44. Finais são sempre ruins

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➖💠 Capítulo 44 💠➖


— Jimin está há uma semana inteira sem pisar aqui!!! — Reverbera a voz de Chung-Ho no celular. — Ele não me ligou para justificar as faltas, não retirou o salário que foi depositado, nem sequer me avisou que vai viajar.

— Eu não acho que depois do que aconteceu o Jiminie ainda vá ficar dando satisfação das atitudes dele, muito menos que vá trabalhar ai. — Explicou Jungkook, saindo do quarto com o aparelho preso entre a bochecha e o ombro carregando uma bolsa contendo as roupas, mamadeira, fralda e remédios de Mel atravessada no ombro.

Ele passou pela sala e notou Seokjin na cozinha fazendo panquecas com a pequena sentada sobre a bancada balançando as perninhas gorduchas. Jungkook esticou os lábios em um sorriso amoroso ao ver sua animação, mesmo depois de passar a madrugada com febre alta.

Doutor Jung foi chamado pelas 3 horas da madrugada e ainda que não tivesse qualquer obrigação, ele se deslocou até a casa dos Jeon e medicou a menina. A frequência com a qual qualquer doença aparecia era cada vez com mais facilidade, influenciada pela fraqueza que a rala imunidade do organismo debilitado de Mel vinha causando.

A menina olhou para Jungkook e gritou sua nova palavra preferida com os braços esticados na direção em que ele tinha passado.

— Kookoo! — Ela chamou.

Não aparentava qualquer vestígio das dores causadas pela febre alta, tampouco dos delírios que a levaram a chamar por sua mãe e ao mesmo tempo dizer que ela tinha cabeça de sorvete e que queria adotar um elefantinho.

Ele olhou para trás antes de passar pela porta e deu um sorriso brilhante porque não conseguia evitar. Droga, ele gostava da menina. Ela tinha dormido com Jungkook noite passada e ele acordou com ela estatelada sobre seu peito aberta como uma estrela do mar no lugar que pertencia ao seu namorado.

Ela lhe lembrava Jiminie.

— Você sabe, o Jiminie é orgulhoso e teimoso como uma mula. — Jungkook atravessa o gramado até o carro e coloca a bolsa no banco de trás.

No tempo em que esteve fora Dawon se encarregou de como um tio babão comprar de tudo para a sobrinha, inclusive uma cadeirinha de segurança para colocarem no carro de Namjoon.

— Não acho que ele vá aceitar seu dinheiro.

Aparentemente o senhor Park não fazia ideia de que Jimin iria para a Paris, e praticamente surtou quando soube o motivo da viagem.

Jungkook não sabia dizer pelo quê, exatamente, estava mais chocado: se era pela ligação inesperada - e aparentemente amistosa -, pela reação desesperada de Chung-Ho ao saber sobre Jimin reconhecer a paternidade ou por só agora se dar conta de que Jimin tinha cortado relações com seus pais.

Cortado definitivamente, ao ponto de não dar mais notícias e nem justificativas. Ele apenas sumiu da vista dos dois após o acontecido na mansão Park. Desde aquele dia em que foi enxotado da própria casa pela mulher que fingiu ser sua mãe verdadeira durante toda uma vida.

Isso de certa forma deixava Jungkook angustiado. Jiminie era muito próximo de seus pais desde jovem, ainda que eles fossem abusivos e rudes, e Jungkook sabia que um corte de relações daquela magnitude deveria ser duro para ele.

Jiminie passou a vida escondendo seus gostos e abaixando a cabeça para eles na tentativa de conquistar um pouco de admiração. Se livrar de amarras psicológicas como aquelas era um processo doloroso.

Ele só não esperava que também fosse difícil para Chung-Ho, o homem estava claramente alterado.

— Jimin está agindo como um imaturo. Eu sei que o que Sung-Hee fez ultrapassou alguns limites, mas ele não pode se manter sem um salário digno. Não vai ganhar o mesmo que posso lhe pagar em outros lugares, e a função que estava sob o comando dele está causando um completo caos. Ele perdeu o juízo por sair dessa forma, eu não sei nem ao menos se ele está bem com essa história de paternidade. — Sua voz saía esbaforida.

Sweet Mess • Doce Confusão • [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora