Rᴇɢɪᴅᴏꜱ ᴅᴏ Cᴀᴏꜱ

2. O fogo que queima

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"Os meus medos eu enfrento avançando, nunca recuo. Não viro as costas para a onda, enfrento a onda, talvez possa furá-la. Se virar de costas ela me engole..." - Elke Maravilha

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O reino da água foi o terceiro a chegar no castelo de Avalon, onde a rainha Huang estava acompanhada de seus dois filhos, Renjun e Chenle.

Donghyuck sempre achou fascinante a delicadeza que o povo do mar tinha, os rostos serenos e a fala tão neutra. Além das vestimentas que pareciam tão confortáveis, sempre utilizando o tecido de cetim cor azul.

Já o povo da terra, das montanhas, mantinham expressões duras e os lábios retos. Jisung e Jeno eram altos, fortes e muito intimidadores, apesar do caçula parecer um pouco tímido, ainda sim conseguia ter o olhar penetrante.

Donghyuck não conseguia entender tanta desavença, eles agiam como se fossem inimigos, como se fossem diferentes um do outro. Mas ali, eram apenas adolescentes que temiam o futuro.

— Estão todos aqui? — o rei da terra indagou.

— Não. — o rei do ar desviou sua atenção para a porta. — Falta um de nós...

Logo em seguida as portas do local foram abertas mais uma vez, relevando a dupla de homens. Calcifer, o rei do fogo e Mark, seu primogênito.

Ambos utilizavam vestimentas vermelhas com detalhes dourados. As garras nas pontas dos dedos eram feitas de ouro, até mesmo os brincos que usavam refletiam o quão poderosos as realezas do Outro Mundo eram.

— Agora sim, estão todos aqui. — o pai dos príncipes do ar tornou a falar. — Onde está o fauno?

Mark suspirou enquanto se aproximava juntamente com o pai. Apesar de parecer tão confiante, suas mãos suavam e tremiam. Passaria um mês com seis príncipes que nunca havia visto na vida, passaria um mês inteiro longe da sua casa, dos seus dragões e de Basil.

Passeou os olhos com curiosidade sobre o lugar. O castelo era muito grande, cheio de cores e pinturas que simbolizavam e contavam toda a história da Mãe Divina. Era lindo e ao mesmo tempo velho demais.

Também observou os garotos, os outros príncipes que passaria a conviver. Havia os dois irmãos da terra, sempre tão sérios que Mark duvidava se sabiam contar piadas. Depois, os filhos da água, delicados como flores. Logo em seguida, os filhos do ar. Um dos irmãos em específico lhe chamou atenção, o rapaz de pele morena e cabelos castanhos. Seus olhos também observavam Mark com atenção, como se quisesse saber o seu maior segredo.

Franziu o cenho vendo o garoto desviar o olhar para o irmão e lhe dizer algo em um sussurro. Mark quis ir até ele e lhe bater, odiava aquele tipo de situação. Todos sempre o julgavam, todos sempre o olhavam torto.

Era o único príncipe que não tinha irmãos, e o único que não possuía uma mãe.

Isadora falecera logo depois do parto, teve a chance de ver pelo menos uma única vez o rosto do seu tão amado filho. Bom, era o que os serviçais  diziam. Mark pensava de uma forma diferente, ele sentia a presença da rainha do fogo todos os dias e ele sabia que ela acompanhava seus passos.