Capítulo 1

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You give me fever
Fever in the morning
Fever when it's late at night
You give me fever (Beyoncé - Fever)



A presença dele era impossível não ser sentida ou notada, o perfume exalava por todo o lugar. Muito raramente eu conseguia me concentrar quando ele estava por perto, e seu jeito educado, gentil e engraçado não ajudava muito, por que aquilo só me fazia ficar cada vez mais atraída por ele.

- Bom dia meninas - ele disse ao chegar como sempre de bom humor, o sorriso perfeito e aqueles olhos azuis que faziam qualquer mulher tirar a calcinha sem ele precisar dizer uma só palavra.
- Olá bonitão - Glória a recepcionista o cumprimentou empolgada - Obrigada pelo menina, mas eu já passei dessa fase - completou sorrindo, os olhos castanhos dela brilharam, mas quem podia culpa-la, acontecia com todo mundo.
- Continua uma menina - insistiu galante - Maria - ele sorriu pra mim, e eu senti meu corpo esquentar.
- Bom dia Julian - o cumprimentei - O senhor Brandon já está na sala dele - avisei antes que aquele sorriso me distraísse por completo.
- Obrigado. É engraçado ver você chamar seu pai desse jeito - ele murmurou divertido.
- Eu também acho - Glória concordou.
- Acredite, ele também - confessei. Meu pai era dono de um renomado escritório de advocacia em Nova York, e eu trabalhava para ele desde antes de começar a faculdade, meu pai achava justo ganhar cargos com esforço e nisso eu tinha puxado a ele, para mim nada era mais justo e certo do que ter o reconhecimento certo com base no seu esforço e dedicação. Quando comecei a trabalhar no escritório eu ajudava Glória na recepção, depois comecei a ajudar a assistente do meu pai a Darla e agora ele tinha me promovido a assistente da senhora Lindsay e eu gostava de trabalhar com ela aprendia muito.
- Imagino que sim - ele sorriu com os olhos azuis fixos em mim - Enfim, eu preciso de um café antes de começar os trabalhos, qual das duas vai me acompanhar? - perguntou olhando atento de mim para Glória.
- Infelizmente eu não tenho mais tempo pra um cafezinho, mas a Maria pode ir com você - ela disse, sorri pra Julian assentindo.
- Então vamos lá Maria.
Nós nos despedimos d Glória e então o segui até a copa. Fiquei observando Julian enquanto ele enchia de café uma das xícaras e então me entregou piscando de um jeito provocante, me fazendo engolir em seco.
- Obrigada - falei baixo.
- É um prazer, então... Você vai ao jantar beneficente na sexta? - perguntou, olhei-o por cima da xícara, tomei um gole do café fumegante.
- Sim, vou acompanhar meu pai já que a minha mãe está viajando - respondi, Julian concordou ao bebericar seu café, até aquele simples movimento o tornava atraente.
- Vai ser um grande evento - comentou, concordei em silêncio enquanto bebericava meu café - O senhor Brandon quer me apresentar há alguns possíveis sócios para o escritório - continuou.
- Isso é muito bom Julian, meu pai gosta muito de você - disse.
- Bom... - pigarreou - Então acho que ele não se importaria se eu convidasse você para almoçar - murmurou, tive que fazer um esforço grande para não engasgar com o café, olhei surpresa para o moreno de lindos olhos azuis.
- Você quer almoçar comigo? - perguntei incrédula.
- Sim - respondeu, sorrindo - A menos é claro que você não queira - murmurou.
- Não é isso - gaguejei, eu era tão boba - É que você me pegou de surpresa - balancei a cabeça nervosa - Eu adoraria almoçar com você - confessei. Adoraria muitas coisas com aquele homem, mas isso eu não disse.
- Ótimo, que tal hoje ao meio-dia? - sugeriu, assenti tentando conter um suspiro, segurei com mais firmeza - Certo, passo na sua mesa ao meio-dia - disse, deu um beijo no meu rosto antes de se afastar me deixando tonta e com o corpo formigando.

O perfume dele ficou empreguinado no meu corpo a manhã inteira, a sensação que tive era a de que ele estava o tempo todo comigo. A manhã passou devagar para aumentar ainda mais a minha ansiedade, a senhora Lindsay me encarregou de arquivar alguns documentos de casos concluídos e de preparar para a reunião que teria com um novo cliente. Fiz tudo e ainda me sobrou tempo para jogar conversa fora com Glória que quase saiu dando pulinhos pelo escritório quando eu disse a ela sobre meu almoço com Julian.
- Acho que ele está interessado - comentou, balancei a cabeça achando tudo aquilo loucura.
- Ele não está, só está sendo gentil com a filha do chefe dele - retruquei sem muita convicção e desejando que não fosse só o interesse de agradar meu pai.
- Nem você acredita nisso menina - zombou me fazendo rir - Bom, quando voltar quero saber de tudo - avisou, concordei veemente deixando-a voltar ao trabalho.
Ajeitei minha mesa e minha bolsa. Quando a voz dele soou no corredor todo o meu corpo reagiu imediatamente, e minha garganta secou, o efeito que a presença dele causava em mim era de fato vergonhoso, mas sinceramente eu não me importava.
- Maria - levantei os olhos para ele quando parou diante da minha mesa, ele parecia estar mais bonito desde a última vez que o vi pela manhã - Está pronta, podemos ir? - perguntou, apanhei minha bolsa sorrindo ao assenti.
Julian me guiou até o elevador e depois até o seu carro um Bentley preto, ele abriu a porta para mim como um perfeito cavalheiro, tomando seu lugar logo em seguida. Ele dirigia com uma elegância impressionante, eu poderia passar horas vendo-o fazer aquilo.
Quando chegamos ao restaurante, fomos recepcionados por um senhor alto e magro que nos levou até a nossa mesa. Agradeci quando Julian puxou a cadeira para mim, logo tomando a cadeira a minha frente.
- Então, como vai a faculdade? - perguntou depois que o garçom se afastou com nossos pedidos.
- Bem, na verdade o pior já está passando - brinquei fazendo-o rir.
- O seu pai comentou que está preste a se formar - contou, me olhando atento, seus olhos azuis pareciam me examinar por completo - Tenho uma chance de ser convidado para a formatura? - continuou.
- Claro - assenti um tanto nervosa pelo modo como ele me olhava.
- Que bom - ele sorriu, e eu juro que senti um calor que desceu pelo meu corpo e parou exatamente no meu clitóris, me ajeitei na cadeira - Confesso que estava um pouco receoso em te convidar para almoçar - disse, franzi o cenho confusa.
- Por que? - indaguei. Julian riu baixo, tímido, talvez.
- Tive medo de não aceitar - murmurou, engoli em seco, e repente minha garganta tinha ficado seca. Assenti devagar mordendo o canto da boca.
- Eu teria aceitado - confessei, sem tirar os olhos dele, e de seu rosto perfeito.
- Bom saber, por que gostaria de leva-la para jantar no sábado - continuou. Meu Deus se ela continuasse me olhando daquela jeito, eu iria pular em cima dele.

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