Cap 5 - O bote da cobra

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Yaman

Omer e Yaman saíram as pressas da casa de Surya, foram direto para a casa onde seria seu esconderijo, chegando lá Omer deixou Yaman e voltou para casa da sua filha, pois sabia que mais cedo ou mais tarde a policia baixaria lá procurando por Yaman e não podia levantar nenhuma suspeita.

Yaman estava fraco, mal se alimentava, por causa dos remédios fortes dormia quase todo o tempo, andava com dificuldade pois perdera muito sangue, mas em seus pensamentos a única preocupação era como provar a inocência dele e de seu irmão, ele prometera cuidar sempre de Ziha e precisava fazer isso, mesmo pagando um preço muito alto, tinha clareza de suas escolhas, a partir do momento em que escolheu proteger Ziha sabia que tinha perdido Seher para sempre, nem tinha como culpa-la por uma decisão que ele havia tomado e teria que arcar com as consequências, mas não estava livre da dor, tinha um vazio enorme no peito, sentia falta dela e de Yusuf, sonhava com ela todas as noites, em seu sonho Seher estava deslumbrante em seu vestido verde onde dançavam a luz da lua, e ele confessava seu amor por ela, mas quando estava perto de beija-la ele despertava e tudo não passava de um sonho, Yaman tinha certeza que ela nunca o perdoaria.

De repente sentiu falta de seu relógio, será que tinha deixado na casa do seu Omer, ou havia perdido no caminho.

                                                      ***

Chegando na casa da Surya

Seher, Nedim e Ali chegaram na frente da casa de Surya, era um bairro bem distante do centro de Istambul, demoraram algumas horas para chegar lá, um lugar muito simples, a casa era pequena e humilde. O comissário primeiro checou com seus homens se alguém entrou ou saiu da casa desde o momento em que eles chegaram e a resposta foi não, não havia movimentação na casa. Então foram até a porta e bateram na espera de alguém atender, Seher era a mais ansiosa e nervosa possível. Surya abriu a porta.

- Boa noite! Pois não!

- Boa noite, você é a Surya? - perguntou o comissário.

- Sim, vocês precisam de algo?

- Podemos entrar? - perguntou o comissário.

Surya assentiu que sim e levou os três para a sala onde estava seus pais. O comissário observou atentamente o local e falou tentado ser mais ser discreto.

- Estamos procurando um homem alto, cabelos pretos e barba, que está ferido, vocês viram alguém com essas descrições pelo bairro?

- Não  que eu tenha lembrado. - diz Surya, seus pais continuavam calados.

- Vocês moram sozinhos aqui? Não perceberam nenhuma movimentação diferente no bairro?

O comissário insistia nas perguntas, mas se eles estavam escondendo algo, teria que ser discreto.

- Não vimos nada. Sim eu e meus pais moramos aqui nesta casa.

- Mas seus pais tem outra casa próximo a Çaltalmese?

- Sim, temos. Mas faz muitos dias que não vamos para lá, minha esposa anda muito doente e então decidimos ficar aqui para que Surya possa nos ajudar.

- Evet, meu pais precisam de mim então resolvemos que seria melhor estarem aqui, para que eu pudesse cuidar de minha mãe..

- Alguém poderia ter usado a casa de vocês enquanto estiveram fora? - insistiu o comissário.

- Sim, aquela casa nem é tão segura, qualquer um poderia ter invadido.

Nedim que só observava a conversa começou a desconfiar de algo, o rosto do senhor Omer não era estranho, mas não conseguia lembrar da onde o conhecia, Seher também estava desconfiada, quando de repente viu um objeto embaixo da mesa, agachou para pegar e teve a certeza do que era.

- Esse relógio é do meu marido, ele esteve aqui Ali.

- Esse relógio é meu. - diz o Omer bey.

Não convenceu Seher que puxou a mão quando Omer bey tentou pegar o relógio, Nedim na hora ficou mais desconfiado de tudo, algo estava errado naquela casa, a esposa do Omer bey estava nervosa, Surya levantou  dizendo:

- Está tarde e minha mãe esta doente, preciso dar seus remédios, se vocês não se importarem de ir embora, por favor!

Levantou e abriu a porta fazendo com que seus visitantes saíssem. O comissário sabia que não tinha direito de ficar e revistar a casa pois não tinha mandado de segurança para isso, então decidiram que era melhor sair, mas não gostou nada de como foram tratados, tinha certeza que algo estava acontecendo ali e voltaria para verificar.

Seher saiu devastada segurando o relógio de Yaman, olhava e não conseguia acreditar que ele estava se escondendo dela, e tinha certeza que ele estava lá dentro daquela casa, parou por um tempo de frente para a casa observando na esperança de ver ele na janela, mas nada de seu marido, parecia um fantasma, quando ela chagava em um determinado lugar ele já não se encontrava mais, tinha virado pó e desaparecido, sentia frio e segurava as lágrimas. Então Nedim falou tirando Seher de seus devaneios.

- Tem algo estranho com essa família, eu não consigo lembrar de onde conheço o Omer bey.

- Também concordo, mas está tarde Nedim, não adianta ficar aqui e tentar descobrir algo, não temos o mandato de segurança para isso, vamos embora e amanhã bem cedo vou providenciar o mandato e voltamos aqui.

- Comissário se não se importar de levar a senhora Seher para casa, preciso passar um em lugar antes e resolver algumas coisas pendentes da empresa.

- Levo sim, sem problemas, vamos Seher!

Então o comissário Ali levou Seher para mansão, deixando Nedim que não estava satisfeito com a situação pois algo o incomodava. 

Nedim resolveu ficar de tocaia próximo a casa de Surya. Passou a noite toda na esperança de algo acontecer ou ter alguma pista do amigo, estava muito preocupado com a situação pois Yaman não agiria dessa forma, porque então ele não queria que ninguém o encontrasse?

                                                                    ***

de volta a mansão

Já era tarde quando Seher chegou na mansão, e todos já estavam dormindo, foi direto para seu quarto, e mais uma noite dormiu abraçada com uma roupa de Yaman, chorando até adormecer.

Quando Seher acordou no outro dia sua cabeça pesava e sentia muita dor, olhou no relógio e já era tarde, tinha perdido a hora, todos já deveriam ter tomado o café da manhã. Como ela não sentia fome foi para o banheiro tomar um banho e se arrumar para ver Yusuf, no caminho parou na frente das roupas de Yaman penduradas e sentiu muita saudades do seu marido, a dor era tão grande em seu peito que achava que ficaria sem ar, então respirou e enxugou as lágrimas pois precisava ser forte e lidar com Yusuf, o menino estava rebelde e ela precisava conversar e explicar a ele a situação. 

Nesse momento Seher ouviu batidas na porta e era Cenger bey.

- Entre Cenger bey.

- Seher o pequeno Yusuf sumiu, já procuramos por todos os lados da casa e não o encontramos, até mesmo no depósito e nada.

- Como fugiu Cenger bey?

- Não sabemos, ele tomou café com Ziha e depois disse que ia subir para seu quarto e ninguém mais o viu.

- Vamos analisar as cameras de segurança e verificar o que aconteceu.

Enquanto Cenger abria o computador de Yaman e buscava as imagens da camera, Seher tentou ligar para Nedim e nada.

- Seher, olhe isso.

Os dois ficaram chocados com o que viram, Zuhal tirou o menino da mansão e sabe Deus para onde levou, Seher sabia que trazer ela para dentro de casa teria consequências.

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Zuhal é uma cobra descontrolada, nem sabe o que ta fazendo direito, que perigo gente, mas ela vai achara o dela rapidinho kkkkkk

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