CAPÍTULO 1 - DESAPARECIMENTOS

109 11 7
                                    

"-Mais um adolescente está desaparecido, nenhum rastro foi deixado para trás, temos aqui os pais que serão questionados". A TV é desligada.
Um silêncio paira pela sala, até alguém começar a falar.
- Você vê, é impossível não nos intrometer nesse caso - Estela impaciente tenta convencer um deles - Por isso estamos aqui, temos um propósito.
- Certo, ele já deve estar ciente disso, deveríamos nos preocupar com a investigação - Um completo desconhecido, porém, inteligente o bastante para lidar com tudo.
- Ah sim, convincente, mas aí entra outra dúvida, o banheiro em que ela desapareceu, ou os pais dela? - Vincent pergunta com um tom um tanto calmo.
Desaparecimentos, um atrás do outro, nenhuma das vítimas sequer deixaram rastros, o que dificulta a procura feita pela polícia.
- Às vezes duvido da sua inteligência, podemos fazer os dois.
- Eu diria que os pais são os principais suspeitos, já que não existem provas, certo? - Estela continua.
Os três entram em um acordo, as coisas começam a andar.

_______________________________________________

Os primeiros passos no lugar eram altos, mesmo que suaves, o chão estava coberto de sujeira, folhas voavam, um gato sorrateiro caminhava com algo estranho em sua boca, o cheiro piorava a cada movimento, algo morto?
Vincent se aproxima do gato, toca com delicadeza em seu focinho, na esperança de analisar o que havia ali, de repente, um pulo - O que foi? - a pergunta termina de quebrar o silêncio.
- Carne...- Vincent se segura, por pouco vomita - Isso é carne de alguma pessoa - Sua voz era baixa, quase não se ouvia. Com os olhos trincados, Doe se aproxima, coloca suas mãos em seus bolsos, de lá é tirado suas luvas e um pacote plástico, às veste - Perae amigão, você vai pegar nisso?- Vincent interrompe, antes mesmo de terminar, Doe já tinha pego - Não tem problema se eu pegar com as luvas - Decidido, ninguém o impediria, era confiante - Você é assustador, ou devo dizer...? - Já havia esquecido do que aconteceu, agora estava confuso o bastante para deixar de lado.
Doe começa a andar novamente, até que - Ei, ainda não entendi.
-Não perco tempo com besteiras - Continua.
- Você pode chamá-lo de Doe, mas ninguém sabe o gênero, deixa isso de lado, vamos - Estela o ajuda a levantar, eles continuam o caminho.
Chegando no lugar, eles se assustam, uma tragédia teria acontecido, os corpos de ambos caídos no chão.
Exitaram por um momento, havia algo que nenhum deles imaginaria que estivesse ali.
- Um momento, não é o garoto que tinha desaparecido? - O foco de toda a investigação estava ali, em frente aos três, Doe estava certo.
- Foi divulgado nas manchetes que não tinha nenhuma prova, um rastro sequer, e agora o corpo simplesmente aparece - Palavras ditas por Estela, sem expressão dessa vez.
Os três se entreolharam, esse não seria um caso fácil de se resolver e eles sabiam disso, o local já estava de cabeça para baixo, tudo que havia ali estava sob vigilância e tinham investigado de todos os ângulos, a única opção que restava era entrar em contato com as autoridades.
- Certo, já fizemos o que devíamos - Doe diz desligando seu telefone.
O grupo é interrompido com um estrondo, uma criatura com duas faces, uma delas completamente enrugada, gigantesco, deveria ter pelo menos quatro metros, sua boca com dentes estravagantes estava desenhando um sorriso sarcástico; O que seria aquilo, meu Deus?!
Sem algum tipo de equipamento para defesa, eles não pensaram duas vezes ao correr, "Eu não posso morrer, não posso", era a única coisa que Estela sussurrava desesperadamente para si mesma, e ela estava certa.
O ser tinha oito patas, todas muito parecidas com as de uma aranha, porém, para o azar de todos ela era veloz, estavam completamente sem rumo neste momento.

