capítulo 2

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Annie on

Estava paralisada, vi várias pessoas morrerem em um só dia, é uma cena forte demais. Sinceramente, agora eu só quero morrer, quero fazer esse sofrimento ir embora logo. Ficar aqui é muito pressionante.

- mas que saco, preciso achar o Rika e a Yuri- me levantei e fui andando.

Eu estava no terraço de um prédio com 2 pontes de corda, o vento as faziam se balançar.

- por onde eu sigo agora ? Já sei- levantei meu dedo indicador e apontei para as pontes, uma e outra - uni duni te, a Ponte que eu não vou morrer é você.

Apontei para a Ponte direita.

- show, você é a da sorte - cheguei perto dela e peguei no seu corrimão e senti o balanço - ai que medo, mas parece que não tenho muita escolha.

Comecei a andar lentamente sobre ela, pensando que tudo acabaria bem e eu poderia ir para casa no fim do dia, e comer alguma coisinha bem doce coberta de chocolate.

- bang bang bang- tiros. Ouvi tiros. Mas eu não sabia de onde estavam vindo, já que o vento daqui é muito forte e o som não vem de um lugar específico.

- talvez alguém precise de ajuda, preciso achar quem está sofrendo - eu disse a mim mesma e continuei meu caminho.

Ao chegar do outro lado, percebi que essa ponte não tinha dado em um terraço, era em um andar ( já que os prédios tinham essa diferença de altura, não tinha como ir de um terraço ao outro, pois a Ponte ficaria muito íngreme e eu cairia com certeza.), que faltava uns 7 andares para o topo do terraço.

Venci o medo e entrei para ver se tinha alguém la dentro. Olhei com cuidado nas salas e corredores do andar, mas não vi ninguem. Subi as escadas para o próximo andar e não vi ninguém também.

" Será que esse predio esta vazio ?"- eu pensei enquanto subia as escadas. Quando cheguei ao terraço, vi uma arma no chão, um rifle grande, e um chapéu. O chapéu era Preto com uma parte Branca. Fiquei olhando em volta pensando em quem será que perdeu essas coisas.

" a pessoa deve ter pulado do prédio. Será que tem algum problema eu ficar com essas coisas" coloquei o chapéu e a arma nas costas, logo ouvi um gemido. Um gemido baixo e grave, como a voz de um homem.

- oi ? Tem alguém aqui ?- eu perguntei e ninguém respondeu. Então comecei a olhar calmamente atrás das plantas ( ja que tinham uns arbustos ) e vi uma vamis branca, um paletó e uma gravata preta dobrados no chão.

Olhei calmamente e fiz o máximo de silencio possível, tudo para tentar ver se tinha alguém por ali. Andei na ponta dos pés e vi um homem, adulto e atlético, ele estava sem camisa, sentado num banco perto da torneira que deveria ser usada para regra as plantas daqui. Ele estava resmungando baixo, deveria estar acontecendo algo com ele, talvez dor ou angústia.
"não sei se é uma boa ideia me aproximar, mas vou mesmo assim. Ele pode estar precisando de ajuda. Não posso ver outra pessoa morrer"

-caham- eu fiz com a garganta e ele na hora jogou uma faca para trás e quase pegou no meu pé. " por que todo mundo quer acertar meu pé? ". - ah, eu não sou uma mascarada moço, você está bem ?eu só quero ajudar.

- vá embora antes que eu te mate garota - ele disse sem nem se virar para me olhar.

Bateu uma brisa leve e trouxe um cheiro de sangue com suor, por isso ele está tão estressado, ele deve estar machucado.

- por favor, eu so quero ajudar. Podemos ser amigos? - eu perguntei me aproximando devagar, talvez por medo, talvez por preocauçao. Não sabia direito qual era o sentimento que estava mais forte.

- garota, se afaste imediatamente, ou então te matarei- ele disse em um tom mais grave que o anterior. "Ele deve estar com medo de eu ser uma mascarada"

- não, vem cá que eu te ajudo- ele bufou e virou para mim.- um... um mascarado...

