Capítulo 3

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Woah, you put your hand on my waist
And then you pull me close
Boy, I promise I won't let go (Little Mix - Think about us)

Julian e eu pedimos o mesmo prato de antes, quando chegamos ao restaurante. Eu estava inquieta ao contrário dele que demonstrava estar calmo e seguro.
- Você está nervosa? - ele perguntou, engoli em seco - Desculpe ter abordado você daquela forma - pediu, e foi então  que percebi o primeiro sinal de nervosismo vinda dele.
- Aquilo me pegou de surpresa - confessei, sendo sincera.
- Eu sei - admitiu - Eu tentei me controlar, mas eu... Desculpe, faz algum tempo que eu queria ter te convidado para jantar - disse. Meu coração estava tão acelerado - Você é uma mulher muito interessante - elogiou, galante.
- Obrigada - sorri, envergonhada - Eu só...
- Eu quero você, Maria - ele me interrompeu, arfei surpresa encarando seus olhos azuis - Não quero te assustar, mas quero continuar saindo com você - continuou.
Fiquei parada encarando o homem diante de mim, como se ele fosse fruto da minha imaginação. Se aquilo fosse um sonho, eu iria odiar acordar.
A chegada dos nossos pratos me fez acordar do meu pequeno transe.
- Eu nunca imaginei - murmurei, incrédula - Nunca pensei que você poderia... desculpa - eu ri de nervoso.
- Você realmente não se dá conta do quão incrível e maravilhosa você é. Acho que sou afim de você desde a primeira vez que te vi - confessou. Mordi o lábio para reprimir um sorriso.
Como eu poderia imaginar aquilo? Tudo bem que eu sempre tive a queda por ele, mas nunca pensei que ele pudesse sentir a mesma coisa, afinal ele era Julian Barnes, poderia ter a mulher que quisesse ao lado e na cama dele.
O que ele iria querer com uma garota como eu, que nem sequer tinha terminado a faculdade?
- Eu não sei o que dizer, Julian - murmurei, ele apertou meus dedos entre os seus outra vez.
- Não precisa dizer nada. Só aceite que daqui por diante vou estar por perto o tempo todo - disse, os olhos azuis tão intensos nos meus, meu corpo todo parecia estar ardendo. Minha garganta estava seca, tomei um gole de água que o garçom tinha deixado.
Durante todo o almoço, Julian e eu conversamos, apesar da timidez da minha parte, e ele não tirou os olhos de mim, o que só piorou as coisas para mim. Quando voltamos para o escritório ele me guiou até o elevador com gentileza. As portas se fecharam e o ar pareceu sumir, não tive tempo para pensar. Seu corpo prendeu o meu contra a parede espelhada do elevador  e então senti pela primeira vez a maciez dos lábios dele contra os meus.
Me derreti inteira em seus braços, contra seu corpo forte. Julian apertou minha cintura, enquanto saboreava minha boca como se desejasse aquilo a muito tempo. Apertei seus ombros tentando me manter de pé, mas a minha tentativa de não cair foi por água abaixo quando ele desceu uma das mãos até a minha bunda dando um apertão que me fez gemer.
- Julian... - sussurrei, separando nossas bocas e ele aproveitou para atacar meu pescoço com seus beijos quentes e deliciosos - O nosso andar... Julian? - chamei, sem força e odiando por ter que parar. Puxei seu rosto, segurando-o para que me olhasse.
- O andar, elevador - ditou, ofegante puxando o ar tentando recuperar o fôlego, concordei tentando recuperar o ar também. Acariciei suas bochechas, observando de perto cada traço, sentindo os pelos da barba rala pinicar minha mão.
- Espero que isso não seja um sonho - pedi, tocando seu lábio inferior com o indicador.
- Não é - garantiu, Julian me deu mais um beijo voltando a me segurar pela cintura, antes de se afastar apoiando as costas na parede ao meu lado, respirando fundo. As portas se abriram e ele me guiou para fora, sussurrando no meu ouvido - Mal  posso esperar para te levar para casa mais tarde.
Foi o tom rouco da voz dele e a mão que estava nas minhas costas que desceu até  minha bunda dando um leve aperto, que fez meu corpo todo se arrepiar e esquentar. Voltei para a minha mesa trêmula e perdida. Meu Deus! que aquilo não fosse um maldito sonho.
Meu celular tocou dentro da bolsa, e o rosto sorridente da minha prima apareceu na tela.
- Você não vai acreditar no que aconteceu -  falei baixo, com receio de que alguém pudesse me ouvir, escutei a risada escandalosa dela do outro lado. Passei a mão livre no rosto quente e tô junto com ela.

