Ventos noturnos

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Enquanto segurava o bebê em seus braços, tentando manter aquela pequena criatura viva, ela pensava no que fazer, levá-lo até o Danny procurando ajuda não parecia certo, ele estava ocupado e ela não queria atrapalhá-lo. Um hospital seria melhor, mas onde ficava o hospital mais próximo ... a rua dos viciados era cercada de policiais e perto de hospitais, já que sempre acontecia algo, crianças abandonadas, overdoses, brigas de rua; o difícil era não sair machucado daquela área.

Havia dois hospitais em distâncias iguais, um era em uma área mais próxima das indústrias e outro mais para o centro, que tendo uma melhor qualidade de atendimento. Carregando o bebê em seus braços ela foi às pressas para o hospital do centro, seus longos cabelos chamavam a atenção pela coloração incomum, mas sua agilidade só deixava os suspiros para trás e alguns feromônios de aviso para ninguém se aproximar dela, o cheiro e aparência de uma ômega protegendo seu filhote. Mesmo na pressa ela não correu, para não chacoalhar o bebê, ela não deixou de pensar no bem estar dele em nenhum momento, enquanto o levava enrolado e aconchegado junto ao seu corpo.

Quando viu o grande letreiro que sinalizava a localização do hospital, sentiu um pequeno e passageiro alívio, chegando mais perto ela entrou pelas grandes e luxuosas portas de vidro que davam para a recepção, com apenas um chute na parte de ferro das portas, elas se abriram chamando a atenção de todo. Quando uma ômega está com seus bebês, elas normalmente ficam mais protetoras, capazes de facilmente matar qualquer um que as faça se sentir ameaçadas, com uma força monstruosa por causa da adrenalina.

Quando as portas se abriram abruptamente, seus feromônios chegaram em uma forte rajada de vento, como um tsunami de feromônios fortes e imponentes, fazendo todos se arrepiarem, independentemente se era um alfa, beta ou ômega, um aviso para manterem distância.

Isis estava com os cabelos soltos, que dançavam junto ao vento, sua beleza era de tirar o fôlego, mas isso era irrelevante comparado ao que ela carregava com cuidado em seu braços, seu feromônios integravam que o que ela carregava não era qualquer coisa, Isis mataria qualquer um que fizesse um movimento brusco, que seria consideraria um inimigo, um perigo. Seus feromônios tinham um cheiro de rosas, não em questão de pureza e delicadeza em suas pétalas, mas sim na questão do perigo de seus espinhos.

Todas as pessoas daquela sala ficaram em silêncio, ninguém ousaria incomodá-la, tinham amor à vida. A sala antes barulhenta por duas crianças que corriam e brincavam esperando serem atendidas e pessoas conversando, agora parecia um museu de estátuas, as crianças haviam se escondido atrás da pessoa mais próxima e tudo estava silencioso e frio, pela brisa noturna vinda da porta quase arrombada a pouco, que se mantinha aberta, provavelmente havia quebrado, mas isso ninguém contestaria agora. A ômega andou em passos calmos e pesados, até uma enfermeira beta que ela julgou ser calma e esperta, apesar de parecer ser uma novata.

Quando chegou a cerca de um metro da beta, tudo se mantinha em silêncio, o único sons presentes na sala eram do ambientes, ela encarava com seus olhos mel com um toque esverdeado, como se pudesse ver não só sua alma, mas além disso toda a vida da jovem enfermeira, todos seus erros, vitórias, mentiras e atitudes. Para a beta, aqueles olhos fizeram toda a sua vida ser repassada, julgada e observada cuidadosamente.

Ela já havia ouvido falar e estudado, sobre um "olhar de água" esse olhar era feito por ômegas e alfas com "olhos puros", capazes de matar a qualquer desconfiança, olhos puros já que quem tem aquele olhar são pessoas raras, com feromônios mais poderosos. A sensação de um olhar de água, é como ter sua vida inteira revirada e julgada, por meio desse olhar eles decidem se você é confiável ou não, caso a resposta for não seria morto na hora, sua única opção era esperar, pois fugir seria impossível.

Depois que ele chegouOnde histórias criam vida. Descubra agora