Dei uns passos para trás com um certo medo, mas espera, ele fala.

- ótimo, agora suma antes que a mas...- ele colocou a mão na cabeça e arfou de dor.- droga, está ficando incoerente novamente. - ele deu uns tapinhas na máscara e remungou um pouco.

- senhor mascarado, já que o senhor fala. Podemos conversar ? Eu não sei onde estou e gostaria de uma ajudinha- eu olhei para o mesmo e coloquei a arma no chão e o chapéu também - esses itens são seus né?

^^Mascarado on^^

Eu sou um mascarado com defeito, minha máscara rachou em uma briga, uma briga com um homem um tanto direrente,e desde então, consigo falar e pensar por mim mesmo. Mas, a máscara dá ordens, que não posso desobedecer.
As ordens são sempre as mesmas, " infringir desespero nos corações humanos e faze-los se suicidarem". Mas, desde que minha máscara rachou, as ordens tem ficado confusas.

Eu estava andando pelos prédios ridiculamente grandes em busca de suprimentos, tais como comida, remédios e armamento. Eu sou um sniper, então,  preciso de carga compatível.

No momento, sofri um ataque. Levei um tiro de raspão e não tenho suprimentos para me curar, então, resolvi achar água encanada para pelo menos me lavar. Mas, eu fui descuidado e baixei a minha guarda.

- conversar ? Você quer conversar com um mascarado ?eu deveria te matar por ser tão burra- eu terminei de lavar o ferimento e o pressione firme.

- senhor, por favor- eu ja estava me irritando com essa garota.

-grr - a máscara estava dando ordens incoerentes novamente, não quero ter que morrer por causa disso.

O protocolo da máscara diz que quando a máscara da ordens sem sentido, está próximo o fim do usuário. E, infelizmente, não tenho opções, pois se eu retirar, meu cérebro me obriga a me suicidar.

- que droga- me virei para vestir minhas roupas e olhei para a garota... - você? ... ahg

Minha memória me lembrou de algo antigo, uma cena um tanto, íntima.
Eu estava deitado no gramado, olhando para o céu, o vento batia suavemente no meu rosto e uma voz doce dizia que achava o dia extremamente lindo. Ao me virar, vi um sorriso extremamente reluzente, era uma pessoa que eu admirava a presença e o toque.

Era só isso que eu lembrava.

- você, qual o seu nome ?- eu perguntei colocando minha camisa e a gravata.

- oh, meu nome é Annie, e o seu ?- ela sorriu e colocou o cabelo atrás da orelha, esse pequeno gesto fez meu coração acelerar, como se tivéssemos sido muito íntimos no passado.

- não me lembro, tem muita coisa que não me lembro- eu peguei um cigarro no meu bolso e o acendi, ela levantou as mãos e se aproximou de mim. Colocou as mãos perto do fogo do isqueiro para o vento não apagar. Gentil, porém, ela não sobreviverá muito tempo aqui.

- podemos nos ajudar ?- ela perguntou colocando as mãos na cintura.

- eu sou um sniper, você sabe fazer alguma luta ou sabe usar alguma arma ?- ela acenou que não com a cabeça. 

- bom, eu sou um tiquinho persoasiva, isso serve ?- ela piscou pra mim e sorriu abertamente. Persuasão?  É sério que ela quer ficar viva graças a persuasão?

- isso é inútil aqui, vamos conseguir uma arma para você se virar por aqui - bom, não é cavalheiro da minha parte deixar ela aqui sozinha para morrer, e também, estou curioso em relação do por que ela aparece em minha memória.

Ela sorriu e eu ouvi sua barriga roncar. Logo seu rosto ficou vermelho.

- vamos comer algo antes- eu coloquei meu chapéu e fui andando para o andar abaixo, deve ter algum suprimento.

- eu adoraria - ela veio logo atrás de mim.



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T.K.S. ( High Rise )Onde histórias criam vida. Descubra agora