O ser tinha oito patas, todas muito parecidas com as de uma aranha, porém, para o azar de todos ela era veloz, estavam completamente sem rumo neste momento

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Eles deveriam manter o monstro dentro desta mansão, não poderiam arriscar correr para fora.
- Vincent, por aqui - Estela o chama empurrando-o para o sótão - Doe? Onde está? - Vincent o procura mas não encontra - Continuou correndo, deve estar se dirigindo aos quartos, precisávamos estudar os cômodos, a única coisa que nos passaram foi uma planta da casa...
Doe por sua vez se encontrava no quarto de hóspedes, coloca suas mãos no bolso á procura de algo, pega seu rádio e diz - Alguém na escuta? Câmbio.
- Estela na escuta, câmbio - Estela responde no mesmo instante.
- Vincent, onde está? Ele guardou algo que me pertence, câmbio - Doe responde - Serve pra se defender, câmbio - Doe é interrompido com um barulho, a criatura parecia impaciente e inquieta, soube de certa forma que alguém estaria ali, naquele quarto.
- Ótimo, vou ter que me esconder em algum lugar, tenta trazer para cá, um de vocês, câmbio.
De repente a porta se quebra, estava no limite da fúria, Doe que ainda não estava escondido tinha ficado completamente paralisado, pega uma das cadeiras e coloca na sua frente usando-a como escudo. A criatura se aproxima lentamente, a cada passo que dava Doe se distanciava mais ainda, os dois estavam em loop, andavam ao redor da mesa central. Impaciente com a situação, a aranha pula no centro do quarto deixando Doe encurralado, Estela aparece e se depara com a cena, o mostro gigantesco com seus dois rostos grudados em seu colega, sua presa estava grudada no pescoço de Doe.
Vincent pula pelas costas, agarrando-a com todas suas forças, Doe imediatamente diz - Aperte...aperte neste botão que está na lateral - Estela confusa e assustada procura com dificuldade - Rápido, Vincent não irá aguentá-la por muito tempo...
Estela acha o botão e o aperta, o pendrive que estava em suas mãos se transforma em uma arma, sem pensar duas vezes ela começa atirar nas costas do monstro, a criatura não se interessava por nenhum dos dois, agora estava muito focada em uma só, Estela.
- Você! - Uma voz que soava como um eco, assustados eles perceberam, essa vinha dela, ela mesma.
- Você mesma - Apontava para Estela - Estava lhe procurando, a sua irmã - De repente se transforma em uma donzela, ela estava tão inquieta...
- Minha irmã...Annie, onde está? Onde? - Estela começa a entrar em pânico, estava com falta de ar e mal conseguia andar, Vincent a segura para evitar que caísse -- Onde você á levou?
- Não, eu não á peguei de você, eu também... Sua irmã ela está - Uma luz surge apontando no centro de sua cabeça, a coleira que estava em seu pescoço apitava - Me fala! - Seus membros saem para todos os cantos, suas córneas também, sua pele que antes era sedosa e brilhante agora é apenas pedaços de um tecido vermelho, ela acabava de explodir deixando marcas pela sala e pelos que presenciaram aquele acontecimento.
Estela desaba, não tinha palavras para descrever tamanha agonia, chegou tão perto de saber sobre sua irmã, agora não sabe quando chegará até ela, talvez nunca terá outra oportunidade como esta.
-Ai meu Deus! Que horror, eu não quero mais vir aqui, olha isso, o que aconteceu com ela...
Doe apenas seguiu em direção á porta e disse - Você deve trabalhar nisso, não deveria ficar tão vulnerável por sua irmã, o que nós vimos hoje é só o começo de tudo.

Guardiões Do MistérioOnde histórias criam vida. Descubra agora