CAPÍTULO 2 - ANNIE

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Aviso, o conteúdo desde capítulo contém linguagem e conteúdo inapropriado para -18, desde já agradeço, boa leitura.

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É realmente incrível quando uma criança ou um bichinho de estimação faz com que seu dia seja melhor, a minha rotina gira em torno de somente um, apenas um propósito, fazer com que minha irmã caçula viva o que eu não vivi.

Na verdade o meu impulso começou em uma noite, quando meus pais voltaram para casa, logo depois de um dia de trabalho, era uma noite de sexta-feira, eu já tinha ideia do que iria acontecer nesse dia.

Meu pai, que era uma pessoa esforçada em seus objetivos, ou eu ao menos pensei isso, entra em seu quarto e encontra minha irmã, que estava brincando com um de seus casacos.

- O que você está fazendo com essa roupa? - Pai estava furioso, porém - Tire imediatamente - Annie nem sequer pôde explicar, ele deu um tapa sem um motivo, ou o motivo tinha sido o casaco, mas como sempre, eu duvido muito que tenha sido isso, nossa família não tinha um bom histórico de autocontrole.
- Pai, calma, estávamos brincando, só - Fui interrompida como sempre - Eu não lhe perguntei nada! E você, porquê não fez o que mandei? Sabe o que acontece né?
Lembro-me muito bem desta noite, fui trancada fora de casa, apanhei, vários golpes de fios, e suas palavras frias eram:"Você não devia contrariar o chefe desta casa, você sabe o quão duro eu estou dando para cuidar de você e sua irmã? Você nem sequer estava em meus planos, você é tão desprezível Estela...assim como sua mãe, me arrependo amargamente, no entanto, nem para agradar o seu irmão mais velho você consegue!"
Suas palavras doíam, eu preferia apanhar vinte chicotadas, não doeria tanto, o pior era ver como minha mãe o obedecia feito uma cadela com o seu querido e amável dono.
E o que de fato me incomodou foi ver que aquele cretino estava acariciando minha irmã com malícia, e mesmo assim, deveríamos servir aos homens de nossa casa.
Eu adormeci debaixo da janela, e quando pensei que tudo já havia acabado...
- Não, eu não quero papai - Annie implorava - Oh, minha pequenina Annie, obedeça seu pai, porquê não quer dormir com seu irmão? Ele vai ficar triste, sabe que não pode - Annie foi para o quarto con muita dificuldade, depois de se deitar eu ouvi seus soluços, deitar com aquele garoto era realmente assustador.
- Maninha, fica aqui comigo, eu não quero ficar com ele, ele me machuca - Ouvi essas palavras de uma criança de quatro anos de idade.
- Deita aqui perto, eu vou contar uma história para você, tá bom?
- Annie, venha deitar agora! - O ódio que sinto até hoje por este bastardo não foi expresso em nenhuma guerra - Antes que ele vá novamente conversar com sua maninha.
Sem pensar duas vezes ela se distanciou da janela e deitou, suas palavras eram - Maninha, me dá um abraço amanhã...
Acontecimentos como esses eram recorrentes, a última gota foi quando eu tinha catorze anos, nós três na casa. Ouço gritos dentro de casa, entro rapidamente, Annie estava esperneando por algum motivo.
- É melhor você cuidar direitinho dessa garotinha, você não faz ideia do que eu sou capaz de fazer com vocês - Depois dessa frase eu preferi sair com Annie, pude notar em sua face o quanto estava pensativa, a levei para um parque, apesar de já ser tarde e não ter crianças ali para que ela brincasse e se distraísse de nosso "lar", decidi que iria dar a atenção que ela merecia a mesma que eu não pude receber quando era mais nova.
Brincávamos como se nunca tivéssemos brincado antes, Annie estava radiante, se divertia tanto, vê-la feliz era a cura para todos os meus problemas, lembro-me que amava se esconder para reaparecer, apesar de que nunca me assustava, ela era realmente muito insistente.
- Maninha, qual é o seu maior sonho? - Perguntas aleatórias era algo muito comum, "Quantos animais existem no planeta?", ou até mesmo "Como as estrelas foram feitas?", não reclamava, apesar de ficar um pouco nervosa algumas vezes, acredito que era algo importante para que ela crescesse, sua mente e seus pensamentos não tinham limites.
