Café e Confissões

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Loki abriu os olhos e se viu infinitamente melhor, mesmo que ainda houvesse um traço de fadiga em seu peito. A primeira coisa que notou ao levantar e explorar o quarto era que Mobius não estava lá, provavelmente fazendo seu trabalho na TVA.

Suas bochechas coraram ao se lembrar de seu reencontro com Mobius. Nunca foi alguém de iniciar toques de afeição, mas finalmente voltar aos braços de Mobius era uma tentação tão perfeita que Loki, doente e exausto, não resistiu.

Tinha que tomar mais cuidado dali para frente. Não sabia se Mobius retribuía seus sentimentos, mas era melhor não transparecer seus desejos tão claramente, ainda mais quando Mobius aturava tudo o que Loki fazia e estava o ajudando, como sempre.

Decidido a ignorar seus pensamentos e inseguranças por hora, vasculhou a sala de Mobius, entediado. Infelizmente o homem era o mais ordinário e previsível possível, e nada em seu quarto era causa de muita atenção. Loki ainda não conseguia entender sua atração pelo homem, mas tinha que admitir que Mobius era extremamente focado em seu trabalho. Pilhas e mais pilhas de documentos decoravam o chão, mesa e cama. Estudos sobre diversas variantes, ramificações e linhas temporais.

Então a TVA já sabia do surgimento de várias novas Linhas do Tempo, mas aparentemente não sabia o porquê e nem o que fazer. Loki bufou em escárnio. Pareciam um bando de crianças deploráveis e manipuláveis, pulando na primeira oportunidade que tinham para receber ordens, mas caíam em caos e desespero quando não havia ninguém para obedecer. Loki já nem sentia vontade de controlar a TVA, como tinha no começo. Não tinha mais graça.

Passou por mais alguns documentos sobre variantes, curiosidade crescendo em tédio, quando parou ao ver uma variante sua, exatamente parecido com ele, mas de outra ramificação. Folheou mais algumas páginas e encontrou mais uma, e mais e mais, até ter em suas mãos pastas com dezenas variantes de Loki, e ele se perguntou se aquilo era apenas um caso normal para Mobius, ou se havia algo mais, além do simples trabalho impessoal.

E como se só o pensamento se materializasse à sua frente, a porta da sala se abriu, revelando um Mobius com uma expressão cansada e uma caneca do que parecia ser café nas mãos. Seus olhos brilharam, no entanto, quando pousaram em Loki.

— Ah, já estava na hora de acordar. Você dormiu por dias.

Loki mostrou para ele a pasta cheia de variantes suas.

— O que é isso? — Loki perguntou, impaciente. Mobius franziu as sobrancelhas, parecendo confuso, e calmamente tomou um gole de seu café. — Mobius.

— Calma, cara. Me deixa acordar primeiro. — Mobius suspirou e despencou em uma das cadeiras próximas à escrivaninha, e foi então que Loki notou as olheiras pesadas embaixo dos olhos dele quando a luz fraca da janela iluminou sua forma. — Mal chego e você já vem me dando bronca. Parece uma versão distorcida de uma ex-esposa ou algo assim.

Através de InfinitosOnde histórias criam vida. Descubra agora