas com seus dentes e sua insanidade. O mundo se tornou um caos, as pessoas se tornaram fortes, e quem não é forte, se torna a comida. E é assim que iríamos viver até o nosso último suspiro. A qualquer momento poderíamos morrer, seja por um morto esfomeado, ou por um humano estupido.

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⏰ Última atualização: Jul 22, 2021 ⏰

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