02 | 𝐌𝐮𝐝𝐚𝐧ç𝐚𝐬

4K 512 390
                                    

❦

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Março de 2005, Mansão Vosz.

   Eu tinha 15 anos, mas já havia passado por tantas coisas quanto alguém de 50. Tive uma vida difícil nos anos em que morei na rua, mas as vezes, a vida faz curvas e voltas tão bruscas, que nós olhamos para trás e pensamos: Quando foi que eu cheguei aqui?

   Quando foi que eu saí da rua e vim parar na casa de um milionário que chamo de "pai"? Quando foi que eu fiquei rodeada de amigos nos quais posso confiar de olhos fechados? Quando foi que eu virei uma líder de gangue, com um sobrenome que posso amedrontar qualquer um? Quando foi que a minha vida mudou tanto?

   Bom, acho que tudo começou quando o rapaz que se apresentou como "Sano" me levou até um hospital e pagou as minhas diárias depois de que apanhei muito. Não tive mais contato com o mesmo, já que em um dia ele me visitou no hospital, e no outro, não voltou nunca mais.

   Depois da hospitalização, fui deixada em um orfanato. Um orfanato onde eu e mais uma garota, cerca de oito anos mais nova que eu, fomos adotadas por Hiro, cujo a sua esposa havia falecido há pouco. Ele nos contou que o sonho do casal sempre fora ter filhos, mas Amélie morreu nova demais.

— É amanhã, Lilith! Finalmente é amanhã! - Digo e recebo um "Miau" em resposta - O quê? Você acha que eu não deveria ficar tão empolgada? - "Miau", a gatinha continua. - Como assim "é só o ensino médio"? Não é só o ensino médio, é "O" ensino médio!

— Você tá conversando com a gata de novo, Cherry? - A garota de cabelos ruivos entra no quarto, se senta em uma das cadeiras giratórias que ficavam em uma mesinha no centro do grande quarto espaçoso e começa a girar.

— Qual é, Yaru. Não posso mais nem falar sozinha? - Respondo e Lilith mia. - Ops. Sozinha não. Com a gatinha mais fofa desse mundo! - Faço um carinho na gata que quase cochilava em cima da mesa, em meio a minha bagunça de papéis.

— O problema não é você conversar, mas achar que ela te responde! - Yaru para de girar a cadeira e olha para o teto pensativa. - Eu vim te contar alguma coisa, mas não me lembro mais o que era. Esqueci.

— Han? - Continuo o que fazia antes, checando e analisando os papéis enquanto a ouço.

— Quando lembrar, te digo. - Ela volta a girar a cadeira. - Mas e aí, como vão os preparativos para a escola?

— Estou tão ansiosa que poderia vomitar! - Balanço meus pés e afasto minha cadeira da mesinha, me virando para Yaru. - Você pode me contar mais? Digo, de como é a escola.

— Não querendo te desanimar, mas é um lugar horrível. O ensino médio é literalmente um lugar onde adolescentes agem como animais.

— Ah... Não deve ser tão ruim assim. Se fosse, os clichê adolescentes não se passariam durante o colegial... - Penso desviando o olhar para minha estante de livros.

GÂNGSTER❕ - Tokyo RevengersOnde histórias criam vida. Descubra agora