Meu pai tem uma amante e eu acabei descobrindo, mas isso só fez com que ele me desse presentes cada vez mais caros como uma forma de me silenciar, mesmo que eu não me importasse com o dinheiro, ele queria me manipular para que eu não contasse para a minha mãe, no entanto ele não esperava que ela descobrisse sozinha.
Janet sempre foi assim, ela não se importa com nada além das aparências, ela precisa da família perfeita para ser feliz, ou pelo menos fingir ser.— Janet, Janet, Janet... — eu toco em seu braço para que acorde.
— Se você continuar me chamando de Janet, as pessoas vão se perguntar se algo de errado está acontecendo e você sabe que isso não pode acontecer nesse momento delicado — ela diz enquanto desperta e se levanta ajeitando o roupão — Então lembre-se que eu sou a sua mãe.
— Ok, eu não quis ser indelicada, mamãe, mas achei que deveria saber que estão ligando do seu trabalho.
— Por que você não falou logo? Você precisa ser mais proativa — parece que ela subitamente para de me ouvir e vai direto para o escritório da casa.
Eu ignoro o comentário sarcástico e volto para o meu quarto, ponho o fone de ouvido e volto para o mundo imaginário onde eu posso tentar ser quem eu quero ser de verdade.
Adormeço por alguns minutos e acordo com gritos vindo da cozinha, me aproximo da porta e ouço os meus pais discutindo pela centésima vez nessa semana, volto a colocar o fone e dessa vez com o volume no máximo, pego o isqueiro na minha bolsa e tento fazer com que o vazio que eu tenho no peito seja preenchido com a dor física, mas isso não funciona mais e eu continuo deitada com dor e triste demais para chorar, esperando que o sono me pegue mais uma vez.No dia seguinte a casa está em silêncio e eu sei que eles já saíram para trabalhar e eu posso me permitir alguns minutos de paz, vejo que já são 07:07 e quando vou desbloquear o celular para responder as mensagens, aparece uma ligação da minha melhor amiga, Anne.
— Oi amiga, tudo bem? — ela fala com a sua animação estranha pela manhã.
— Oi, tudo bem, tirando a briga horrível que meus pais tiveram ontem e você? — evito falar da parte em que me machuquei porque tenho certeza que ela ficaria preocupada e nós moramos a quilômetros de distância agora.
— Sinto muito que isso esteja acontecendo, queria poder ajudar.
— Não se preocupa, daqui a pouco eu consigo abrir a confeitaria, trabalhar por conta própria e sair daqui pra sempre.
— Sim e vamos morar mais perto, certo? — rio lembrando da promessa de morarmos na mesma cidade ou país, não importa o que acontecesse.
— Com certeza An, mal posso esperar — ela solta o ar do outro lado, como se quisesse falar alguma coisa, mas desiste.
— Certo, só queria saber como você está, mas vou desligar para você ir trabalhar, conversamos mais tarde?
— Sim, amo você An.
— Amo você.
Desligo e vou pegar algo para comer antes de me arrumar, já que acabei dormindo de estômago vazio ontem. Quando acabo, limpo tudo e vou trocar de roupa, o uniforme da lanchonete é horrível e sexista, mas não podemos reclamar já que essa é a intenção. No meu dia a dia não costumo usar roupas tão curtas ou ficar tão exposta, mas trabalhando não tenho outra opção.
Eu trabalho em uma lanchonete perto da saída da cidade, porque eu preciso ir embora daqui, mas não quero fazer isso com o dinheiro deles. Minha mãe não ficou feliz quando sua amiga do trabalho disse que viu a sua filha servindo caminhoneiros em uma lanchonete suja, então ela inventou uma história e eu ignorei a situação.
Já são 4 anos trabalhando para o Sr. Peng e não cheguei nem perto do dinheiro para me mudar e abrir a minha confeitaria, mas é o meu sonho, então continuo trabalhando e pegando o máximo de horas extras possíveis.
É OFICIAL!
Perfeitamente Cruel criou asas e foi parar na sua biblioteca!Me diz o que você achou do pouquinho que viu da nossa querida Olivia Moore e o que você acha que vai acontecer no futuro dela?
Os capítulos serão postados toda sexta-feira, mas na próxima semana, excepcionalmente, serão postados capítulos 4 e 5! Não esquece de adicionar o livro na sua biblioteca, beijos 💋
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Perfeitamente Cruel
Literatura FemininaSempre fui a boa menina que nunca pensou em responder o mal com mal, mas tudo mudou quando ele surgiu na minha vida. Agora eu preciso esquecer o passado e me esforçar para ser perfeitamente cruel... Pelo menos até o destino mudar mais uma vez. A có...