1.3 Fique

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JEONGGUK

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JEONGGUK

Sentia seu calor, seu cheiro, sua presença em meus braços. Céus, nunca estive tão aliviado!

Meu ômega e meu filhote estavam bem e aqui comigo, eu os achei, finalmente os achei...

[Horas antes]

A chuva dificultava minha visão, mas isso não me impediu de continuar. Eu dirigia devagar me atentando a todo e qualquer movimento. Como esperado as ruas estavam vazias e isso me confortava na mesma medida que me desesperava. Eu, como alfa adulto, suportaria o frio e a chuva sem problemas, mas um ômega e uma criança? Não.

Já passava das quatro da manhã e eu não sabia mais onde procurar. Meu lobo estava inquieto, não por senti-lo em perigo, mas pela distância do meu ômega e filhote. Eu sentia a necessidade de tê-lo comigo independente de tudo e de todos, saber que eles estão seguros... Não dar a eles isso me faz sentir impotente e fraco.

Rosnei apertando minhas mãos no volante. O tempo estava passando e com ele a minha paciência.

Já era dia, o sol estava no topo do céu quando eu estava caminhando por um parque, não faço a mínima ideia de onde estou. À minha volta havia famílias felizes e olha-los trouxe um gosto amargo a minha boca, me sentei em um banca e fiquei olhando para meus pés. Precisava de um banho, notei que ainda estava de pijama.

Suspirei olhando para cima. O verde vivo pintava as folhas que dançavam suavemente por conta do vento. Pequenos flashes de luz tocavam minha pele quando senti um cheiro familiar. Rosas. Fiquei em alerta olhando para os lados então eu os vi do outro lado do parque. Não pensei duas vezes e corri abrigando os dois em meus braços.

— Achei, achei vocês!

O alfa dentro de mim uivou em alegria. Era como se uma onda de paz estivesse invadindo meu corpo. Os apertei um pouquinho mais inalando o cheiro de rosas e o cheirinho fraco do filhote, era como estar em casa. Não sei bem como explicar, mas era tudo que eu precisava no momento.

— Jeongguk? — ouvi a voz mansa do ômega então me afastei um pouco olhando-o.

Eu esperava ver apenas seu rosto bonito com bochechas redondas e olhos pequenos, porém havia marcas ali. Hematomas perto de um dos olhos, seu lábio estava partido e é provável que tenha em outras partes do corpo também.

Rosnei irado. Minha presença foi se tornando mais forte, ele se afastou abraçando o filhote. Tenho certeza que meus olhos devem estar vermelhos.

— Eu vou matar Choi Minho. — declarei o vendo arregalar os olhos.

— Ma-matar? N-não faça isso! — ele estava nervoso. Por que?

— Gosta dele? — fui direto.

— Eu, eu, não...

— Venha, vou te levar pra minha casa.

— Preciso voltar pra minha Jeongguk.

— Não vou deixar que fique debaixo do mesmo teto que ele!

— M-mas eu moro lá.

— Foda-se, more comigo então.

Apesar da raiva que me consumia, não pude deixar de notar o quão adorável foi sua reação. Ele parecia mesmo um gatinho.

— Mora? Como assim?

— Explico depois, vem.

Coloquei uma das minhas mãos em suas costas o guiando até meu carro estacionado do outro lado da rua. O caminho foi um pouco longo já que eu não fazia a mínima ideia de onde estava, porém Hyunjin pareceu se divertir quando coloquei algumas músicas infantis para ele assistir. Era fofo como ele ria e batia palminhas junto a gritinhos animados. Fofo.

Percebo também que Yoongi se mantinha muito quieto, ele olhava pro janela e seu cheiro me indicava que o ômega se sentia ansioso, um pouco temeroso e mais alguns outros sentimentos. Não o julgaria por isso, também não julgaria se ele quisesse se manter distante de qualquer um. Não sei o que ele passou de fato, mas foi destrutivo, era algo notável em seu olhar. Não seria hoje, por que minha prioridade no momento é mantê-los bem e confortáveis, mas eu ainda irei acabar com Minho, farei ele pagar por tudo o que ele fez.

Quando passamos pelos portões da minha casa o vi Yoongi ajeitar a postura e mexer nas mãos nervoso, essa era a primeira vez que ele vinha aqui.

— Não precisa ficar assim. — eu disse.

— Hm? — mirou seu olhar agateado para mim.

— Não precisa ficar nervoso Yoongi, está tudo bem.

Descemos do carro, ele tinha o filhote nos braços, os guiei para dentro. Os guiei para a cozinha.

— Estão com fome? — perguntei.

— Não, estou bem. — ele respondeu baixinho.

— Certeza? — arqueei meu cenho — Posso preparar qualquer coisa, sou muito bom na cozinha. — sorri.

Hyunjin me remexeu no colo tateando o pai ômega puxando sua camisa para baixo. Vi as bochechas de Yoogi mudarem de tom para um rubro muito adorável.

— Parece que alguém aqui está com fome. — tentei soar descontraído — Ele é seu filhote, não precisa se sentir envergonhado, pode ficar à vontade. Posso te levar para um quarto se quiser. — ele assentiu quando o alfinha ficou mais inquieto.

Fomos para o segundo andar onde lhe mostrei uma suite.

— Tem tudo no armário do banheiro, produtos de higiene e toalhas limpas... ah, o armário fica naquele lado então se quiser pode guardar alguma coisa lá. Eu vou pro meu quarto tomar um banho.

— Ok.


YOONGI

Eu estava encostado na cabeceira da cama de casal enquanto meu filhote se alimentava. Um de seus pezinhos estava tocando no meu rosto e suas mãos gordinhas seguravam firme em minhas roupas.

Não sei se deveria continuar aqui, se Minho souber que estou na casa de outro alfa pode pensar mal de mim e resolver se vingar. E não é como se eu quiser estar com ele por que eu não suporto a idéia de tê-lo, mas sei que este infeliz tem poder sobre Hyunjin e eu.

Então fiquei ali amamentando meu filhote enquanto pensava no que deveria fazer da minha vida.

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