A tarde passou tão devagar que cheguei a acreditar que o relógio estava contra mim. O que ajudou foram alguns relatórios e arquivos que precisei revisar para a senhora Lindsay.
Apesar de ter se passado horas desde que estive com Julian, o perfume dele continuava grudado em mim, na minha roupa e na minha pele. Quando o fim do expediente acabou, faltou muito pouco para eu sair pulando e gritando, mas consegui me controlar, eu estava muito nervosa com que poderia acontecer dali a pouco, não que eu fosse transar com ele - por mais que eu queira - logo de cara.
Desliguei o computador e guardei minhas coisas na bolsa, quando vi meu pai se aproximar.
- Pronta para ir filhinha? - perguntou, carinhoso. Ser filha única era legal de certa forma, você tinha toda a atenção voltada para você, mas eu adoraria ter tido uma companhia. Mas infelizmente quando eu nasci minha mãe teve algumas complicações e ela teve que tomar uma decisão, eles tomaram, meu pai a amava demais para arriscar a vida dela.
- Estou, mas eu... - gaguejei, na verdade eu estava meio sem jeito de dizer ao meu pai que eu iria para com Julian, ele ergueu as sobrancelhas me incentivando a continuar -   Julian vai me levar para casa hoje, pai - falei. Ele sorriu.
- E você está quase tendo uma ataque por isso? - indagou, divertido parecia estar se divertindo com o meu embaraço.
- É, acho que sim - ri de nervoso.
- Maria, você é muito engraçada - riu. Eu adorava a risada gostosa dele.
- Pai - ri, o acompanhando -  Você não vê problema né? - pedi, preocupada.
- Claro que não, Maria. Julian é um ótimo rapaz, fico feliz que estejam se dando bem - disse, me fazendo respirar aliviada.
- Obrigada papai - o abracei passando meus braços por sua cintura. Nós três éramos muito carinhosos uns com os outros e apesar de evitar esse tipo de comportamento no ambiente de trabalho, às vezes eu não conseguia evitar demonstrar o quanto eu o amava.
Podia até ser um pouco ridículo, mas eu senti a presença dele antes mesmo de vê-lo, senti meu pai me apertar um pouco para então me soltar.
- Julian - ele disse, me virei encarando aqueles olhos azuis intensos.
- Senhor Brandon - cumprimentou, sem desviar os olhos de mim - Maria, já está pronta? - quis saber, a voz dele fez meu corpo se arrepiar. Assenti sorrindo fraco - Senhor Brandon, vou acompanhar, Maria até a casa dela - disse, firme.
- Claro, vou acompanhar você até a saída - avisou.
A descida do elevador até a saída do prédio não foi de todo ruim, meu pai e Julian conversavam sobre coisas do escritório, enquanto eu só escutava. Quando nos despedimos já na frente do prédio, meu pai me lembrou do compromisso do domingo em casa, e para dizer a verdade já estava até esquecendo disso.
Quando entramos no carro, não tive tempo para respirar direito, Julian praticamente pulou em cima de mim, segurando meu rosto e atacando minha boca, como se não tivesse feito isso mais cedo. Tudo o que consegui fazer e com muito gosto, foi retribuir o beijo dele, deixando sua língua explorar minha boca. Me derreti toda nos braços dele, me segurei em seus ombros apertando o tecido do terno.
Em poucos minutos dentro daquele carro começou a ficar quente demais, as minhas roupas começaram a me incomodar. Quando o ar faltou, tivemos que parar o beijo, mas Julian não tirou suas mãos de mim, desceu elas pelo meu corpo apertando minha cintura.
- Eu juro que estava morrendo de vontade de te beijar outra vez - confessou, a respiração acelerada assim como a minha.
- Eu também - ri baixo, Julian me puxou para mais um beijo de tirar o fôlego.
- Certo, acho melhor sairmos daqui - disse, e eu concordei. Logo estávamos em movimento pelas ruas movimentadas, Julian o tempo todo dava um jeito de me tocar, ou entrelaçava nossos dedos, ou descansava a mão sobre minha coxa, o que estava me deixando inquieta - Está nervosa? - perguntou, acho que ele deve ter sentido a tensão no meu corpo.
- Um pouco, você me deixa nervosa - confessei. Ele sorriu ao virar o rosto rapidamente para mim.
- Você também me deixa nervoso - rebateu, arregalei os olhos levemente,  surpresa ao ouvir aquilo - Claro que sim, Maria - puxou minha mão outra vez e beijou o dorso dela - Você é toda linda e maravilhosa, é difícil não ficar nervoso - explicou.
Respirei fundo, e decidi olhar para o outro lado, não estava acostumada com esse tipo de coisa.
Quando ele estacionou em frente ao meu prédio, tirei o cinto e voltei a olhá-lo. Julian estava me encarando com um sorrisinho, ele também tinha tirado o cinto e estava me olhando.
- Você quer subir? - perguntei, nervosa e ansiosa.
- Maria eu quero muito subir - respondeu, tocando meu rosto, ofeguei baixo - Mas apesar de querer muito, só vou fazer isso quando for para passar a noite toda com você - disse, aquela voz rouca sensual somada ao seu olhar intenso me deixou sem fôlego - Tudo bem com você?  - quis saber, depois de eu ter simplesmente paralisado. Julian era um homem perigoso, se eu não tomasse cuidado ele me teria nas mãos.
- Sim - sussurrei, ao mesmo tempo que assentia.
- Ótimo - sorriu, me puxando para seus lábios.
Droga! Eu poderia me acostumar com aquilo.

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N/A: Muito boa noite pessoal, como vocês estão? Esse capítulo era pra ter saído há alguns dias, mas estava meio corrido. Espero que estejam gostando do livro e até o próximo capítulo.





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