capítulo 3

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                  O Anel e o Castelo

O estalajadeiro limpava o chão com uma vassoura de folhas, estava possesso com a sujeira que a corja da noite fizera, ele deveria estar acostumado por que era assim todo santo dia, mas ao contrario preferia se lamentar e viva dizendo que se tivesse juízo voltava para o campo. Não contava para ele nem que aqueles bruxos truculentos da noite eram mais da metade do seu lucro diário, não era todo dia que alguém queria se hospedar naquela espelunca, sim ele sabia que o lugar era lamentável, não fazia nada para mudar por que era assim que a turba que frequentava gostava, ou deveria ser, visto que, toda noite eles deixaram o lugar mais decaído. Passou a vassoura em algo grudento que não soube identificar e teve vontade de dar um basta e aparatar bem longe dali, mas já estava há muito tempo naquilo, e no fundo já se sentia parte da sujeira.

Naquele momento o homem ouviu o ranger das tabuas do teto, e isso o lembrou do casal estranho que estava hospedado no andar de cima. Quando achava que já tinha visto de tudo apareceu em seu estabelecimento aqueles dois, santo Deus! O bruxo de preto tinha uma cara de poucos amigos e ainda por cima era presunçoso, vestia aquela roupa estranha sabe-se lá de onde ele veio e carregava aquela mulher com ele vestida como um rapaz, de calças compridas e botas, ela falou que eram casados. O estalajadeiro pensou que se fossa sua esposa nunca andaria com ela naqueles trajes, mas não tinha nada com isso.

O que o fez ficar mais intrigado foi o fato do homem ser tão arrogante, parecia que ele tinha certeza que se o bar inteiro resolvesse fazer algo com eles, ele daria uma lição a todos. "Presunçoso" ele pensou novamente, enquanto varria algo que parecia a cabeça de alguma coisa.

Nesse momento o homem viu o casal descer as escadas lentamente, o bruxo de negro que vinha na frente agora se vestida de uma forma mais usual, apesar de continuar todo de preto. Já mulher dele o surpreendeu, estava vestida como uma dama, ele achou-a bonita e pensou que o bruxo teve sorte, ou se não era um homem rico. No entanto continuava intrigado com a dupla.

Severo olhou o homem com desprezo, era melhor assim, não ia dar trela para aquele sujeito. Dirigiu-se a ele como se falasse com um de seus alunos do primeiro ano que estava prestes a dormir em sua aula:

- Será que nesse estabelecimento - usou essa palavra por falta de uma melhor, visto que para Severo nem para isso o lugar servia, com uma cara de nojo examinou o homem que varria - existe algo para se comer pela manha?

O estalajadeiro achou muita audácia do bruxo nem lhe dar um bom dia antes de ir perguntando se tinha comida e ainda mais daquele jeito desrespeitoso. Ele sentiu seu sangue vir para a cabeça, e num rompante de ódio olhou para a vassoura, em sua ponta ainda estava a pequena cabeça decepada, isso lhe deu uma ideia, varrendo com força o crânio o homem o jogou-o aos pés de Severo falando em um tom irônico e debochando:

- Está servido? - "ora quem esse bruxo pensa que é?" pensou satisfeito com seu ato:

Hermione deu um pequeno gritinho e um passo para trás se escondendo as costas de seu marido. Severo ficou enojado e revoltado, como aquele homem ousava trata-lo assim e ainda por cima assustar sua garota? Pegou a varinha na manga e apontou para o bruxo sujo, uma aura de poder se elevou envolta dele e o ar pareceu ficar mais quente a seu redor. Hermione que conhecia bem seu ex-professor sentiu um arrepio temeroso, ela sabia que quando irritado ele podia ser muito perigoso.

O estalajadeiro também tirou sua varinha, Hermione notou que ele tremia, estava intimidado por Severo. Ele sentiu que tinha provocado algo que não poderia combater e se arrependeu, olhou suplicante para ela pedindo que ela interviesse. Hermione preocupada com as consequências de um destempero de Severo tocou o braço estendido do marido e falou com voz doce:

O MISTÉRIO MISTERIOSO DO TEMPOOnde histórias criam vida. Descubra agora