Vazio

Capítulo único: Não pense... me sinta.

Oi, bolinhos!

Essa é uma das one-shot que estavam planejadas

Quem está por aqui na esperança de ler algo feliz, peço desculpas desde já, pois esse texto é triste e doloroso (ao menos para mim). Essa one se passa em algum momento antes dos acontecimentos do Vol 0.

Mas para compensar, quem ainda não viu, leiam Repente e Lollipop, que são duas felizes deles, uma fofinha e outra totosura (o primeiro lemon deles que escrevi). | A essa altura também já tem outras histórias, então podem conferir na minha playlist SatoSugu, no meu perfil [inclusive tem uma de Reencarnação deles, chamada Retrato]

Bom, vou parar de "tagarelar". Boa leitura e vejo vocês nas notas finais.

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Satoru sentia a sensação boa do açúcar preencher todos os seus sentidos enquanto seu corpo repousava quase preguiçosamente em um banco frio de madeira. Este homem de vestes pretas e faixas brancas cobrindo os olhos – faixas essas que quase se misturavam ao seu cabelo de mesmo tom e à sua pele pálida - era uma figura exótica que combinava em nada com aquele ambiente calmo e cheio de cores, com suas folhagens em tons de amarelo, marrom e vermelho, tanto nas árvores quanto espalhadas pelo chão.

Mas por que ele estava ali?

No começo dessa tarde fresca e sufocante de outono, ele havia tirado o dia de folga, escapando de todos os seus compromissos com um sorrisinho cínico para ir atrás de algum doce em um bairro distante qualquer. Após encontrar o que procurava com uma facilidade e rapidez que não esperava, Gojo havia escolhido deixar que suas pernas o levassem para onde quisessem a passos lentos, com as mãos nos bolsos e uma sacolinha cor de rosa pendurada em um dos braços, chegando até um parque pequeno e calmo, que por coincidência ficava perto de um apartamento que ele mantinha fora da escola jujutsu.

Mesmo franzindo o nariz por tal escolha tão óbvia e de fácil localização, acabou se aproximando daquele banco solitário, se recostando nele e esticando as longas pernas, que quase agradeceram por aquela pausa.

E aqui estava ele, desde então, curtindo seus docinhos e tentando fugir de pensamentos turbulentos.

Sim, turbulentos.

Dias como esse, simples, calmos, frescos, poderiam ser desagradáveis quando traziam lembranças tão vívidas e doloridas de uma juventude que jamais voltaria. Lembranças que vinham acompanhadas com a sensação de um gosto único de fumaça e leve amargor.

Sim, é irônico, mas às vezes até mesmo o xamã mais forte e extremamente confiante (e irritante, para muitos) se sente emocionalmente cansado. De modo que nem mesmo as piadinhas conseguiam mascarar.

Satoru sorriu de lado minimamente, saboreando mais um de seus doces e sentindo todo o ambiente à sua volta. Preencheu sua mente com os detalhes do local, apreciando os cheiros que aquela estação trazia e captando a energia que cada pequeno ser vivo por perto transmitia. Poderia parecer bobo, mas aquilo, às vezes, lhe trazia certa paz.

Essa seria, então, mais uma tarde qualquer em que Gojo Satoru escapa de seus compromissos, matando o tempo despreocupadamente... se não houvesse captado uma energia amaldiçoada, fraca e distante, mas que reconheceria em qualquer lugar e ambiente.

Sem nem pensar, levantou-se rapidamente, sendo guiado até aquela presença que não sentia já tinha um bom tempo. Sabia que precisava parar. Sabia que não poderia ser levado tão facilmente por um impulso. Afinal, o que faria quando o encontrasse? O mataria dessa vez, como deveria ter feito anos atrás? Tentaria trazê-lo de volta para sua vida, como se nada houvesse acontecido no passado?