(One-shot) Era eu

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Todo o elenco de The Conjuring 2 estava hospedado num hotel para dar continuidade às gravações do filme. Numa noite em especial, após um dia intenso de gravações, Farmiga finalmente apaga as luzes do seu quarto no hotel, na tentativa de descansar e acordar disposta no dia seguinte, uma vez que já se passava da meia-noite.

Vera estava usando uma camisola branca de renda que ia até os seus joelhos, os seus lindos cabelos castanhos que caiam até seus ombros já estavam meio bagunçados quando ela se deitou na cama de bruços, pegou o celular do criado mudo e escutou mais uma vez a mensagem de voz que Renn mandara a ela horas antes. Droga ela sentia tanta falta dele, das crianças – Gytta e Fynn –, da sua casa. Ficar longe deles, mesmo que para fazer o que ela mais amava na vida – atuar – era uma tortura. "Estou morrendo de saudades, meu amor. As crianças mandaram milhões de beijos." Ela sorri docemente deixando os dentes à mostra, sorriso cheio de amor e compaixão que poderia iluminar o mundo inteiro naquele momento. Devolveu o celular ao criado mudo, ajeitou as cobertas e deitou de lado colocando um braço debaixo do travesseiro na tentativa fracassada de dormir.

Uma hora da manhã. Duas horas da manhã. Três horas da manhã.

Vera olhava fixamente para o relógio digital ao lado da cama com um olhar furioso, virando seu rosto para o travesseiro e espremendo a cara nele para abafar um grito. Ela passou a noite toda se revirando para todos os lados da cama e nada de adormecer. – Porra! – ela exclamou para si mesma, sentando na cama, quando ouvira um barulho estranho vindo da parede atrás dela. – Ok Vera, você está enlouquecendo. – disse ela em voz alta após passar alguns segundos ouvindo atentamente o barulho que parecia cada vez mais se aproximar dela. Vera se levanta da cama e vai em direção ao banheiro.

O quarto estava escuro, exceto pelo abajur que ela acendera antes de se levantar. Assim que a mulher entrou no banheiro, apoiou as mãos na pia e ficou alguns segundos encarando sua imagem no espelho, bufando e fazendo caretas para si mesma, quando algo a interrompeu. Vera olhou pra trás imediatamente quando ouvira o mesmo barulho que ouvira antes, porém agora na parede do banheiro, como se o barulho realmente estivesse a seguindo.

Os batimentos cardíacos de Farmiga aceleraram consideravelmente e ela vagarosamente foi voltando ao quarto e o barulho voltou na parede da cabeceira da cama. Ela desviou o olhar para trás, sem se virar totalmente, e ficou apavorada quando viu uma sombra negra que parecia um vulto. Ela sentiu seu corpo inteiro se arrepiar e um ar gélido entrou imediatamente nos seus pulmões. Ela estava amedrontada!

Pulou na cama, pegando seu celular do criado mudo, eram 3:45, bufou com uma expressão preocupada e assustada estampada em sua face e entrou na conversa de Patrick Wilson. "Você está acordado?", "Tá acontecendo umas coisas estranhas aqui...", "Uns barulhos", "Será que estou ficando louca?", "WILSON PEGUE A PORRA DO CELULAR!". Se passaram dez minutos desde a última mensagem que Vera enviara e nada de obter uma resposta de Patrick, ela já estava ficando apavorada naquele quarto.

...

Batidas repetidas e desesperadas na porta do quarto de Wilson o despertaram, ele acorda sonolento e observa no seu relógio que eram quase quatro horas da manhã. Ele se levanta da cama e segue em direção a porta o mais rápido possível para que o hotel inteiro não acordasse com as batidas. Ele acende as luzes do quarto e abre a porta. – Vera? – Patrick Wilson se depara com Vera Farmiga parada do outro lado, com um longo hobby preto de cetim que a cobria completamente até os pés, os cabelos castanhos na altura dos ombros estavam despenteados, os seus lindos olhos cor de oceano estavam escuros e a expressão no rosto daquela mulher indicava que ela não havia dormido nada naquela noite e alguma coisa a preocupava.

– Oh graças a Deus, Wilson! – Vera exclama num tom de alívio quando o homem abrira a porta, percebendo logo em seguida que ele estava usando apenas uma calça de moletom preta. Os músculos definidos da parte superior do corpo eram evidentes, não sendo cobertos por nenhuma vestimenta. – Uau, você sempre atende a porta do seu quarto seminu? – Vera dá um pequeno sorriso de lado pro parceiro de trabalho que parecia ter despertado de um sono profundo. – Bom, eu não costumo receber visitas às quatro da manhã – ele retribui o sorriso maliciosamente como uma brincadeira que eles sempre estavam acostumados a fazer e logo em seguida vai em direção à sua mala de viajem para pegar uma camiseta branca e vesti-la prontamente, dando passagem para que Vera entrasse no quarto.

Afraid of the DarkOnde histórias criam vida. Descubra agora