- Hum...meu maior sonho é te levar para um lugar muito bonito pra passear, e comprar um montão de coisas pra gente comer - Faço cócegas - Mas sério, quero te levar pra sair em um lugar legal.
- Não, não, não maninha, sem ser com a Annie, só você! - Sim, ela ficava um pouquinho nervosa as vezes.
- Eu sinceramente não sei , acho que quero só isso mesmo.
- Então eu vou pensar em algo pra você, que tal...pintar o cabelo? Eu vi uma menina muito bonita e ela tinha o cabelo verde, e se você pintar...
- Licença, vocês gostariam de dar uma volta conosco? - Um estranho, ele claramente não era confiável mas respondemos mesmo assim - Obrigada moço, mas já estamos indo embora para casa - O rapaz não havia insistido mais, decidimos sair dali o mais rápido possível.
Eu sabia que estava em perigo, não só eu mas minha irmã também, viramos a esquina, que inclusive não era tão longe de nossa moradia.
Estávamos sendo seguidas, eu desesperada e sem saber o que fazer, não havia ninguém naquela rua, meu coração estava palpitando sem parar, minha garganta completamente fechada e para completar uma criança na quql era tão importante estava ali, e não compreendia o que estava acontecendo. Um pouco á frente estava um senhor nos encarando, como de estivesse nos esperando chegar até ele, viramos antes e foi aí, estava diante de um beco sem saída.
Uma moça nos agarrou pelos braços - Me desculpem, mas preciso sacrificá-las por um bem maior.
Annie não entendia, no entanto se mantia calada - Senhora por favor, nos deixe ir, eu faço o que quiser, por favor - Olhos cheios de lágrimas, uma imagem completamente frágil, que eu não ousaria mostrar a ninguém, quem diria que algo assim aconteceria - Deixa ela ir embora então, deixa que chegue em casa eu imploro, senhora!
- Ora quem diria, essa guria com espírito de heroína, quem é ela, sua amiguinha, irmã?
Três homens apareceram por trás de nós, chegavam cada vez mais perto, eu já estava preparada para correr com ela, se ao menos aquela mulher tivesse me soltado...
As mãos de um deles estava em minha irmãzinha, ele a passava tentando tirar seu vestido - Não! - Annie havia gritado e batido em sua mão, de repente - Que garotinha teimosa, melhor você se cuidar - Ele me olha dos pés a cabeça - Se tremendo, que coisa mais desprezível - Ele riu, aquele filho da puta não fazia ideia do erro que estava cometendo, não sabia - Socorro, socorro! - Os dois homens correram até mim, empurrando a mulher de trás - Opa, eu acho bom que você fique quietinha, senão - Ele faz um sinal de arma com suas mãos, apontando para Annie - Não, não, por favor, deixe ela...
Me prenderam, eu não podia e nem conseguia fazer algo, eu só os observava, eles haviam tirado as roupas de minha irmã, a calaram com a desculpa de que me machucariam, fizeram questão de colocá-la de cabeça para baixo em um balde de lixo, e começaram a introduzir objetos nela, eu só ouvia de sua própria boca - Tá machucando, para...maninha.
    – Eu... Eu não podia fazer nada, eu não fiz nada para ela, não consegui protegê-la, eu fui uma péssima irmã - Coloquem uma fita, algo na boca dela, não aguento mais esses gritinhos dela - Penetraram a genitália de um deles em sua boca, a garota pequenina não entendia o que acontecia, coitadinha, sua irmã inútil não fez nada de novo, enquanto isso eles se alimentavam de sua inocência e desespero, eles se divertiam, os adultos se aproveitavam de sua plenitude...
- Tem pessoas vindo, vamos! - Nos largaram ali, sozinhas e perdidas, "Porquê as pessoas são tão cruéis?" eu me perguntava, Annie sangrava sem parar, e havia desmaiado, não consegui aguentar e fiquei inconsciente, antes disso ouvia vozes de socorro, não sei se era apenas alucinações ou verdade, apenas apaguei meu rancor, e os pensamentos que restavam, no qual estavam me matando diariamente...

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