cap.3 Bem vindo ao internato.

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"Bom dia diário, já é fevereiro, eu estou arrumando as últimas coisas a serem feitas, uma tristeza grande bateu agora, estou indo embora, dessa casa, desse quarto... aqui eu passei tanta coisa boa, tantas risadas, tantos choros... inclusive agora eu estou chorando viu diário, se molhar umas páginas suas, por favor não fique bravo"

Estou levando o presente que meus pais me deram la no sexto ano, um ursinho que não tinha uma orelha, minha mãe me disse que quando ela ganhou esse urso ela ficou chateada, por que ele não tinha uma orelha, ela achava que ele estava quebrado, todos a zoavam por esse brinquedo, mas aí, ela percebeu que o fato dele ser diferente, não ser igual a todos, ser unico, era o que ela mais amava. Minha mãe dedicou essa urso a mim, ela disse que era igual eu, chorei tanto nesse dia, e estou chorando de novo por estar guardando ele dentro de uma mochila, mas sei que vai ser o melhor a ser feito.
Da um vazio ver o quarto sem muitas das minhas coisas, ele fica tão sem vida.

Meu pai entra no quarto pra buscar minhas últimas malas, 4 no total

2 com roupas, uma com coisas minhas ( essa foi menor ) e uma com livros e coisas de escola

Estou levando mais malas do que o Guilherme, mas galera é um ano longe né, Tipo assim, vou morar lá, tenho que ter minhas coisas

Minha despedida com as meninas foi super triste, choramos muito, parecia que eu não ia ver elas pra sempre, mas, todo final de semana eu ia poder sair, o ruim era que eu não ia estudar mais com elas.

Agora eu estou dando tchau ao meu quarto, triste, eu amo esse lugar, aqui é meu refúgio, meu lugar secreto, minha toca, amo cada detalhe desse lugar, pra mim, ele é o mais legal da casa, a única coisa que eu fiz foi tirar o led dele, porque vou querer colocar no próximo quarto que vou ficar, bom tenho que ir, agora é o momento em que partirei"

Estou na sala, minha mãe chora como se nos estivéssemos deixando essa casa para sempre

- oooh filho -- mamãe diz chorando vindo em minha direção -- se cuida ta? Qualquer coisa, qualquer coisa mesmo que te acontecer, me liga que a mamãe vai lá e quebra tudo -- minha mãe diz e me abraça chorando

- calma mãe, ele vai pra escola e não pra guerra -- Guilherme diz fazendo eu e meu pai rirmos muito

- vai lá ursinho, viva, seja feliz, e não liga pro que os outros vão falar, sempre vai ter alguém pra te dizer o que fazer, e não caia nessa -- papai diz usando o apelido q ele e mamãe me deram, ursinho, e me abraça forte

Logo em seguida eu e Guilherme vamos em direção ao carro do papai, mamãe nos abraça novamente, e assim, seguimos viajem. Mamãe nao vai com a gente porque ela tem que ir pra fábrica, nos entendemos e até falamos pra ela ir trabalhar.

Durante o caminho fui escutando musica em quanto papai e Gui discutiam sobre time de futebol. Também mandei mensagens para minhas amigas, estavam dormindo ainda, era muito cedo. Fui pensando em quem seria meu colega de quarto, já sabia que o pessoal do internato não me deixaria ficar com nenhuma menina, isso porque eles falam que previne as meninas de engravidar, o que seria inteligente, e também, se eu namorar meu colega de quarto eles vão separar a gente, o que é uma pena.

Enfim, tenho medo do que meu colega de quarto vai pensar, e se ele for louco? Nerd de mais, ou muito popular, ou até homofobico, se ele for homofobico eu juro que o mato. Mas também ele pode ser alguém muito legal, pode virar meu melhor amigo, ou até um namoradinho. Quer dizer, não que eu queira namorar com alguém depois de tudo o que eu passei.

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Vou pensando tanta coisa que nem vejo a hora passar e agora ja chegamos no internato, ele fica no meio do mato, e é enorme.

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